A produção de veículos leves e pesados acompanhou o ritmo das vendas em agosto. Foram fabricadas 238 mil unidades, o melhor resultado dos últimos 19 meses, segundo a Anfavea (associação das montadoras).
Houve alta de 8,7% em relação a julho e de 43,9% na comparação com agosto de 2021. No acumulado do ano, há crescimento de 4,7%.
O resultado se deve à melhora no fornecimento de componentes, principalmente semicondutores.
"É a primeira vez que realizamos uma coletiva sem paralisação de fábricas", disse Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea. Ele lembrou que, na apresentação dos dados de julho, havia quatro fábricas paradas.
A entidade ainda não fez projeções sobre o impacto das demissões promovidas pela Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo). Na terça (6), a montadora anunciou o corte de 3.600 trabalhadores em sua fábrica de caminhões.
"A Mercedes era uma das empresas mais verticalizadas do segmento, e agora optou por esse modelo de desverticalização", disse Leite.
Neste sábado (10), o executivo viaja para o Japão com representantes da indústria e do governo. O objetivo é atrair fornecedores para a produção de semicondutores no Brasil.
Já há um projeto para a fabricação desses componentes em Minas Gerais, que faz parte de um novo programa de reindustrialização promovido pelas montadoras. A empresa se chama Unitec e fica em Ribeirão das Neves.
O presidente da Anfavea, contudo, diz que a restrição ao crédito e as altas taxas de juros já influenciam o mercado. Leite afirmou que, no momento, as vendas à vista representam 70% dos negócios.
As vendas de veículos leves e pesados ultrapassaram as 200 mil unidades em agosto, algo que ainda não havia ocorrido em 2022.
Segundo dados do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), o último mês terminou com 208,6 mil emplacamentos. O número inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. É o melhor resultado desde dezembro de 2020.
Houve crescimento de 14,6% em relação a julho. Já na comparação com agosto de 2021, a alta é de 20,7%. No acumulado do ano, contudo, há queda de 8% na comparação com os oito primeiros meses do ano passado.
A entidade, que em janeiro acreditava em uma alta de 8,5% nas vendas, revisou suas projeções em julho. Agora é aguardado um crescimento de 1% nos emplacamentos em relação a 2021.
Para atingir essa meta, a Anfavea fez uma projeção de emplacamentos para os próximos meses. A expectativa é registrar números próximos a 200 mil unidades em setembro e outubro e acima desse número no último bimestre, com pico de 233 mil licenciamentos em dezembro.
"Nós temos algumas questões que podem impactar o segundo semestre, como Copa do Mundo e eleições. Algum Impacto terá, por isso mantemos um otimismo moderado", disse Leite.
As exportações registram bons resultados, apesar das perdas no mercado argentino. O acumulado do ano chega a 335 mil unidades, alta de 32,2% em relação aos oito primeiros meses de 2021.
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