domingo, 19 de maio de 2024

Tarcísio diz a Valdemar que irá para PL e mudança tem potencial para influenciar eleição na Câmara, OESP

 BRASÍLIA – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, disse ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que vai se filiar ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda neste ano. Mas a saída de Tarcísio do Republicanos, sua atual legenda, não será um divórcio litigioso. A expectativa ali é de que essa mudança abra caminho para o apoio do Palácio do Planalto ao deputado Marcos Pereira, candidato à sucessão de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara.

As eleições que vão renovar a cúpula da Câmara e do Senado ocorrerão somente em fevereiro de 2025, mas já mobilizam os partidos. Para a cadeira de Lira, um dos candidatos é justamente Pereira, que comanda o Republicanos.

Tarcísio é hoje o mais cotado para herdar espólio de Bolsonaro na disputa ao Planalto, em 2026
Tarcísio é hoje o mais cotado para herdar espólio de Bolsonaro na disputa ao Planalto, em 2026 Foto: Célio Messias/Governo do Estado de SP

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O Planalto não vai aparecer na disputa, mas, nos bastidores, faz articulações para não ter desafetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com influência na direção da Câmara e do Senado.

Embora Tarcísio negue que tenha intenção de se candidatar ao Planalto em 2026, quando Lula pretende concorrer a novo mandato, a cúpula do PT não acredita nisso. É aí que a contenda nacional se cruza com o jogo no Congresso.

Governador é visto como futuro desafiante

Convencidos de que o governador de São Paulo assumirá o papel de principal desafiante da direita contra Lula, daqui a dois anos, deputados petistas relutam em apoiar a candidatura de Marcos Pereira, hoje primeiro vice-presidente da Câmara.

Muitos argumentam que o PT não pode estar ao lado do presidente do Republicanos num embate tão importante porque se trata do partido de Tarcísio. O Republicanos controla o ministério de Portos e Aeroportos, mas a escolha de Silvio Costa Filho para a pasta é debitada na “cota pessoal” de Lula.

Aliados de Pereira avaliam que a transferência de Tarcísio para o PL ajuda o deputado a obter aval do Planalto na briga pela presidência da Câmara. Ex-ministro da Indústria e Comércio no governo de Michel Temer, Pereira também é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, e Lula precisa se aproximar do segmento evangélico.

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Há, porém, outro fator nesse jogo: o próprio Lira, que não definiu quem apoiará para sua sucessão. “O governo não vai encaminhar um nome para fazer disputa com Lira”, avisou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Até agora, o nome preferido de Lira para comandar a Câmara é o do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), que não desfruta da confiança de Lula. Correm por fora os deputados Antonio Brito (SP) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Líder do PSD, Brito conta com a simpatia do presidente, embora ministros duvidem de sua viabilidade eleitoral.

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto negociaram a migração de Tarcísio para o PL
Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto negociaram a migração de Tarcísio para o PL Foto: Gabriela Biló e Alex Silva/Estadão

Em jantar no mês passado com Valdemar Costa Neto e com o líder da sigla no Senado, Rogério Marinho (RN), Tarcísio garantiu que migrará para o partido de Bolsonaro.

Valdemar entendeu que a mudança ocorrerá “lá para junho”. Quando questionado sobre o assunto, porém, o governador desconversa e diz apenas que “por ora” não há essa previsão. Amigos de Tarcísio, na outra ponta, garantem que ele só irá para o PL depois das eleições municipais.

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“Tarcísio falou para mim que virá para o nosso partido lá para junho e agora estão todos ansiosos”, disse Valdemar ao Estadão. “Ele está fazendo campanha para candidatos do Republicanos em São Paulo e nós entendemos isso. Faz muito bem. Precisa ajudar o partido que o elegeu. Mas o lugar do Tarcísio é no PL.”

Na avaliação de interlocutores do governador, uma troca de legenda neste momento pode causar impacto em sua base de sustentação no Estado e até no arco de alianças da candidatura do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), ao segundo mandato. De qualquer forma, com Bolsonaro inelegível até 2030, a migração de Tarcísio – cotado para herdar o espólio do ex-presidente – dará a ele uma fatia bem mais gorda do Fundo Eleitoral. O PL tem 94 deputados e 13 senadores. O Republicanos conta com 43 e 4, respectivamente.

