domingo, 7 de setembro de 2014

Ideb põe em alerta ensino de 658 cidades


BÁRBARA FERREIRA SANTOS, VICTOR VIEIRA, LUIZ FERNANDO TOLEDO - O ESTADO DE S. PAULO
06 Setembro 2014 | 19h 23

Do 1º ao 4º ano, 11,8% dos municípios não avançaram nem atingiram nota 6; do 5º ao 9º ano, a mesma má avaliação atinge 354 locais

 Os anos iniciais do ensino fundamental público em 658 municípios do País ficaram em “estado de alerta”, segundo os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2013, divulgados anteontem pelo Ministério da Educação (MEC). Mais do que não ter alcançado as metas, nenhuma dessas cidades melhorou seu desempenho ou atingiu a nota 6 – projeção feita pelo MEC para o Brasil em 2021, dentro de uma escala de zero a dez. 
Felipe Rau/Estadão
A oferta de ensino de qualidade é prevista pela Constituição, mas não há punições previstas para o descumprimento
O total de cidades em alerta no ciclo 1 do Fundamental corresponde a 11,8% do total de municípios do País. No caso da segunda fase do ensino fundamental, do 5.º ao 9.º ano, são 354 municípios na mesma situação de alerta – 6,4% das cidades brasileiras. Já para o ensino médio o ministério divulga somente as notas por Estados. 
Esse levantamento leva em conta a nota média da educação pública, que inclui as redes municipais, estaduais e federal. Mas, se forem consideradas só as redes públicas municipais, o retrato é semelhante: o País tem 660 cidades em alerta nos anos iniciais do ensino fundamental e 207 nos anos finais.
O número de cidades “em alerta”, tanto considerando a média da educação pública quanto apenas as redes municipais, pode até ser maior, por causa da quantidade de municípios em que não é possível fazer o cálculo de evolução por falta de nota em 2013 ou em 2011, ano da penúltima edição. As cidades que não têm o mínimo de participantes exigido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do MEC responsável por calcular o Ideb, não terão medição.
O recorte por avanços, metas e projeções dá melhor noção sobre a situação das cidades. Especialistas são bastante críticos em relação aos rankings que tentam listar Estados, municípios ou escolas e desconsideram outros fatores que permitem aprofundar a análise dos dados.
Outro problema das médias é esconder o impacto de cada um dos componentes do Ideb – as notas de aprendizagem em Português e Matemática e o nível de aprovação, que mede a evasão e a repetência. Como as políticas de fluxo escolar são um caminho mais fácil para melhorar o Ideb, em alguns casos as variações de aprendizagem registram piora, porém não ficam no centro das análises.
A Região Sudeste, embora seja a mais rica do País, é a que concentra a maioria dos municípios em “estado de alerta” no ensino público. Nos anos iniciais do fundamental, 204 cidades com o sinal vermelho ligado pertencem ao Sudeste – 31% das 658 cidades em estado de alerta. Desse grupo, 32 se localizam no Estado de São Paulo.
Já nos últimos anos do fundamental há 167 municípios do Sudeste, de um total de 354 no País – 47,2% do total. Entre os paulistas, são 35 nessa situação.
Colaboração. Segundo Mozart Neves Ramos, especialista em Educação e diretor do Instituto Ayrton Senna, essas cidades exigem um “olhar diferenciado” para a formação de políticas públicas. “Um grande problema no Brasil é a equidade. A gente tem um País desigual. Se alguém estuda em uma escola melhor, tem um futuro mais promissor. Mas o direito à aprendizagem não está sendo cumprido na totalidade”, afirma.
As ações governamentais para melhorar a educação, segundo Ramos, devem ser feitas por meio de um regime de colaboração entre os três entes federativos – municípios, Estados e União. “Temos de ter um esforço diferenciado. Não adianta dar um mesmo remédio para curar tudo”, diz.

Análise: O Ideb e a melhoria da educação

PAULA LOUZANO - DOUTORA EM EDUCAÇÃO POR HARVARD
06 Setembro 2014 | 03h 00

'É triste ver o MEC perder a chance de divulgar um conjunto de informação útil para a análise dos nossos problemas educacionais'

