quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O banqueiro central dos pobres precisa se esforçar mais, André Roncaglia, FSP

 

A arrogância do poder permite sinceridades que a alma tentaria esconder. Em entrevista ao programa Roda Viva na segunda (13), Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), apresentou a "agenda social" do banco. Não falou de emprego, nem de renda. Falou de Pix.

Ele contou que um menino veio lhe vender um "produtinho". Quando disse não ter dinheiro, a criança falou: faz um Pix. Surpreso, ouviu do menino que o sistema de pagamentos tinha mudado a sua vida. Orgulhoso, sentiu que impactou a vida do povo.

No dia seguinte, a Unicef mostrou que 32 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem na pobreza, fruto da pandemia e da desastrosa ausência de política social de Bolsonaro e Guedes.

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Camps Neto, presidente do Banco Central, em sua participação no programa Roda Viva - Nadja Kouchi - 13.fev.2023/TV Cultura

O Pix digitalizou a esmola e o trabalho infantil. No mundo interconectado, a pobreza digitalizada está um degrau acima da pobreza analógica. Cidadania no mundo capitalista só se acessa com dinheiro. Chamar isso de agenda social revela o que Campos Neto tentou esconder: seu vínculo espiritual ao neoliberalismo sem compaixão do governo Bolsonaro. Vejamos.

Quando o presidente do BC falou das causas da inflação, só se lembrou das expectativas implícitas na curva de juros. É por ela que a Faria Lima informa à autoridade monetária se suas expectativas estão ancoradas ou não. Se não estiverem, a Selic (taxa básica de juros) tem que ficar lá em cima.

O relatório trimestral de inflação do BC aponta outras causas: choques de custos de energia e de alimentos (PPI da Petrobras e Guerra da Ucrânia), deslocamentos de demanda promovidos pela pandemia e a disseminada indexação que autonomiza o repasse de preços. Tudo isso mantém a inflação resistente à queda.

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O juro alto não ataca estas causas, mas reduz a atividade do resto da economia, segurando outros preços. Em vez de investir em produtividade, as empresas defendem seu lucro arrochando a renda do trabalhador. O efeito é a destruição de empregos.

A política monetária restritiva mina o poder de barganha dos trabalhadores, como sugeriu artigo publicado pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Amparada pela reforma trabalhista de 2017, a precarização do trabalho domestica a ousadia do trabalhador, motivando-o a aceitar qualquer salário para ter um emprego.

Campos Neto destacou que o desemprego está menor do que o nível pré-pandemia, só esqueceu de falar sobre a qualidade das ocupações.

Relatório do Ipea mostra que a recente queda da desocupação resulta da retração da força de trabalho. Traduzindo: o trabalhador demitido pode escolher entre a precarização do setor informal e se tornar um microempresário; talvez os dois, se for muito dedicado.

É aí que entra a ação social do BC —via microcrédito e open finance– auxiliando a pejotização de trabalhadores. Tem mais: segundo Campos Neto, o BC pensou na educação financeira dos pobres (para dar valor ao dinheiro) e dos empreendedores de si mesmos.

Pausa para desabafo. Não conheço um rico que dê tanto valor ao dinheiro quanto uma pessoa pobre. Quem deveria ter aula de educação financeira é a massa de ricos endividados até os dentes e que sonegam impostos. Ser rico sem pagar suas contas é fácil. Heroísmo é chegar ao fim do mês com a renda mediana brasileira. Fim da pausa.

Em 2022, oito em cada dez empregos formais foram de baixa qualificação. A Selic no atual patamar inviabiliza qualquer política industrial consistente, que integre a formação da mão de obra ao desenvolvimento da indústria e de serviços sofisticados.

O presidente do Banco Central precisa assumir o objetivo de fomentar o pleno emprego, como previsto na lei complementar 179/2021, e mobilizar o Copom a reduzir gradativamente a taxa de juros.

Para ser o banqueiro central dos pobres, ele deve priorizar a geração de emprego e moderar os retornos financeiros da Faria Lima. A verdadeira compaixão é uma árvore de raízes amargas, mas de frutos doces.

Bom carnaval a todos!


A inteligência artificial vai destruir o mundo como o conhecemos..., SALVADOR NOGUEIRA. FSP

 


A inteligência artificial vai destruir o mundo como o conhecemos. Se tivermos inteligência e sensibilidade, ele poderá ser refundado como bem melhor e mais justo. O que não é de modo algum garantido –no momento, seguimos de olhos fechados rumo ao abismo.

Tem sido divertido ver a reação ao lançamento do ChatGPT, o modelo de linguagem natural da empresa americana OpenAI. Há os descrentes, apostando que é apenas um sofisticado "gerador de lero-lero"; os preocupados, considerando-o um matador de empregos; e os entusiastas, celebrando-o como uma ferramenta de produtividade. Todos eles estão certos.

