Nome do cacique Raoni ganha força na Noruega
Gostamos de competir sempre com a Argentina. Há um setor em que sofremos há muito tempo: o da ciência. O país vizinho tem a honra de contar com o Prêmio Nobel de Bernardo Houssay (Medicina, em 1947), o que jamais ocorreu ao Brasil.
Como se diz no esporte, batemos na trave algumas vezes, com Josué de Castro, o grande autor de “Geografia da Fome”, Jorge Amado e dom Hélder Câmara. Não contaram com a simpatia do governo brasileiro.
Agora, o assunto volta à tona, com os desastres ambientais da Amazônia. Fala-se no nome do cacique Raoni, lembrado para o Nobel da Paz, que é dado na Noruega. É claro que as caneladas nesse país escandinavo estão longe de ajudar nessa conquista desejada, o mesmo podendo ser dito em relação à redução das verbas para os projetos de iniciação científica.
Há uma clareira aberta recentemente pelo intercâmbio Brasil-Israel. Lideranças empresariais e políticas de Santa Catarina, como lembrou o jornalista Henrique Bernardo Veltman, visitaram a jovem nação, deixando fincadas as bases de um sólido intercâmbio, a partir da Universidade de Tel Aviv, hoje a maior instituição de ensino superior de Israel, com mais de 30 mil alunos, além de um quadro altamente qualificado de cientistas.
Foi uma iniciativa da Conib (Confederação Israelita do Brasil). O mesmo fez a ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), sob a liderança do reitor Celso Niskier (UniCarioca). Foram 30 reitores brasileiros para Israel, em busca do necessário intercâmbio. Deixaram assinados oito convênios com esse fim, de olho, inclusive, nas conquistas do “Vale do Silício” israelense.
Temos outro dado positivo, que é a existência, há três anos, do projeto Edupark, do qual fazem parte a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e a Fundação Cesgranrio. Já foram exibidos nas escolas cariocas vários filmes israelenses (“Planeta Casa”, “Dependentes da Vida” e “Livre para Ser”), todos em terceira dimensão, já assistidos com entusiasmo por 42 mil alunos. Iniciativas assim fazem a diferença.
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Já imaginaram se dessa parceria, que envolve os afamados Instituto Weizmann de Ciências e o Technion, de Haifa, surgisse a conquista de um Prêmio Nobel? A ideia é perfeitamente possível, no quadro dos entendimentos internacionais que envolvem Brasil e Israel, inclusive se pensarmos nos 4 milhões de km² da região amazônica, com seus problemas e desafios, como a existência de queimadas que cresceram mais de 111% no período de 2013 a 2019. É um fato que merece a ação prioritária dos cientistas.
Querem o exemplo de um nicho promissor? É o caso da venda consumada de 36 caças da sueca Grippen ao governo brasileiro. Prevê-se, a partir do ano próximo, uma intensa troca de tecnologia aeronáutica —e isso pode envolver a nossa Embraer e a Aeronautics Ltd. ou a Israel Aerospace Industries. Dará um Nobel?
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