Inimigos para adivinhar amigos
Eu disse no começo que só fizeram quatro perguntas no colégio? Não contei a segunda parte: duas outras perguntas eram sobre os inimigos. Os resultados são fascinantes. Assim como os amigos, organizamos nossas inimizades em círculos de Dunbar. Ou seja, temos alguns poucos arqui-inimigos e muita gente que não nos cai bem.
Se todos voltássemos para a escola, ou para um ambiente fechado, a matemática também serviria para predizer quem seriam nossos amigos em 90% dos casos. Bastaria saber o nome dos nossos inimigos.
O NÚMERO DE DUNBAR

Nosso cérebro está projetado para estabelecer relações de amizade. O curioso é como as administramos: existe um padrão, e ele tem forma de círculos. A grande maioria de nós conta com nosso núcleo de três a cinco pessoas com as quais temos uma relação muito íntima. Depois temos um círculo com uma dúzia de boas amizades, outro mais amplo de trinta amigos com os quais tratamos frequentemente, e por último um grupo de conhecidos que vemos de vez em quando.
Ao todo, uma pessoa normal pode manejar, dada sua capacidade cognitiva e seu tempo limitado, 150 amizades. Essa cifra é conhecida como “número de Dunbar”, proposto pelo antropólogo inglês Robin Dunbar nos anos noventa ao observar como os chimpanzés se relacionavam (eles têm menos amigos porque são menos preparados que nós).
A novidade que esta pesquisa oferece é que agora há uma matemática que respalda a ideia de Dunbar partindo apenas de duas hipóteses, de novo, óbvias: 1) diferentes amizades exigem esforços diferentes; 2) não se pode ter infinitos amigos, porque seus recursos de tempo e capacidade são limitados. “Se essas duas hipóteses forem cumpridas, demonstramos que a teoria de Dunbar se cumpre, e aparecem esses círculos de amizades”, afirma Sánchez.
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