Contratado para ser o craque do time, o atacante japonês Honda tem dinheiro para comprar o Botafogo
RIO DE JANEIRO
A chegada de Didi ao Botafogo entrou para o folclore do futebol. Até porque há duas versões dela. A primeira diz que João Saldanha, em 1956, desembarcou de um táxi à porta do Fluminense, trazendo sacos de dinheiro no valor de um milhão e oitocentos e cinquenta mil cruzeiros — exigência dos cartolas tricolores, que desconfiavam de um possível calote alvinegro. Imagine a quantidade de cédulas que foram sendo contadas, uma a uma, por funcionários da tesouraria do clube madrugada adentro. No fim, faltaram alguns tostões, que Saldanha conseguiu emprestado com o motorista do táxi — um botafoguense, claro.
A segunda versão, tricolor, diz que o clube jamais se prestaria a um papel daqueles. Apenas, conhecendo a fama de malandro dos rivais, quis confirmar se o cheque tinha fundos antes de liberar o jogador. Afinal, com aquela quantia era possível comprar um apartamento de sala e três quartos em Copacabana.
O fato era que Didi ia encontrar Garrincha e Nilton Santos em General Severiano, dando início a uma era que mudaria a história do clube, com o próprio João Saldanha como técnico. Hoje, passados quase 65 anos, o Botafogo se esforça para fazer contratações que lhe permitam continuar na galeria dos grandes.
O holandês Clarence Seedorf veio em 2012, e a torcida, depois de longo tempo, pôde voltar aos estádios para aplaudir um craque. A aposta da vez é outro veterano consagrado na Europa, o marfinense Yaya Touré. As negociações prosseguem, mas parece que o clube, em termos de grana, não tem mais um taxista (nem mesmo um motorista de Uber) para completar a bolada.
Keisuke Honda já chegou. Reportagem da Folha revelou que, aos 33 anos, o japonês é mais empresário do que atacante. Em seus negócios, destaca-se uma sociedade com o ator Will Smith: um fundo de investimento que movimenta milhões de dólares. Periga ele fazer uma proposta para comprar o Botafogo.
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