Denise Luna, O Estado de S.Paulo
12 de agosto de 2020 | 16h46
RIO - A Zeg Biogás fechou parceria com a Golar Power para viabilizar a distribuição de gás liquefeito de biometano, o Gasbio, para abastecimento de caminhões a partir de outubro. A operação é a primeira do Estado de São Paulo que irá oferecer biometano em escala comercial, o que pode ajudar a reduzir as emissões de gases efeito estufa (GEE) do Estado.
Ao substituir o diesel em caminhões, o biometano, substituto do gás, pode diminuir em até 95% as emissões de GEE do que o combustível fóssil, além de evitar o consumo de 6 milhões de litros de diesel por ano e a emissão de 15 mil toneladas de gás carbônico.
Serão colocados no mercado 7 milhões de metros cúbicos do combustível por ano - o suficiente para abastecer de 150 a 200 caminhões que rodem, em média, 100 mil quilômetros cada nesse período, informou a Zeg.
"O acordo comercial entre a Zeg e a Golar viabilizará a solução para tornar o transporte de mercadorias mais sustentável no Brasil", afirma Daniel Rossi, presidente da Zeg.
A Zeg (Zero Emission Generation) é uma empresa do grupo Capitale dedicada exclusivamente a soluções de energia renovável e reúne projetos nas áreas de energia solar, hídrica, biogás e recuperação de resíduos.
A Golar Power é uma empresa de operação integral de Gás Natural Liquefeito (GNL), que se desenvolve em toda a cadeia de valor de midstream (transporte) e downstream (terminais de regaseificação e distribuição de GNL a granel), bem como na geração elétrica.
O Gasbio fornecido ao Estado de São Paulo será fabricado a partir do aproveitamento do biogás do aterro sanitário Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL), construído e operado sob regime de concessão pela empresa Ecourbis Ambiental. O acordo prevê a distribuição de grande parte da produção, que gira em torno de 30 mil metros cúbicos de biometano por dia.
De acordo com o vice-presidente da Golar Power, Marcelo Rodrigues, o uso do Bio-GNL será uma vitrine para um modelo de negócio sólido que pode ser replicado em todo o País e no mundo.
"Com um foco crescente nas emissões de CO2 e impostos sobre o carbono, a oportunidade de produzir e distribuir biometano a partir de aterros sanitários, usinas sucroalcooleiras, fazendas de suinocultura e de pecuária de leite, entre diversas outras, tem o potencial para ser um mercado de crescimento global significativo nos próximos anos", afirmou.
A planta instalada na CTL está em sua primeira fase de operação e deve ser expandida paulatinamente. Com investimento de R$ 60 milhões, terá potencial para produzir 90 mil metros cúbicos de combustível por dia. A Zeg pretende instalar outras plantas pelo País, atingindo o patamar de 1 milhão de metros cúbicos por dia até 2023.
Um dos planos da empresa é levar a produção descentralizada para o interior do Brasil, aproveitando também os resíduos agrícolas e levando o gás onde o gás do pré-sal não chega.
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