O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento ainda nesta quarta-feira (3) sobre suposta fraude no sistema de vacinação do Ministério da Saúde. Ele, porém, informou à PF que não vai comparecer à oitiva.
O ex-presidente foi intimado durante a busca e apreensão cumprida em sua residência em Brasília. A PF também prendeu na ação os seus ex-assessores Mauro Cid e Max Guilherme. Outro alvo de mandado de prisão é Sergio Cordeiro, que atuava na equipe de segurança de Bolsonaro.
As medidas são no âmbito de uma investigação sobre uma suposta "associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde."
"A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19", afirma a PF.
De acordo com a Polícia Federal, os alvos da investigação teriam realizado as inserções falsas entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 para que os beneficiários pudessem emitir certificado de vacinação para viajar aos Estados Unidos.
Segundo a Folha apurou, há suspeita de que os registros de vacinação de Bolsonaro, Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura, foram forjados.
A PF diz ainda que as diligências são cumpridas dentro do inquérito das milícias digitais, que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e tem como relator o ministro Alexandre de Moraes.
"Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores".
Os policiais federais cumprem 16 mandados de busca e seis de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro.
Desde o início de 2020, quando o coronavírus começava a se espalhar pelo mundo, Jair Bolsonaro deu uma série de declarações nas quais sempre buscava minimizar os impactos da pandemia da Covid-19.
Como presidente, ele propagou discurso negacionista e usou palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da imprensa à pandemia.
Bolsonaro também distribuiu remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou informações falsas sobre a Covid-19 e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.
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