sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Para amigos de Alckmin, ‘excessos’ do MP-SP o aproximaram do PT, OESP

 Alberto Bombig, Camila Turtelli e Matheus Lara

17 de dezembro de 2021 | 02h00

O ex-governador paulista Geraldo Alckmin durante campanha presidencial em 2018. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Para quem ainda tem dificuldade de entender a aproximação entre Geraldo Alckmin e os petistas, velhos amigos do ex-governador e ex-tucano ouvidos pela Coluna ao longo das últimas semanas fornecem importante chave interpretativa: Alckmin ficou profundamente impactado pela forma como foi envolvido, investigado e tratado pela chamada “Lava Jato eleitoral paulista”. Para além dos cálculos políticos, essa turma acha que os “excessos dos promotores” (expressão usada por vários), aos quais Alckmin foi submetido, reforçaram a simpatia dele principalmente por Fernando Haddad (PT). Fato é que ambos, ex-governador e ex-prefeito, vão derrubando uma a uma as ações do MP-SP.

EPIFANIA. Segundo um desses amigos de Alckmin, a nova “visão crítica” dele sobre o uso político dessas investigações e sobre o “discurso lavajatista da direita” ajudou a alargar os canais de diálogo com o PT.

ESTRAGO. Entre as ações protocoladas pelo MP-SP e posteriormente vencidas pela dupla Alckmin-Haddad, estão algumas que surgiram justamente durante a campanha eleitoral de 2018 (quando ambos eram candidatos a presidente) e tiveram impacto nas campanhas de ambos, que apontaram a inexistência de provas.

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SIMPLES ASSIM. O presidente do PSB, Carlos Siqueira, determinou à sua bancada no Congresso o voto favorável à derrubada do veto ao Fundo Eleitoral, o que dará R$ 5,7 bilhões de dinheiro público para os partidos gastarem com suas campanhas. Quem não seguir a ordem ficará sem recursos.

CONSEQUÊNCIAS. “Podem se manifestar de forma distinta da orientação partidária na votação que ocorrerá amanhã, desde que estejam cientes, igualmente, de que os recursos oriundos do referido fundo serão utilizados pelo partido para apoiar exclusivamente as candidaturas que contribuíram para sua aprovação”, diz Siqueira na carta.

CAUTELA. O PT decidiu oficialmente abrir conversas sobre a formação de uma federação com PSB, PCdoB, PSOL e PV, mas ainda há muito ajuste a ser feito. No PSB, há resistência em se comprometer numa aliança de quatro anos com os petistas. Lideranças de Espírito Santo e Pernambuco, por exemplo, têm pedido mais cautela sobre essa possibilidade.

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