Estratégia da anistia entra em banho-maria

Dirigentes do PL começaram a condicionar o apoio a candidatos ao comando da Câmara e do Senado à aprovação de projetos de lei de anistia a Bolsonaro e também a seguidores dele que se envolveram nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

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A divulgação da iniciativa, no entanto, criou problemas para Valdemar. Até mesmo a família de Bolsonaro – que já se indispôs com o presidente do PL por discordar do recurso impetrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para cassar o mandato do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) – reprovou a antecipação da estratégia, hoje em banho-maria. Desde 8 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Tempus Veritatis (Tempo da Verdade), Bolsonaro e Valdemar estão proibidos de manter contato por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Não estou trabalhando pela anistia agora. Até as eleições municipais de outubro, vamos todos brigar muito e depois ficar de bem”, argumentou Valdemar. “Além disso, o PL pode ter candidato à presidência da Câmara.”

O nome cogitado é o do líder do PL, Altineu Côrtes (RJ), mas ele próprio admite ter poucas chances nesse páreo. No Senado, o PL já confirmou o apoio a Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a cadeira de Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

As últimas pesquisas que mostraram Tarcísio competitivo numa eventual disputa com Lula, em 2026, serviram para animá-lo ainda mais, embora até lá o cenário político possa mudar muito.

Um exemplo de mudança foi citado pelo próprio Valdemar. “Quando Bolsonaro me falou, lá atrás, que ia lançar Tarcísio ao governo paulista, eu respondi: ‘Você está louco? Ele não conhece São Paulo’. Agora, quando Bolsonaro fala alguma coisa, eu tenho de pensar”, afirmou Valdemar.

Michelle está mais para Senado, mas é ‘plano B’ de Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro tem mais intenções de votos do que Tarcísio e vem sendo tratada como “plano B” do PL, mas sua rejeição é alta. Bolsonaro quer fortalecer a direita no Senado e lançar Michelle para uma vaga na Casa.

Interlocutores do governador de São Paulo observam que a senadora Tereza Cristina (PP-MS) é cotada para ser candidata a vice numa chapa liderada por ele. Tarcísio e Tereza foram ministros do governo Bolsonaro. Ele, de Infraestrutura; ela, da Agricultura.

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A senadora Tereza Cristina é nome lembrado para vice tanto de Tarcísio como de Caiado
A senadora Tereza Cristina é nome lembrado para vice tanto de Tarcísio como de Caiado Foto: Zeca Ribeiro/Câmara 

A senadora é uma das principais representantes do agronegócio no Congresso e já foi sondada para vice pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que está em campanha aberta à sucessão de Lula.

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), é outro nome citado para vice de Tarcísio. “Eu tenho certeza de que, se Bolsonaro continuar inelegível, Tarcísio será candidato a presidente”, observou Ciro. “Ele só não será em duas hipóteses: se houver um milagre econômico no Brasil, porque daí o Lula estará reeleito, ou se Bolsonaro não apoiá-lo. Mas é muito difícil essas duas coisas acontecerem”, emendou o senador, que foi ministro da Casa Civil no governo passado.

Logo que Tarcísio venceu a eleição, em 2022, Ciro lhe deu dois conselhos. O primeiro: não brigar com Bolsonaro. O segundo: não passar a imagem de que está usando São Paulo como trampolim para voos mais altos.

Na ocasião, o então ministro citou a experiência vivida por outros governadores, como José Serra, João Doria e o próprio Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente, que se elegeram para o Palácio dos Bandeirantes e “no dia seguinte” anunciaram que eram candidatos ao Planalto.

“Eu disse para o Tarcísio: São Paulo tem de ser o exemplo. Então, mais à frente, nós vamos bater na sua porta e você vai vir como salvador da Pátria”, contou Ciro. E concluiu: “Ele está cumprindo esse script direitinho”.

‘Eleição de Trump é um risco econômico e político para o mundo’, afirma Eduardo Giannetti, OESP

 O economista Eduardo Giannetti avalia que uma eventual eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos vai representar um risco econômico e político para o mundo. Ele avalia que a vitória do republicano - hoje líder nas pesquisa - deve significar um “alento” para a direita populista.

“Essa extrema direita populista vai de novo se sentir autorizada e impulsionada a buscar agressivamente o poder”, afirma.

No Brasil, Giannetti diz esperar que, depois de uma “experiência sombria” com a presidência de Jair Bolsonaro, tenha havido um “amadurecimento”.

“E que o Brasil caminhe para uma democracia em que há espaço para uma direita, mas que não é uma aventura como essa que tragicamente nós tivemos de sofrer durante uma pandemia, de um presidente que acredita em pílula do câncer - e o pior é que ele acredita”, diz.

A seguir trechos da entrevista concedida ao Estadão.

Olhando para o cenário externo, o que a eleição nos Estados Unidos pode implicar para o Brasil?

A eleição do Trump é um risco para o mundo, geopolítico, econômico e político. Vai dar alento para essa extrema direita populista que vai de novo se sentir autorizada e impulsionada a buscar agressivamente o poder. É talvez o maior risco que paira hoje em relação ao futuro não só dos Estados Unidos, mas do mundo.