O modelo aprende a falar consumindo toneladas de texto e desenvolvendo respostas originais a partir deles, muitas notavelmente qualificadas, algumas errando o alvo por completo. Até aí, nada disso é diferente do ser humano. Aprendemos a escrever (para não dizer pensar) por imitação e também não somos versados em todos os assuntos. A principal diferença é que o efeito Dunning-Kruger é mais pronunciado no ChatGPT do que no mais egomaníaco ser humano: a IA acha que sabe muito mais do que sabe.

Logo da OpenAI na interface de conversa do ChatGPT
O ChatGPT, da OpenAI, é apenas a primeira introdução ao público em geral do poder da IA para realizar tarefas antes tidas como exclusivas dos humanos - Reuters

Apesar disso, alegam seus apreciadores, mesmo com suas limitadas capacidades atuais, ela já é capaz de agilizar muitas tarefas antes realizadas por humanos, liberando-os para o trabalho mais criativo e aumentando sua capacidade de produzir. Pura verdade. Pergunte ao ChatGPT e ele mesmo vai dizer isso.

Ocorre que a demanda por trabalho, mesmo nas empresas mais sanguessugas, é finita. Se aumenta a produtividade de alguns, a companhia pode dispensar muitos outros, já que, em condições ideais, a quantidade de trabalho será determinada pela demanda máxima e não pela capacidade total dos funcionários originalmente empregados.

Há quem diga que uma ferramenta como o ChatGPT nunca atingirá o prodígio de seres humanos verdadeiramente brilhantes. Vamos supor por um momento que esse chauvinismo leve a uma verdade. E daí? A IA não precisa ser um Einstein ou um Mozart para realizar a contento muitas das atividades profissionais intelectuais realizadas por humanos.

E, ainda que fosse, estamos às vésperas de ver isso acontecer. Em 2012, entrevistei o tecnólogo americano Ray Kurzweil para esta Folha, e ele previu que a IA atingiria o nível humano de inteligência em 2029. Estamos em 2023 e quem viu o ChatGPT operar não pode achar a projeção um exagero. Ainda mais à luz da consagrada Lei de Moore, formulação de Gordon Moore, fundador da Intel, que notou que a evolução dos processadores os leva a dobrar de capacidade a cada 18 meses, aproximadamente.

Essa lei segue em vigor. O que significa que, em 18 meses, teremos um ChatGPT potencialmente duas vezes melhor. Em 36, quatro. Em 54, oito. A "fagulha" já está lá para todos verem. Agora é sentar e aguardar até que (rapidamente) as máquinas superem os seres humanos em inteligência.

Quando elas venceram um campeão de xadrez, ficamos impressionados. Quando dominaram jogos com mais nuances e menos matemática, como pôquer, começamos a nos preocupar. Então elas dominaram jogos de linguagem natural. Hoje há IAs capazes de passar em testes para a prática da medicina e do direito. Elas já têm nível similar ao de bons médicos para análise de exames de imagens. A Nasa está usando para projetar espaçonaves. Até programação de computador já é corriqueira e competentemente feita pelos próprios computadores. O ChatGPT é só a porta de entrada ao leigo a uma ferramenta disruptiva introduzida no universo do trabalho.

Já há IA por toda parte e isso vai se intensificar. Humanos serão substituídos por computadores, inclusive em muitos trabalhos até então tidos como intocáveis. (Fiquei com inveja dos colegas que puderam recentemente escrever artigos para a Folha comentando previsões e avaliações que teriam feito e errado, então vou deixar esta aqui, para ter o que escrever em uns dez anos se o mundo me surpreender e pegar outro caminho.)

Isso significa que todos os empregos vão sumir? Viveremos num mundo em que tudo é produzido por IA? Não, não há hipótese de que isso aconteça. Ainda haverá um bocado de espaço para atividade humana, e mesmo em situações em que a máquina for preponderante, sempre será preciso um ser humano para servir de "supervisor" e "assinar embaixo", por assim dizer, do trabalho produzido pela caixa-preta da IA.

Em muitas circunstâncias, simplesmente não vai compensar trocar o humano pela máquina, dada a versatilidade do humano para realizar muitas tarefas que envolvem uma combinação de destreza e criatividade. Em outras, não fará sentido trocar. Ninguém vai querer ver uma IA apresentando um show de rock ou disputando uma partida de futebol (até teremos coisas assim, mas mais como curiosidades e adições do que como substituições). Tudo que envolve algum nível de empatia ainda privilegiará o humano.

Porém, ocorre que não é preciso eliminar todas as profissões, ou mesmo qualquer profissão, para fazer colapsar a sociedade como a conhecemos hoje. Tudo que você precisa é cortar um alto percentual, digamos 40%, em todas as carreiras. Pronto. Teremos uma massa colossal de pessoas desempregadas e, o pior, psicologicamente destroçadas.

