domingo, 16 de agosto de 2020

Ruy Castro A vez dos astros, FSP

 

Assim como as atrizes, há muitos atores também a caminho do centenário

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Domingo último, aproveitei a perda recente de Olivia de Havilland, aos 104 anos, para discutir a velha mania da imprensa de chamar de “fim de uma era” a morte de toda estrela do cinema do passado. Para provar que as eras não têm fim, fiz uma lista de atrizes daquele tempo que continuam entre nós. Leitores se empolgaram e me cobraram uma lista equivalente, só que com os homens. É fácil.

É verdade que, há pouco, perdemos Kirk Douglas, aos 103 anos. Mas, para que não se diga que a imortalidade só contempla as moças, eis alguns dos rapazes do cinema e da música que seguem na praça.

Hugh O’Brien (o “Wyatt Earp” da televisão), aos 95; Mel Brooks e Tony Bennett, 94; Sidney Poitier e Harry Belafonte, 93; Don Murray (galã de Marilyn Monroe em “Nunca Fui Santa”), 91; Christopher Plummer (o Von Trapp de “A Noviça Rebelde”), Robert Wagner (mais famoso como marido de Natalie Wood, lembra-se?), Clint Eastwood, Gene Hackman e Stephen Sondheim, todos, 90. E prepare-se para os também 90 de Sean Connery no próximo dia 25.

Entre os caçulas, Jean-Louis Trintignant (de “Um Homem e uma Mulher”) e Robert Duvall (de “Apocalipse”), 89; Joel Grey (de “Cabaré”), 88; Jean-Paul Belmondo (de “Acossado”), Michael Caine e o maestro Quincy Jones, 87; Roman Polanski e o cantor Pat (“Bernardine”) Boone, 86; Woody Allen e Alain Delon, 84; Robert Redford e Warren Beatty, 83. E outros que ficam no berçário.

Mas meu favorito é Norman Lloyd, coadjuvante quase obscuro, mas imortal entre os fãs de Hitchcock. É o vilão nazista que despenca da Estátua da Liberdade em “Sabotador” (1942). O herói, Bob Cummings, tenta segurá-lo pela manga do casaco, mas as costuras se desfazem e ele cai lá de cima. Depois, Lloyd tornou-se frequente colaborador de Hitch, inclusive em sua série de TV. Pois está com 106 anos e, pelo menos até 2015, na ativa. E só porque passou a ter bons alfaiates.


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