A revista ‘The Economist’ trouxe uma reportagem de capa sobre o risco do desmanche da ordem liberal e das democracias. Como vê esse risco?

Que as democracias estão combalidas, para mim é um fato incontornável e muito surpreendente. Eu não imaginava voltar a ver isso durante o meu ciclo de vida. Agora, não é à toa que a extrema direita populista e a polarização afloraram simultaneamente em tantos países, em tantos continentes. Você tem o fenômeno americano, tem o fenômeno brasileiro, tem o turco, o húngaro, o italiano, o francês, o Brexit. Você pode citar inúmeros exemplos. Isso é sinal de que há fatores subjacentes que se manifestam, com um colorido local, em diferentes regiões e nações. Eu vejo três fatores subjacentes presentes por trás dessa regressão política. O primeiro e mais fundamental é a hiper globalização de meados dos anos 80 até a epidemia.

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'Vejo espaço em qualquer democracia para uma direita civilizada', diz Giannetti
'Vejo espaço em qualquer democracia para uma direita civilizada', diz Giannetti Foto: DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO

O que ela significou?

Ela significou a incorporação em poucas décadas de centenas de milhões de trabalhadores asiáticos ao mercado global de trabalho. O abalo sísmico que isso representou para o trabalhador ocidental é incalculável. De repente, ele se viu competindo com trabalhadores extremamente eficientes e que se dispõem a trabalhar muito mais horas, por uma fração do que eles recebem. Houve um brutal deslocamento de investimentos, de fábricas e de atividade econômica para essas regiões que estavam incorporando centenas de milhões de trabalhadores ao mercado global de trabalho. O ressentimento que isso trouxe, a perda de poder de barganha, a insegurança, a incerteza em relação ao futuro era tudo o que a extrema direita precisava e da qual ela se beneficia. Não é à toa que o slogan do Trump é vamos fazer a América grande outra vez. É voltar para o mundo ao qual eles estavam acostumados. E que não vai voltar.

E quais são as outras duas?

Uma segunda coisa que aconteceu nesse caminho foi a crise financeira 2008 e 2009. Enquanto o sistema financeiro estava ganhando centenas de bilhões de dólares, ai de quem ousasse dizer que aquilo deveria ser minimamente compartilhado e socializado. Era um ganho sacrossanto do mercado livre, ninguém questionava. Na hora em que o jogo acabou e aquele castelo de cartas especulativo ruiu, o que aconteceu? A perda foi socializada, virou dívida pública. Se você quer minar a credibilidade do sistema econômico, é difícil imaginar uma regra mais poderosa e nociva do que essa. Quer dizer, na hora que está ganhando é privado, na hora em que perde tudo vira dívida pública e as gerações futuras vão pagar. E vocês arquem com o desemprego e a segurança e tudo mais. Minou a credibilidade das elites econômicas, da elite intelectual, de todos aqueles que estavam muito felizes com o mundo aparentemente sólido, de valores que não existiam no mercado financeiro.

E, por fim, o fator também muito perturbador e que está pouco entendido ainda, as novas tecnologias, que mudaram completamente a dinâmica da formação de crenças por parte do cidadão. Sumiu aquele espaço compartilhado de debate no qual se formava o mínimo de consenso e de compartilhamento pelo menos em relação aos fatos fundamentais. Eu não consigo imaginar fenômenos políticos vertiginosos como Trump e Bolsonaro sem mídia social. Não há como imaginar outsiders desse tipo invadindo a política institucionalizada com a contundência que fizeram se não fosse essa fragmentação e essa quebra de um espaço razoavelmente compartilhado de informações. Essa tecnologia também tem um efeito de deixar as pessoas muito inseguras e muito temerosas em relação ao futuro. E o sentimento que a extrema direita mais gosta é o medo. Porque eles oferecem ordem, segurança, o mundo de costumes vitorianos.

Essas três forças muito poderosas subjacentes estão atuando e levam cada país à sua caracterização e ao seu colorido local. No Brasil, teria de incluir a Lava Jato, a derrocada econômica e a incompetência épica da Dilma em política econômica que deram colorido.

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E agora como vê o futuro da oposição no Brasil com o cenário de inelegibilidade do Bolsonaro?

Eu espero que a gente vire essa página rapidamente. Eu vejo espaço em qualquer democracia para uma direita civilizada. Mas que respeita ordenamento democrático, não abusa da credulidade de uma população de baixa formação educacional, com propostas e com ideias completamente desconectadas da realidade. Eu espero que, tendo passado essa experiência muito sombria, haja um amadurecimento. E que o Brasil caminhe para uma democracia em que há espaço para uma direita, mas que não é uma aventura como essa que tragicamente nós tivemos de sofrer durante uma pandemia, de um presidente que acredita em pílula do câncer - e o pior é que ele acredita.

