Documentos divulgados no sábado trazem novas informações sobre o narcotraficante mexicano, mas não poderão ser utilizadas em julgamento
Redação, O Estado de S.Paulo
03 Fevereiro 2019 | 05h53
NOVA YORK - O narcotraficante mexicano Joaquín “Chapo” Guzmán drogava e estuprava menores de idade, de acordo com um relato de Alex Cifuentes ao governo dos Estados Unidos. Chapo, de 61 anos, considerava que as meninas eram sua “vitamina” para se manter jovem, segundo documentos divulgados no sábado, 2, após pedidos judiciais da imprensa para tornar os arquivos públicos.
Cifuentes, que foi ex-secretário do narcotraficante e morou com ele nas montanhas de Sinaloa entre 2007 e 2008, contou que uma mulher conhecida como “Comadre María” enviava fotos de meninas a partir de 13 anos de idade para que Chapo escolhesse com quem queria manter relações sexuais, mediante pagamento de US$ 5 mil cada uma.
O narcotraficante as drogava com uma substância em pó na bebida antes de estuprá-las com a ajuda de Cifuentes. O próprio ex-secretário do traficante admitiu que manteve relações sexuais com adolescentes de 15 anos.
No mesmo documento, há a observação de que Cifuentes é adepto de bruxaria, acredita em Ovnis e estava convencido de que o apocalipse chegaria em 2012. Esses assuntos, porém, não foram mencionados durante quatro dias em que deu seu testemunho.
O advogado de El Chapo, Eduardo Balarezo, disse em nota que o narcotraficante nega as acusações, que não foram corroboradas e não são consideradas confiáveis para serem admitidas como provas.
Os jurados, que vão começar a discutir na segunda, 4, se Chapo é ou não culpado por traficar centenas de toneladas de drogas aos Estados Unidos, são proibidos de ler sobre o caso nas redes sociais e na imprensa e não poderão levar essa informação em conta.
Os documentos estavam sob sigilo porque não eram considerados relativos ao caso de tráfico de drogas. Se for considerado culpado, Chapo pode ser condenado à prisão perpétua. / AP e AFP
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