sexta-feira, 16 de junho de 2023

Alvaro Costa e Silva - O reizinho Arthur Lira, FSP

 Em 2021, quando o general Eduardo Pazuello deixou o Ministério da Saúde, suspeito de crimes, investigado pela Polícia Federal e com o país batendo recorde de mortes na pandemia de Covid, o governo Bolsonaro já brincava de ciranda com o centrão. Olho grande, Arthur Lira tentou impor um apaniguado para comandar a pasta (quer dizer, as verbas da pasta), o deputado federal Dr. Luizinho, que agora ressurge como indicação do presidente da Câmara para substituir a ministra Nísia Trindade.

Mesmo pressionado, o ex-presidente resistiu. Queria alguém com o perfil de Pazuello, um cumpridor de ordens que não o desautorizasse, como fizera Luiz Henrique Mandetta nas ações de combate ao coronavírus. Escolheu Marcelo Queiroga, mais bolsonarista do que médico. Resta saber o que o atual presidente fará.

Primeira mulher a chefiar a Saúde, Nísia Trindade veio para organizar e reconstruir um ministério arrasado, com a promessa de fortalecer o SUS, pautar-se pela ciência e trabalhar em diálogo com estados e municípios —espécie de antídoto aos tempos de obscurantismo sob Bolsonaro. Era um compromisso de campanha assumido por Lula. Em seis meses, tudo está ameaçado. Ironicamente, em nome da governabilidade.

Político populista com base na Baixada Fluminense, Dr. Luizinho integra o esquema de administração que vem se perpetuando no poder com o objetivo de falir o Rio de Janeiro. Foi secretário de Saúde no governo Pezão e hoje, licenciado da Câmara, ocupa o cargo na gestão Cláudio Castro. Por ter assinado contratos de R$ 4 milhões sem licitação com a Prefeitura de Nova Iguaçu, está sendo investigado pelo MP. O doutor deve ser feito de açúcar, pois Castro trabalha para fazê-lo candidato a prefeito do Rio com Pazuello de vice –PP e PL juntos.

A maior credencial de Dr. Luizinho é privar da amizade do rei. Um reizinho chamado Arthur Lira, que manda, desmanda e ai de quem lhe desobedeça.

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