Ditadura militar, fogo na Vila Socó e um Brasil que não tem onde morar, podcast Perdas e Danos - Agência Brasil

Um Brasil passando por um momento de expansão do capitalismo, com a manutenção de práticas arcaicas nesse processo de modernização. Assim Nabil Bonduki, urbanista e professor da USP, define o Brasil dos anos da ditadura. Ele afirma que o crescimento do país, naquela época, era “de fazer inveja ao Brasil de hoje”. Mas... esse crescimento estava “baseado em salários baixos”.

Salários baixos que não geravam (e não geram) poder de compra, nem garantiam (e nem garantem) o básico para a sobrevivência. Como moradia, tema do sétimo e último episódio da primeira temporada do podcast Perdas e Danos.

“Debaixo do telhado quente” discute a reforma habitacional, uma das propostas João Goulart em suas reformas de base, e que também foi anunciada no histórico comício de 13 de março, fio condutor pra esse podcast. No comício, ele disse:

“Dentro de poucas horas, outro decreto será também dado ao conhecimento da Nação. Trata-se do decreto que vai regulamentar o preço extorsivo e abominável dos apartamentos que encontram-se vazios”.

Jango falava de um problema que se desenrolava desde os tempos de Getúlio Vargas: o valor altíssimo dos aluguéis. Uma consequência da política de congelamento dos aluguéis e a baixa oferta de imóveis para alugar. Aliado a isso, a moradia não entrava na equação dos salários.

“O custo da habitação, na verdade, não estava previsto no salário do trabalhador. O trabalhador não ganhava o suficiente para pagar uma moradia adequada”, afirma Bonduki. Com isso, dá-se início ao que o urbanista chama de processo de “autoconstrução”, com as casas sendo construídas em etapas, comprando aos poucos o material e construindo em loteamentos, legais ou clandestinos, em favelas e invasões.

Seja barracão, seja casa de alvenaria, essas autoconstruções geralmente acontecem de forma desorganizada, sem o acompanhamento da infraestrutura básica para viver de forma digna, geralmente nas periferias, não raro em terras públicas e muitas vezes em áreas de risco.

Jango tinha uma proposta para isso, muito com base em um encontro organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil. Uma versão urbana da reforma agrária. Mas, como esse é o podcast do “poderia ter sido”, não deu tempo de implementar essa reforma. Mais um plano interrompido pelo Golpe Militar de 1964.

Da ditadura, no entanto, temos o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS, que financia habitação própria. Isso para o trabalhador formal. Todo o restante, ficou de fora. E as favelas e comunidades, como sabemos, proliferaram.

Favelas que receberam migrantes vindo das áreas rurais de todo o país, numa promessa de melhoria de vida feita pela industrialização. Dojival Vieira, que nasceu em Lagarto, no interior de Sergipe, mas que chegou na Baixada Santista, em São Paulo, em 1968,  ainda criança, acompanhando o pai, a mãe e três irmãos, conta como era viver nessas comunidades.

“Nós morávamos numa casinha que era uma favelinha.  Era uma casa de tábua, quando chovia a água enchia e ficava só uma parte da casa que a gente botava móveis e dormia todo mundo lá, amontoado”.

Dojival morava em Cubatão, cidade que, em 1980, tinha pouco mais de 78 mil habitantes. 60% vinham de fora. Cidade que era sede de uma importante refinaria de petróleo da Petrobras, a Presidente Bernardes - maior produtora de asfalto do continente. E a cidade que foi a mais poluída do mundo, que recebeu o título de “Vale da Morte”.

Cubatão, que tinha metade da população vivendo em favelas. Uma delas, a Vila Socó. Favela que pegou fogo, em 1984, no final do governo de João Batista Figueiredo, o último presidente militar. Segundo o Ministério Público de São Paulo, o desastre deixou pelo menos 508 mortos e é o maior da história do Brasil, segundo inquérito do Ministério Público de São Paulo. Mas como as investigações foram arquivadas, o número oficial de mortes é mais de cinco vezes menor: 93 pessoas.

Neste último episódio da primeira temporada, relembramos esse incêndio, as reformas que poderiam ter acontecido e as políticas que a ditadura colocou no lugar. Voltamos logo mais com a segunda temporada!!! 


todos os episódios neste link https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2024-05/ultimo-episodio-do-podcast-golpe-de-1964-perdas-e-danos-ja-esta-no-ar