quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Lítio verde quíntuplo-zero é brasileiro, Oesp

 “Sustentabilidade ambiental se traduz em um número: zero”, diz Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium, presente à COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde continuou a apresentar ao mundo o lítio triplo zero brasileiro.

Na COP-28, a empresa se diferenciou ainda mais, com duas características adicionais destacadas nos debates de descarbonização industrial: zero utilização de água potável, já que bombeia água com resíduos fecais sólidos do rio Jequitinhonha, e zero uso de energia suja, ou seja, de termelétricas a carvão. “Somos a primeira companhia do mundo a ter essa vantagem competitiva, pois o lítio que conseguimos industrializar e processar no Brasil não gera emissões de carbono, nem resíduos ou subprodutos químicos nocivos ao meio ambiente, além de não utilizar água potável, nem fonte de energia não renovável, tornando-o quíntuplo-zero.”

Com produção iniciada em abril deste ano no Projeto Grota do Cirilo, no Vale do Jequitinhonha (MG), a Sigma Lithium segue dedicada a alimentar a próxima geração de veículos elétricos com o concentrado de lítio zero. Trata-se do primeiro projeto de lítio do mundo sem barragem de rejeitos (que são 100% empilhados a seco, sem adição de químicos nocivos). Os subprodutos são comercializados ou reciclados, usados na pavimentação de estradas.

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Os processos de produção do lítio verde são sustentáveis também nos aspectos energético e hídrico, com utilização de 100% de energia renovável e 100% de água recirculada, o que evita a contaminação da água e do solo e contribui para a preservação das florestas e rios da região, entre eles o ribeirão Piauí, fonte de água potável para as populações que vivem no entorno. Parte da frota de caminhões é movida a biodiesel, com meta de atingir 50% desse uso até 2025. E na extração do mineral, a empresa conseguiu diminuir a carga de explosivos acionados, com adoção de estratégias de simulação de carga computadorizadas.

Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium, apresentou o painel de abertura no Investment Track, na COP 28, em Dubai
Ana Cabral, CEO da Sigma Lithium, apresentou o painel de abertura no Investment Track, na COP 28, em Dubai Foto: Divulgação/Si

“Neste momento em que as cadeias de suprimento industriais globais estão se organizando ao redor de barreiras ao carbono e protecionistas, levamos o lítio limpo brasileiro como um cartão de entrada na Europa”, analisa a executiva. “Conquistamos o passaporte para o segmento de baterias para veículos elétricos, com conformidade abrangente a todas as etapas da cadeia produtiva. As certificações vieram com muito trabalho ao longo dos anos, nos quais construímos uma greentech estruturada, madura e eficiente”, resume a CEO.

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A companhia começou a entregar as remessas de lítio verde e subprodutos verdes em julho de 2023. Em dezembro anunciou uma nova remessa de 22 mil toneladas de concentrado de lítio verde triplo zero para a Glencore, dentro de um acordo firmado entre as duas companhias que visa estabelecer uma cadeia global de fornecimento de lítio de baixo carbono, ambiental e socialmente sustentável, destinado a mover veículos elétricos. A Sigma completou a compensação de sua pegada de carbono por meio da aquisição de créditos.

Presidente do conselho desde o IPO da Sigma Lithium em 2018, Cabral apresentou em Dubai o painel de abertura no Investment Track para líderes globais e empresariais, com o tema “Descarbonização das cadeias de abastecimento e aceleração da transição industrial”, entre outros encontros e debates. A empresa, que participa pela quarta vez da reunião internacional na qual apresenta suas tecnologias limpas, práticas pioneiras em sustentabilidade ambiental e impacto social positivo, levou à conferência em 2023 uma comitiva de 12 pessoas, sendo sete executivos e representantes técnicos das prefeituras de Itinga e Araçuaí, cidades mineiras nas quais estão instaladas as plantas produtoras do lítio verde.

A companhia segue ainda engajada no diálogo sobre como alcançar a sustentabilidade social dentro da transição energética justa. “Estamos contribuindo para o diálogo global que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, e assim evitar crises climáticas, sem descuidar do aspecto humanitário, pois sabemos que as pessoas mais vulneráveis serão as mais prejudicadas, caso não tenhamos sucesso nos acordos”, pondera Ana Cabral. “Nós nos orgulhamos da nossa atuação no sentido da geração de trabalho e renda. Para cada emprego direto que oferecemos, são gerados outros 13 indiretos”, afirma a CEO.

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A Sigma atua ainda em iniciativas como o apoio à irrigação para agricultura familiar, que criou seis mil postos do trabalho, e a concessão de microcrédito a 10 mil mulheres empreendedoras, programa que gera renda para as comunidades e multiplica oportunidades.

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