sexta-feira, 10 de maio de 2024

Como a Turma da Mônica foi dos gibis às maçãs? 🍎, The news

 

A história começou há mais de 30 anos. Era início dos anos 1990 e Mauricio de Sousa, o criador da Turma da Mônica, caminhava por uma plantação de macieiras.

Mas aquelas maçãzinhas eram muito gostosas e fáceis de serem carregadas.

Maurício logo pensou em seus filhos e em como as pequenas maçãs caberiam perfeitamente em suas mãos. Era ideal para crianças.

Essa foi a faísca que trouxe a ideia de licenciar a Turma da Mônica para produtos de hortifrúti — inicialmente, maçãs.

Hoje, a produção mensal é de mais de 1,5 mil tonelada da fruta.

Os 15 fornecedores autorizados ficam no Nordeste, Sudeste e Sul do país, totalizando cerca de 3.500 hectares de plantação.

Depois de colhidas, essas maçãs vão para a Fischer, responsável por toda produção. É ela que cuida do armazenamento, controle de qualidade e empacotamento, deixando o produto pronto para consumo.

(Foto: Valor Econômico | Fischer)

Além das maçãs

Com o sucesso das frutas vermelhas, a linha licenciada expandiu para novos itens, como banana, melancia, laranja, kiwi, ovos, brócolis, alface, cenoura e outras hortaliças.

Maurício diz que a história da Turma da Mônica traz credibilidade e facilita a entrada em outros mercados.

Deixando os alimentos de lado... 🏰

A lógica aqui é a mesma da Disney. O que começou como um mero desenho de um ratinho foi crescendo e ganhando popularidade.

Conforme aqueles quadrinhos conquistavam fãs, surgiam novos personagens, até chegar ao ponto de lançar desenhos, filmes, parque de diversões, serviço de streaming…

E os produtos licenciados também entram nessa. A empresa do Mickey é a que mais vende mercadorias licenciadas no mundo. São mais de US$ 50 bilhões por ano em vendas.

No nosso exemplo tropical, o playbook foi parecido — nas devidas proporções.

A Turma da Mônica também tem parque, desenhos e filmes e uma série de produtos licenciados, como materiais escolares, itens de higiene, roupas e brinquedos.

Isso só mostra como uma marca forte, amada por muitas pessoas, pode diversificar sua receita “apenas” vendendo o direito de imagem de um trabalho que já foi construído.


Qual a solução para tantos streamings diferentes?, The News

 

Rodízio. É exatamente assim que muita gente tem pensado: assinar um streaming, assistir à série do momento, cancelar o planoAssinar outro, assistir à outra série… E por aí vai.

  • 1/4 dos assinantes de streaming dos EUA — 29 milhões de pessoas — cancelaram 3 ou mais serviços nos últimos dois anos;

  • Desses, 1/3 voltou a assinar o serviço cancelado em até seis meses.

“Se eu não uso, pra que gastar?” O novo padrão de consumo é não ser fiel a apenas um streaming, mas ao conteúdo daquele mês. Acabando de assistir à Wandinha, cancela e assina Apple TV+ para ver Ted Lasso.

O motivo de tanta desistência é um só…

O bolso. Com o aumento nos preços dos planos, assinar diferentes streamings para não ficar por fora do que está no hype tem pesado no orçamento.

No ano passado, o americano-médio gastava menos de US$ 50 com streaming. Hoje em dia, esse valor é de US$ 61 pela mesma quantidade de assinaturas do que antes.

Quem não gosta disso, são os streamings, que perdem receita recorrente. A saída de alguns tem sido se unir com outros — a exemplo do movimento de ESPN, Fox e Warner com os esportes.

Zoom out: Mesmo com as receitas crescendo e passando dos US$ 70 bi, os streamings ainda lutam para lucrar. No ano passado, entre os grandes serviços mundiais, só a Netflix fechou no azul.


Protestos nas universidades converteram progressistas 'woke' à liberdade de expressão, João Pereira Coutinho, FSP

 É um dos milagres do ano: os protestos dos estudantes nas universidades americanas voltaram a converter os progressistas "woke" às virtudes da liberdade de expressão. Ainda me lembro: as palavras são violência, diziam eles, exigindo "safe spaces" —espaços seguros— e "trigger warnings" —avisos de gatilho— para combater as "microagressões".

Mas bastou a guerra em Gaza para que a Primeira Emenda da Constituição fosse recordada com nostalgia. Afinal, as palavras não são violência. Os "safe spaces" e os "trigger warnings" não fazem o menor sentido. E as "microagressões" não passam de conceitos vagos, absurdos, até perigosos.

Acampamento em apoio aos palestinos na Universidade Columbia, em Nova York (EUA), neste domingo (28) - David Dee Delgado/Reuters

Quando o assunto é Israel, os judeus e a guerra em Gaza, violência é não haver palavras. E os únicos "safe spaces" tolerados são os campi das próprias universidades, onde é possível fazer tudo —protestar, sim, mas também ocupar edifícios e assediar colegas judeus.

São assim os progressistas "woke": numa semana, são Torquemadas; na semana seguinte, são marqueses de Sade. Que o diga Jay Caspian Kang, que oferece na New Yorker um exemplo dessa metamorfose.

Houve um tempo, confessa Kang, em que ele compreendia a atitude daqueles estudantes que escorraçavam das universidades os palestrantes conservadores. Na peculiar cabeça de Kang, os estudantes estavam apenas a exercer o seu direito segundo a Primeira Emenda, não a violá-la grosseiramente.

É uma interpretação genial: posso destruir a liberdade do outro se estiver apenas a exercer a minha liberdade. Ou, em poucas palavras, viva a selva!

Mas agora Kang mudou de ideias. A liberdade de expressão, no fim das contas, deve adotar sempre um ponto neutro, permitindo aquele "mercado de ideias" de que falava John Stuart Mill.

Estou comovido. Não estou convencido. Se, amanhã, um grupo de trumpistas ocupar o campus de uma universidade para defender as suas ideias supremacistas, será que Jay Caspian Kang publicará um texto na New Yorker a defendê-los? Será que a Primeira Emenda, nesse caso, ainda terá validade?

A essa eu respondo: tem sim. Tem sempre. Os protestos nas universidades americanas podem ferir os meus ouvidos, sobretudo quando abraçam o antissemitismo sem disfarces.

Mas, tirando ocupações ilegais de edifícios ou violência física contra terceiros, defendo a liberdade dos estudantes pró-palestinos em proferirem as suas opiniões contra Israel e a favor de um grupo terrorista como o Hamas.

Como é evidente, também defenderia o direito de estudantes trumpistas em se manifestarem nos mesmos termos.

O compromisso com a liberdade de expressão é substancial, não instrumental. Não depende da nossa simpatia pela causa do momento. Depende, tão só, de acreditarmos nas virtudes dessa liberdade para uma sociedade democrática.

Quem pensa que a liberdade de expressão só é válida quando o tema é válido aos seus olhos, é tão fanático como os fanáticos que pretende silenciar.