Plásticos filme, laminados, multicamadas e outros mais complexos são os mais difíceis de reciclar. Diferentemente do PET, que pode ser moído e cujos pellets já têm absorção do mercado, os plásticos mais flexíveis e finos costumam sobrar em cooperativas e em centrais mecanizadas de reciclagem e, sem recicladores que possam processá-los e sem valor de mercado, acabam sendo depositados em aterros sanitários.
A Braskem, que é a maior produtora de resinas plásticas das Américas, está investindo para ampliar a variedade de plásticos recicláveis e obter resina de boa qualidade como resultado da reciclagem química.
A novidade é a inclusão de um catalisador no processo de pirólise do plástico. A pirólise é o processo capaz de quebrar as moléculas da resina plástica por meio do calor, transformando-a novamente em matéria-prima, em forma de gás ou líquido, que pode ser reinserida na cadeia produtiva. Habitualmente requer altíssimas temperaturas.
Com o catalisador, o processo de pirólise exige temperaturas menores e as resinas obtidas ao final do processo têm melhor qualidade. “Esperamos ter, em 12 a 18 meses, catalisadores viáveis para o mercado”, diz Luiz Falcon, responsável pela plataforma de reciclagem química da empresa.
“A tecnologia de reciclagem química é complementar à mecânica. Ela amplia o leque de plásticos que podem ser reciclados. Pode existir numa empresa recicladora uma unidade ao lado da reciclagem mecânica. Além disso, como a resina resultante é da mesma qualidade do produto inicial, ela economizaria recursos”, afirma.
Falcon considera o processo pioneiro no mundo. Apesar de usar um componente metálico no processo, a geração de resina de boa qualidade como resultado de reciclagem pode diminuir a extração de matéria-prima, que é derivada de petróleo.
Para o desenvolvimento da tecnologia, a empresa assinou acordo de cooperação com a Fábrica Carioca de Catalisadores (FCC S.A.) e mantém parcerias com o EngePol – Laboratório de Engenharia de Polímeros da Coppe/UFRJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro) e com o Senai.
Os investimentos nesta etapa da pesquisa estão estimados em R$ 2,7 milhões, entre recursos financeiros e pessoal das instituições e empresas.
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