O pedido de prisão e extradição de Allan dos Santos, o blogueiro bolsonarista que fugiu para os Estados Unidos, nada tem a ver com o direito dele de expressar-se livremente. Tampouco com a ideologia que ele supostamente abraça. É necessário fazer esse esclarecimento porque há pessoas que insistem em passar adiante, sem ao menos parar para pensar ou respirar fundo, tudo aquilo que recebem no WhatsApp.
Segundo a Polícia Federal, Santos é um dos líderes de um grupo criminoso responsável por atacar as instituições e desacreditar o processo eleitoral. Conhecido por admiradores e adversários pelo vulgo de Gengivão, é suspeito de cometer crimes de lavagem de dinheiro, calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime de praticar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Ao autorizar a prisão preventiva, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, destacou que as condutas criminosas de Allan dos Santos têm a intenção de "fazer dinheiro". Aí está o busílis. Gente do governo ou ligada a ele tem revelado sem constrangimento sua voracidade para fazer dinheiro, como se fossem funcionários da Casa da Moeda ou artistas falsificadores.
Os exemplos são muitos. Fiquemos com os mais recentes e escandalosos. O deputado federal Josimar Maranhãozinho —do PL, partido a que Bolsonaro se filiou para concorrer à reeleição— é investigado por dividir com aliados R$ 15 milhões, dinheiro do orçamento secreto destinado à área da saúde. A suspeita é que deputados chegam a exigir de prefeitos até 15% do valor das emendas.
O secretário especial de Cultura, Mario Frias, contratou sem licitação, por R$ 3,6 milhões, uma empresa virtual sem funcionários e sediada numa caixa postal da Paraíba para fazer serviços de conservação e manutenção do Centro Técnico Audiovisual, prédio da União que fica em Benfica, na zona norte do Rio. Que malhação, que mamata, hein?
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