A divulgação dos resultados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) de 2013 mostra mais uma vez nossa dificuldade de irmos além dos rankings. É triste ver o MEC perder a chance de divulgar um conjunto de informação útil para a análise dos nossos problemas educacionais e dos possíveis caminhos a seguir no dia que a educação vira manchete nacional.
O Ideb tem em sua composição a média de matemática e língua portuguesa de uma rede de ensino ponderada pela taxa de aprovação. Portanto, para aumentar o Ideb uma rede pode aprovar mais alunos ou aumentar seu aprendizado em matemática e língua portuguesa. Como as duas ações são importantes e deveriam estar interligadas, as redes de ensino que estão fazendo um bom trabalho educacional são exatamente aquelas que são capazes de melhorar os dois indicadores, e isso não se vê refletido necessariamente na nota do Ideb. Vamos esperar a informação do desempenho em cada uma das disciplinas que compõe o Ideb, entregues em uma métrica que permite analisar pedagogicamente os problemas educacionais, para podermos aprofundar a análise de um desafio que parece se repetir desde 2009: não logramos transformar a melhoria na qualidade da educação dos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano) em melhorias no ciclo seguinte (6º ao 9º ano) ou mesmo no ensino médio.
Em termos práticos, isso significa que de todos os alunos que chegam ao 6º ano sabendo divisão com divisor de dois dígitos, somente metade desses vai aprender no final do 9º ano a transformar fração em porcentagem e apenas a metade da metade vai sair do ensino médio sabendo calcular juros simples. Além disso, ao mesmo tempo em que aumenta o contingente de alunos a quem é negado um conhecimento poderoso, aumentamos o número de reprovados e expulsos do nosso sistema educacional.
Portanto, os sistemas de educação que deveriam ser escrutinados para que possamos aprender são aqueles que estão conseguindo melhorar o aprendizado sem reprovar ou expulsar maciçamente os que apresentam dificuldade. Infelizmente, o ranking do Ideb não é capaz de nos fornecer esta informação, razão pela qual o conjunto dos dados coletados pelo Inep precisa ser divulgado.

Resultado do Ideb é pior ao se avaliar aprendizagem

VICTOR VIEIRA - O ESTADO DE SÃO PAULO
06 Setembro 2014 | 03h 00

Em apenas três Estados - Pernambuco, Rio de Janeiro e Acre - houve melhora na nota dos estudantes do ensino médio público

 O mau resultado no ensino médio do País, revelado pelo Ideb 2013, é ainda pior se considerarmos apenas a avaliação da aprendizagem, um dos componentes usados para calcular o índice. Em apenas três Estados - Pernambuco, Rio de Janeiro e Acre - houve melhora na nota dos estudantes do ensino médio público. 
Somente nos primeiros anos do fundamental (1.º ao 4.º ano), a maioria dos Estados teve melhora significativa na nota e também no fluxo escolar.
Isso acontece porque o Ideb é calculado pelas notas da Prova Brasil, que mede a competência em Português e Matemática, e pelo fluxo escolar, que considera taxas de aprovação. O resultado permite que dificuldades na aprendizagem possam ser mascaradas por políticas que reduzam a repetência e a evasão.
Nos primeiros anos do Ideb, que existe desde 2005, o peso do fluxo escolar era mais elevado. A pressão por aumentar o índice, que também é vinculado ao repasse de recursos, fez várias secretarias acelerarem a passagem dos alunos de um ano para o outro. “Essa é a parte mais simples, que pode ser resolvida por decreto”, afirma a ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda.
"Ja a mudança no nível de aprendizado é lenta porque exige esforço maior das redes", diz o presidente do Conselho Nacional da Educação (CNE), José Fernandes de Lima. “No ensino médio, é ainda mais difícil ter uma resposta porque o aluno já traz um histórico dos outros anos”, afirma.
Mudança. A tendência, de acordo com especialistas, é de que o peso da taxa de aprovação diminua cada vez mais nos próximos anos, como reflexo das políticas para reter alunos na sala de aula. “Chega-se a um ponto em que a melhora do fluxo se torna pequena”, diz Maria do Pilar.
Segundo o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a decomposição do indicador é essencial para planejamento e ajuste das políticas educacionais. “O direito à educação combina acesso, permanência e qualidade”, defende. “A secretaria que aposta somente no fluxo prejudica uma geração inteira de alunos”, aponta Cara. 

