O candidato bolsonarista ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas, telefonou para a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, para se desculpar pelas agressões verbais do deputado Douglas Garcia (Republicanos-SP) à profissional.
Com um celular filmando a jornalista, o parlamentar chegou a acossá-la fisicamente repetindo os ataques que Jair Bolsonaro já tinha feito a ela em debate em agosto realizado por Folha, UOL, Band e TV Cultura. Na ocasião, o presidente disse que Vera é uma "vergonha" para o jornalismo.
"Eu telefonei e pedi desculpas por esse cara [Douglas Garcia] estar lá com uma credencial cedida pela minha campanha. Eu mal conheço, nem tenho contato com esse idiota", afirmou o candidato à coluna, visivelmente contrariado.
"É o fim da picada. Não precisamos desse tipo de violência e de agressão", segue Tarcísio.
"Nem dormi direito de ontem para hoje", diz ele, que viajou para Presidente Prudente, onde tem marcada uma agenda de campanha com Bolsonaro. "Fiquei muito triste, muito mesmo."
Imagens de Tarcísio abraçado a Douglas passaram a circular nas redes sociais depois do episódio.
O candidato explica que praticamente todas as credenciais do debate destinadas à sua equipe e convidados pela organização já tinham sido distribuídas.
Segundo ele, Douglas Garcia então entrou em contato com sua campanha e perguntou se ainda seria possível conseguir um ingresso para o evento. Como ainda sobrava uma credencial, ela foi cedida para o parlamentar, segundo Tarcísio.
"Se soubéssemos que ele iria lá para isso [agredir a jornalista], jamais teríamos cedido a credencial. Ele traiu a minha confiança", segue. "O cara fez isso [atacar Vera] para aparecer, pegou a credencial para me usar, aparecer para um eleitorado radical. É lamentável", diz.
Tarcísio afirma que Douglas Garcia está vetado em todos os próximos atos de sua campanha.
O candidato afirma que os jornalistas estão em seu papel de fazer "perguntas duras", e que cabe a quem pretende ocupar um cargo público responder a todas elas. "Nunca reclamei", afirma.
A atitude é diferente da do presidente Bolsonaro, que costuma dar respostas ríspidas e já atacou diversos jornalistas, em especial mulheres.
Questionado sobre o comportamento de Bolsonaro, Tarcísio afirma: "O presidente é uma pessoa, eu sou outra. O presidente cresceu no conflito. Ele é um fenômeno político, que tem densidade grande, arrasta multidões. Dá caneladas que eu acho que não precisaria dar. Eu não tenho as mesmas características dele nem pretendo imitá-lo. Estou fazendo campanha pela primeira vez e tenho aprendido muito".
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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