Principais credores da Samarco abriram negociação com a mineradora e seus acionistas, a Vale e a australiana BHP, para quitar quase R$ 25 bilhões —o equivalente à metade da dívida financeira da empresa quando entrou em recuperação judicial.
As conversas começaram nesta segunda (17), nos EUA. A empresa —e os sócios— querem pagar o que devem, mas buscam um bom desconto —42% do valor de face. Dizem que podem pagar US$ 2,9 bilhões em vez de US$ 5 bilhões (valor da dívida).
Os débitos envolvem bonds (títulos emitidos pela Samarco) em posse de bancos e fundos de investimentos. No ano passado, esse mesmo grupo pressionou Vale e BHP a entregarem suas ações em pagamento pelo vencimento dos bonds, o que lhes garantiria o comando da mineradora.
Esse acordo foi recusado diante da resistência dos acionistas e por uma falta de clareza sobre possíveis novas multas a serem aplicadas pelo Ministério Público Federal de Minas Gerais, ainda em decorrência dos danos causados pelo acidente da barragem de Mariana, em Minas Gerais —ocasionando o pior desastre ambiental da história.
Os credores avaliam que essas multas por si só podem chegar a valores maiores que a própria empresa, sem incluir o acordo anteriormente feito com o MP estadual.
Procurados, Vale, BHP e Samarco não quiseram se manifestar.
Com Diego Felix
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