Nossa cultura é fortemente construída em torno de um mito (hoje largamente falso) de que o esforço incansável, a inteligência e a produtividade conduzem ao sucesso. Talvez tenha sido verdade quando todos éramos caçadores e coletores. Quem caça mais e melhor tem mais o que comer. Conforme as sociedades foram ganhando complexidade, muitos outros fatores entraram no jogo. Hoje, nossa estrutura social impõe muito mais condições para o sucesso ou o fracasso do que o mero esforço individual. É bem mais fácil ser bem-sucedido herdando privilégios que saindo do zero, e os números de mobilidade social demonstram isso. Políticas sociais são criadas para tentar aliviar essas disparidades competitivas.

Contudo, o mito da meritocracia persiste. Todos se recordam da história do sujeito que saiu de baixo e se fez rico. A imprensa sempre festeja casos assim. Alguma versão de "Silvio Santos era camelô e virou dono de televisão". É raro quem mencione o fato de que todos os outros camelôs do Brasil nunca viraram Silvio Santos, e decerto há muitos que trabalharam bastante a vida toda.

Com a chegada de uma IA modestamente capaz (que dirá uma superinteligente), sustentar essa noção tosca de meritocracia passará de malicioso a impossível.

TRÊS CAMINHOS

Diante da iminente chegada da "singularidade tecnológica" (como Kurzweil e outros estudiosos se referem a esse momento em que surge uma criação nossa que é igual ou superior a nós), só há três caminhos possíveis: o colapso da civilização, um banimento da IA ou um futuro com mentalidade pós-capitalista.

No momento, estamos firmes na trilha 1, colapso civilizatório. Os sinais estão por aí. Estresses econômicos e aumento brutal de desigualdades, depois de um bom tempo de redução (em escala global), um esmagamento da classe média em toda parte e um apontar de dedos para todo lado, ampliando xenofobia e extremismos. A introdução de módicas quantidades de IA na nossa vida (na forma das redes sociais) já está nos desagregando de forma potente. E o gradual desemprego estrutural oprime. A filosofia do "eterno crescimento econômico" sobre a qual o capitalismo e seus mitos (dentre eles o da meritocracia) estão assentados começa a esbarrar em limites de diversas dimensões: populacional, climático, ambiental, disponibilidade de recursos naturais. Alguns são contornáveis. Outros não.

E, claro, o que segue ditando o avanço da sociedade é o ganho de eficiência. E tudo bem. É assim que tem de ser se almejamos desenvolvimento. Se uma IA puder ajudar a zerar a fila de cirurgias do SUS permitindo que os médicos atendam mais pessoas, isso não é desejável? É mais que desejável, é um imperativo ético. Empresas vão se pautar pela mesma lógica: é possível ser mais eficiente –logo aumentar os lucros– com IA. Nada de errado com isso. É o progresso. Mas se não for feito de forma bem pensada (e é fato que não há muito debate sobre isso), a civilização pode colapsar sob seu próprio peso. Com demanda finita por trabalho (digamos, o fim da fila no SUS) e ganho explosivo de eficiência, teremos toneladas de desempregados que, incapazes de se sustentar, viverão rancorosos e suscetíveis a movimentos radicais.

Precisamos fugir dessa rota. Como? Duas possibilidades, uma delas bem pouco crível: o banimento da tecnologia de IA.

Basta pouco para lembrar quão impraticável é isso: qual é o grau de sucesso que governos têm para bloquear acesso à internet ou a conteúdos específicos? Há muito esforço, mas o sucesso é duvidoso. E tentar transformar a IA em uma ferramenta clandestina seria ainda pior, socialmente falando, do que encorajá-la. Além de criar mais desigualdades (entre quem consegue acesso ilegalmente e quem não consegue), tira de nossas mãos qualquer oportunidade de regulamentar e controlar seus usos. (Já viu alguém tributando tráfico de drogas?)

A única alternativa realmente viável é uma reforma de um dos nossos mitos fundadores, a noção de que a função do trabalho é o sustento. Precisamos mudar nossa mentalidade e entender que o sustento é um direito, não algo que esteja condicionado à produtividade individual. A existência plena e saudável, ao longo de toda a vida, deveria ser algo assegurado a todos os seres humanos.

Daí que mesmo entre gurus da tecnologia, como Bill Gates e Elon Musk (para citar dois antagônicos em tanta coisa), há um consenso de que o futuro terá de passar por um programa robusto de renda cidadã universal. (Sim, Eduardo Suplicy esteve muito à frente de seu tempo, e nós temos sorte de tê-lo conosco.)

Duas questões legítimas emergem disso: de onde vai sair o dinheiro? E, resolvendo isso, seremos uma população alienada com 90% de desocupados?

