quarta-feira, 28 de junho de 2023

Painel - Novo conselheiro do TCM nomeia namorada de filho de Milton Leite, FSP

 Guilherme Seto

SÃO PAULO

Empossado nesta segunda-feira (26) como novo conselheiro do Tribunal de Contas do Município, Ricardo Torres contemplou o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), na primeira indicação que fez ao seu gabinete.

Nesta terça-feira (27), ele nomeou Gislaine Hereda Pinheiro, namorada do deputado estadual Milton Leite Filho (União Brasil), filho do vereador, para o cargo de assessora de gabinete. O salário é de R$ 18 mil, mais gratificação.

Reportagem da Folha mostrou que, em 2018, Gislaine, conhecida como Gica, foi contratada pela Câmara Municipal de São Paulo durante a presidência de Leite para cuidar de contrato milionário de publicidade da Casa. Ela foi nomeada diretora de comunicação externa da Câmara, com o salário bruto de R$ 19,4 mil à época.

Gislaine Pinheiro, a Gica, nomeada para cargo no TCM-SP
Gislaine Pinheiro, a Gica, nomeada para cargo no TCM-SP - Reprodução/Câmara Municipal de SP

Formada em direito, ela é filha de Paulo Pinheiro (ex-MDB, atualmente no União Brasil), ex-prefeito de São Caetano do Sul, e foi presidente do diretório do MDB da cidade do ABC.

Como mostrou o Painel, Leite e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), se estranharam por meses a respeito da indicação para a vaga que abriria no TCM. O cacique do União Brasil dizia que o emedebista havia prometido a ele a indicação, o que Nunes negava.

O prefeito queria indicar Marcela Arruda, secretária de Gestão, nome rejeitado por Leite, que defendia Milton Leite Filho. Nunes e Leite então chegaram a Ricardo Torres, então secretário municipal da Fazenda, como denominador comum. O trânsito político de Torres foi frequentemente destacado como um atributo que Arruda não detinha.

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A primeira nomeação de Torres puxa uma lista para contemplar também nomes escolhidos por Nunes, em um gabinete cuja composição deverá expressar as forças políticas que sustentaram a indicação.

Procurados, o presidente da Câmara e o deputado estadual não quiseram se manifestar. Em nota, o TCM afirma que "a legislação estabelece requisitos que são verificados antes da nomeação e no ato de posse para os cargos no TCMSP."

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