Propostas,por Amir Khair no Estadão


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Amir Khair
Há dissenso nas propostas para retomar o crescimento e, nesse sentido causa decepção os programas de governo para a economia dos dois candidatos de oposição ao atual governo.
O programa de Aécio e de Marina convergem para duas propostas "salvadoras": restaurar o tripé macroeconômico e conceder autonomia formal ao Banco Central (BC) para o controle da inflação. Param por aí sem apresentar a conexão dessas duas propostas para justificar o crescimento econômico.
O mercado financeiro é que sempre defendeu essas propostas. Elas consolidam a posição que lhe interessa de continuidade das altas taxas de juros (Selic e ao tomador), que historicamente lhe garante lucros elevados.
É situação ímpar no contexto internacional, que opera com taxas de juros básica ao nível da inflação e ao tomador com spreads na faixa de 3% a 5% ao ano.
Caso vençam essas propostas corre-se o risco de voltar ao passado de absoluta dominância financeira, que tanto estrago causou e que ainda causa ao tecido econômico, pois as taxas de juros, embora reduzidas no governo Dilma, ainda se encontram entre as mais altas do mundo.
Vale destacar que o BC na gestão do economista Alexandre Tombini tem diretoria não ditada pelo mercado financeiro, como foram as anteriores, e daí poder tomar decisões não pautadas por ele. Isso tem levado a críticas de que suas decisões não servem para ancorar as expectativas dos agentes econômicos. O que comanda as expectativas é a inflação passada e não a incerta futura. Essas críticas, no entanto, são atenuadas quando as decisões da autoridade monetária vão na direção de elevação da taxa básica de juros.
Tripé enganoso. É sintomático falar na perna fiscal do tripé macroeconômico como sendo composto pelo superávit primário (receitas menos despesas exclusive juros) em vez do resultado nominal (receitas menos despesas, inclusive juros), que é o conceito adotado em todos os países e organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Isso ocorre para tirar o foco da causa central da sobrevalorização cambial e do rombo nas contas públicas causados pelos juros básicos elevados. Falar em câmbio flutuante é outra enganação, pois é administrado e em poucos meses o BC já torrou US$ 95 bilhões em swaps cambiais para segurar o câmbio em R$ 2,20/US$. Falar em meta de inflação sob responsabilidade do BC é enganoso também, pois a maior parte da inflação, como se verá à frente, independe do Banco Central.
Independência do BC. A independência do Banco Central colide com a política de articulação do front econômico para combater a inflação e para estimular o crescimento. Além disso, o BC só controla 5% da inflação. Vejamos. Nos últimos quatro anos, a média de inflação anual foi de 6,0%, com a seguinte subida anual média de preços: alimentos 9,0%, serviços 8,5% e preços monitorados pelo governo 3,6%. Na composição do IPCA, os alimentos participam com 25%, os serviços com 33%, os preços monitorados pelo governo com 20% e todos os demais itens dos preços comercializáveis (sujeitos à concorrência externa) pesam 22%. Assim, os alimentos contribuíram com 2,2 pontos (25% de 9,0), os serviços com 2,8 pontos (33% de 8,5) e os preços monitorados com 0,7 ponto (20% de 3,6), totalizando 5,7% de inflação em 6,0% ocorrido, ou seja, os três itens responderam por 95% da inflação (5,7 dividido por 6,0). Mas então o BC não controla a inflação? Não, pois a política monetária que vem adotando a Selic elevada para combater a inflação nada influi nos preços dos alimentos, nem nos preços dos serviços e nada tem a ver com os preços monitorados pelo governo.
O BC só influencia os preços dos bens comercializáveis, exclusive os alimentos, e o faz pelo câmbio, que mantém artificialmente valorizado usando a Selic elevada para atrair os dólares especulativos, que inundam a economia e drenam US$ 10 bilhões anualmente para a banca internacional. Vale considerar que mesmo essa estratégia tem limites, pois quem exporta para o Brasil tem folga suficiente nos preços em dólar e consegue reduzi-los para penetrar nosso mercado dado os elevados preços que vigoram na nossa economia.
Qual então o sentido das propostas de conceder independência formal ao BC? Nenhum, a não ser para manter livre a prática das elevadas taxas de juros, que retiram 6% do PIB nas contas públicas, tornando-as deficitárias. Como é o governo federal que paga essa conta, há falta de recursos, mesmo com a alta carga tributária, para atender à demanda social e de infraestrutura do País.
Crescimento. Para crescer é necessário em primeiro lugar eleger novo modelo econômico baseado num sistema de metas de crescimento em vez de metas de inflação. Com o posicionamento adequado da Selic ao nível da inflação (6%), o câmbio flutuaria para perto de R$ 3,00/US$, devolvendo parte significativa da perda de competitividade interna e externa. Como a disputa externa é mais dura, a briga por margem econômica é decisiva. Com o câmbio adequadamente posicionado abre-se espaço comercial para a disputa.
A retirada de tributos que ainda oneram as exportações (especialmente créditos de ICMS retidos pelos governos estaduais) e a convergência de preços dos insumos básicos para próximos dos níveis internacionais (com o fim da proteção tarifária em vigor) completam o arcabouço possível para a retomada da disputa externa. Com isso, novos acordos internacionais podem se tornar viáveis facilitando negociações atualmente amarradas por protecionismos que procuram compensar a pouca competitividade dos produtos aqui produzidos.
Outro elemento decisivo para abrir espaço ao crescimento é retirar as barreiras que tolhem o consumo e o investimento. A principal barreira ao consumo é a má distribuição de renda e altas taxas de juros ao consumo, atualmente em 102,36% ao ano, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac). Mais do que dobra (!) o preço dos bens que são financiados por prazos a partir de um ano. A principal barreira ao investimento é a falta de perspectiva de expansão do consumo. Investir por quê, quando há capacidade ociosa e risco elevado da concorrência externa? É melhor esperar, e eventuais sobras de caixa podem ser aplicadas nos títulos do governo federal, sem riscos, boa rentabilidade e liquidez imediata.
Mudança. A sociedade pede mudança. A presidente parece reconhecer o fracasso da política econômica e a carência social que vigora no País. Acenou com nova equipe para o comando da economia. Fez bem, mas deve deixar claro que mudanças pretende. Entre elas, é necessário parar de sufocar a Petrobrás e Eletrobrás, fortalecendo-as para o desempenho de sua função estratégica para o desenvolvimento do País. Ainda resta um fio de esperança!