A primeira resposta é, creio eu, de um sistema de tributação que consiga converter o que a alta tecnologia produz em termos de desigualdades em rentabilidade para sustentar o programa. Em suma, serão os comercializadores e consumidores de serviços de IA que vão pagar a conta, ao tornarem todo o resto do sistema mais produtivo, mas menos humano-intensivo.

E quanto à ocupação da população? O trabalho ganhará um novo significado e será, em vez de um meio para um fim, sua própria recompensa. O prazer de criar, produzir, realizar e estudar poderá ser exercido como um privilégio livremente acessível, em vez de um dever atrelado à sobrevivência. Os humanos poderão se dedicar a cultivar corpo, mente e espírito da forma que julgarem mais satisfatória. Haverá os que nada farão? Haverá. Mas se partimos do princípio de que a subsistência é um direito, isso nem chega a ser um problema – exceto para eles mesmos, que talvez tenham uma vida menos satisfatória intelectual e fisicamente. Na outra ponta, também haverá os que, como hoje, terão grande ambição, quererão trabalhar para enriquecer e terão de inovar para chegar lá –a única novidade para eles é que terão de pagar sua contribuição aos demais, na medida de seu sucesso.

O Brasil parece notoriamente à frente nessa transição, ao menos no que diz respeito ao aspecto aspiracional. Nossa Constituição Federal já assegura uma série de direitos e temos um programa de distribuição de renda nacional em operação, que pode ser expandido com o tempo.

Não será fácil acompanhar a velocidade dessa transição para a singularidade tecnológica, que promete ser rápida e avassaladora. Alternativas transicionais mais facilmente implementáveis serão a de reduzir gradualmente a carga horária dos profissionais, sem perda de renda, à medida que a IA confere a eles mais produtividade. Isso, de saída, permitiria a suavização do desemprego estrutural, enquanto não equacionamos devidamente um programa de renda cidadã universal.

O que não será possível é simplesmente não refletir sobre o assunto e fingir que tudo está bem. Aos entusiastas do liberalismo econômico sem balizas, um recado: não, o mercado não tem a menor chance de se autorregular nessa. Nada fazer sobre essas mudanças que já nos alcançam há alguns anos e tendem a se intensificar de forma radical será uma opção a cada dia menos aceitável – e mais perigosa. O futuro é logo ali.

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Conheça o rinoceronte que teve 100 mil votos para vereador e virou marchinha de Carnaval, Marcelo Duarte, FSP

 Cacareco chegou a São Paulo há 65 anos —em 16 de fevereiro de 1958. O rinoceronte veio do Rio de Janeiro especialmente para a inauguração do zoo paulistano, que aconteceria um mês depois. A ideia é que ela (sim, apesar do nome, Cacareco era uma fêmea) ficasse em São Paulo por apenas seis meses.

Mas ela caiu nas graças dos visitantes em pouquíssimo tempo. O empréstimo foi renovado e houve até uma campanha pela sua permanência. Virou brinquedo lançado pela Estrela e até marchinha de Carnaval.

"Cacareco É o Maior" foi interpretada pelo cantor Risadinha (Francisco Ferraz Neto), que também assinou a letra ao lado de José Roy.

A letra começava assim: "Ca-ca-ca-ca-re-co/Cacareco, Cacareco é o maior/Ca-ca-ca-ca-re-co/Cacareco de ninguém tem dó". O animal era tão falado que, em 1959, recebeu quase 100 mil votos nas eleições municipais para vereador.

A rinoceronte Cacareco, primeiro espécime nascido no Brasil, no Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, horas antes de embarcar para São Paulo - Acervo UH/Folhapress


Espera um pouco: um bicho pode ser candidato?

Não, claro que não. A votação maciça de Cacareco é considerada o primeiro caso de voto de protesto no Brasil.

Irritado com os casos de corrupção que noticiava, o jornalista paulistano Itaboraí Martins resolveu lançar a candidatura da rinoceronte na eleição a vereador. Eram 450 candidatos para 45 cadeiras.

Cacareco recebeu mais votos que todos os outros candidatos.

O que aconteceu com Cacareco depois disso?

Os políticos conseguiram mandar Cacareco de volta para o Rio de Janeiro em 1º de outubro, dois dias antes da eleição, pensando em herdar os votos do rinoceronte. Não funcionou.

O partido mais votado atingiu cerca de 95 mil votos, enquanto o rinoceronte, sozinho, obteve aproximadamente 100 mil (nunca se soube o número exato, pois os votos de Cacareco foram considerados nulos pelo Tribunal Regional Eleitoral).

Cacareco morreu em dezembro de 1962, com apenas oito anos de idade.

Em 1984, o Museu de Anatomia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária da USP recebeu seus restos mortais. Seu esqueleto está em exposição até hoje. Sua história foi contada por Antonio F. Costella no livro "Cacareco, o Vereador", lançado em 1996.