Acusado de ligação com o PCC, o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), usou suas redes sociais para ameaçar o governador Rodrigo Garcia (PSDB). O prefeito falou em “revelar detalhes” do que o irmão do tucano, Marco Aurélio Garcia, teria feito, segundo ele, “a pedido” do chefe do Palácio dos Bandeirantes.
Em uma publicação em seu Instagram, Santos afirmou que era “parceiro” e mantinha “intenso contato” com Garcia no “palácio do governo e em outros lugares”. “Ou já se esqueceu?”, indagou.
“Por que não olha para dentro de sua própria casa, como, por exemplo, para seu irmão Marco Aurelio Garcia, que deve muita explicação à polícia e ao povo paulista, ou o senhor quer que eu esponha (sic) detalhes do que ele fez ao seu pedido e ainda esta (sic) fazendo nesse exato momento?”, disse o prefeito.
O irmão do governador foi condenado por lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar a Máfia do ISS. Denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, o grupo de fiscais da Fazenda da Prefeitura de São Paulo foi denunciado por cobrar propinas de empreiteiras. O caso chegou a ser citado pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT) durante debate entre candidatos ao Palácio dos Bandeirantes.
O prefeito de Embu das Artes virou uma arma de Garcia contra o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos). Sua propaganda eleitoral usou um vídeo do adversário dizendo a Santos que os dois vão “trabalhar juntos”. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo negou um pedido de direito de resposta feito por Tarcísio após a exibição da propaganda.
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Ney Santos foi preso duas vezes e, em 2016, chegou a ficar foragido - na época, foi deflagrada a Operação Xibalba, do Ministério Público de São Paulo. Conhecido pelos promotores como “Ney Gordo”, ele foi acusado de organização criminosa e lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas.
Procurada, a campanha de Rodrigo Garcia não se manifestou.
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