A força do Algoritmo, por Renato Cruz, no Estadão de 7 de setembro 14

Quem decide o que você vê na internet? Um buscador como o Google tem um algoritmo complexo para definir o que mostra em seus resultados. Tudo começou de forma relativamente simples: o chamado PageRank analisava a quantidade de links que apontavam para determinada página, para dizer se ela era importante ou não. A importância das páginas que abrigavam esses links também era levada em conta. Com isso, garantia que os resultados mais relevantes seriam mostrados em primeiro lugar.
Mas a complexidade do algoritmo tem aumentado. As pessoas começaram a criar sites que trocavam links entre si para melhorar suas posições nos resultados das buscas. O Google criou então mecanismos para evitar esse tipo de golpe. O buscador também incorporou personalização nos resultados, levando em conta coisas como a localização do usuário e o tipo de conteúdo que normalmente interessa a ele.
Em redes sociais como o Facebook, a situação era diferente. Os conteúdos relevantes eram selecionados por amigos. Mas o serviço cresceu tanto que deixou de ser possível mostrar tudo o que todos os amigos publicam, e o Facebook passou a filtrar os conteúdos mais relevantes a partir das pessoas e dos tipos de conteúdos com quem você mais interage, ao clicar, comentar e compartilhar.
Até agora, o Twitter mostrou as publicações de todas as pessoas que você segue, em ordem cronológica inversa, com o tuíte mais recente no alto da página. Na semana passada, Anthony Noto, diretor financeiro do Twitter, disse em um evento em Nova York
que essa forma “não é a experiência mais relevante para o usuário”. Como exemplo, ele disse que uma publicação importante pode ficar enterrada na lista de um usuário caso ele não esteja com o serviço aberto na hora em que ela foi publicada.
Faz todo o sentido criar maneiras automatizadas de selecionar conteúdo relevante, no atual ambiente de abundância de informação. Mas a opacidade dos critérios preocupa. Sem seleção, o serviço deixa de funcionar bem. Agora, como saber se conteúdos mais relevantes não estão deixando de ser mostrados?
O risco é que os algoritmos, muito bem treinados, mostrem somente coisas que reforcem a visão de mundo de cada um, e passem alimentar o pensamento de tribo, o isolacionismo e a intransigência. No mundo das redes sociais, com um clique é possível deixar de ver as publicações de quem pensa diferente, calar o pensamento contrário.
Uma definição clássica diz que o objetivo das notícias é tornar o importante interessante, e não o contrário. Num mundo em que algoritmos servem conteúdo personalizado, o importante pode enfraquecer diante do interessante. Com o tempo, os sistemas até serão capazes de fazer a distinção. Mas como ficamos até lá?
Regras
O algoritmo é um conjunto de regras, traduzido em comandos de programação. Antes do Google, havia diretórios de internet, como o Yahoo quando foi criado. A rede mundial era muito menor, havia bem menos sites no mundo, e o diretório do Yahoo era editado por pessoas, que classificavam cada site sugerido ao serviço em categorias. Em poucos anos, esse modelo deixou de ser possível.
Dinheiro
Na semana passada, me perguntaram: uma empresa precisa gastar dinheiro em anúncios para aparecer nas redes sociais. A resposta está no próprio modelo de negócios dessas redes, baseado em publicidade. Se fosse fácil aparecer sem gastar dinheiro, os serviços não teriam apostado nos anúncios como a sua principal fonte de receita. Sem pagar, a publicação de uma empresa atinge uma parcela muito pequena de seus fãs no Facebook.
No Estado de hoje (“A força do algoritmo“, p. B10).