CRISTINA PADIGLIONE
16 Dezembro 2015 | 18:54
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho em seu apartamento, em São
Paulo. FOTOS: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
Ex-vice-presidente de Operações da Globo, José Bonifácio de
Oliveira Sobrinho, o Boni, resolveu “morrer”, em um novo livro (Unidos
do Outro Mundo, Dialogando com os Mortos, Ed. Sextante), para se
reencontrar com gente por quem nutre o mais absoluto respeito e muita saudade.
Nem todos se despediram dele em paz, sem pendências, e o caso mais conhecido
talvez seja o de Walter Clark, que o acusou de ser o principal responsável por
sua demissão do cargo de diretor-geral da Globo, ainda na década de 70, pelo
menos 20 anos antes de Boni deixar a emissora.
Boni conversa com Clark, jurando que não leu sua autobiografia (O Campeão de Audiência), mas, de
certa forma, respondendo a tudo que lhe diz respeito naquelas páginas. Embora
Clark tenha lançado seu livro pelo menos seis anos antes de morrer, só agora,
por ocasião de um encontro ficcional, Boni retoma os pontos apontados pelo
ex-parceiro de Globo na obra recentemente relançada por Gabriel Priolli, que
ouviu e colocou no papel os longos depoimentos de Clark paraO
Campeão de Audiência.
E, ainda que tenha acertado algumas pendências no livro, Boni
volta a cutucar Clark sobre as diferenças entre os dois na nossa conversa.
Também dialoga com Roberto Marinho, de quem preferia ter ganhado
ações da TV Globo, em troca de lindos elogios verbais.
Reencontra Chacrinha, a quem lembra que quis filtrar as
baixarias de seu programa, já que não queria que o Velho Guerreiro se igualasse
a Flávio Cavalcante.
E, claro, reencontra Tim Maia, a quem faz os elogios mais
rasgados por tanto talento, sem negar que proibiu sua presença nos programas da
Rede Globo, em razão de tantos canos dados pelo cantor a compromissos por lá
agendados.
Reproduzo a seguir minha conversa com Boni sobre o livro, na
íntegra.
Como surgiu a ideia de simular diálogos com amigos mortos?
Boni – É um livro
de saudade. Eu passei três experiências de UTI violentíssimas. Primeiro
foi o Luiz Eduardo Borgeth, que era muito meu amigo. Quando ele foi se internar
pra fazer a operação do coração, ele falou: ‘olha, se acontecer alguma coisa
comigo, não demorem muito. Venham logo que eu não consigo esperar’. Ficou
aquela coisa de um amigo que foi embora.
Depois, minha mãe faleceu, com 99 anos de idade e ela era uma
criatura fantástica e me pediu desculpas pra morrer, sabe? Ela falou: ‘olha,
meu filho, eu queria chegar aos 100 anos, mas não vai dar, eu vou ter que
morrer’. Eu falei: ‘quando?’ E ela: ‘é hoje’. E foi. Depois teve o Vizeu
(Carlos Alberto). Eu estava lá em Paris e o
médico dele falou que ele tinha morrido, morte absoluta, não tem mais nada, E a
gente fez esse renascimento do Vizeu (No livro, Boni narra que
escalou um médico de sua confiança para cuidar do amigo, e esse médico acabou
deixando o caso com o filho, jovem que trouxe Vizeu de volta).
Eu fiquei de plantão nesses três períodos, dentro da UTI. Então me vi lá na UTI
mortinho. O livro nasceu dessa experiência de acompanhamento dos amigos, e de
uma saudade imensa de todos eles.
Você se permite ser mais passional nessa obra, dita de ficção, do
que no outro livro (o ‘Livro do Boni’).
Boni – Ali, o
outro livro é um livro sobre televisão. Esse é um livro sobre afeto, coisas
diferentes. Resolvi fazer essa brincadeira porque eu queria me imaginar mais
próximo deles.
Mesmo que os diálogos sejam fictícios, você cria esses diálogos
sabendo o que e como cada um daqueles personagens pensava. Quando você cria
aquela conversa com Janete Clair e Dias Gomes, imagina que eles diriam aquilo e
então isso passa a não ser tão fictício…
Boni – Não.
Aquilo é o pensamento deles. A Janete sempre dizia que a novela não tinha que
ser a verdade, mas tinha que ser verossímil. E ela tinha essa paixão por
personagens, foi o que inspirou um pouco o livro. Ela falava: não tem que ter
só uma boa história, tem que ter personagens apaixonantes, porque as pessoas
vão conviver com eles durante seis meses. O que nem sempre acontece
ultimamente.
Mas o livro não é sobre televisão, é sobre a parte afetiva.
Quando eu trato de televisão nesse livro aí, falo de uma forma
acadêmica. Em vez de ser de uma forma crítica, eu falo como poderia ser, em vez
de reclamar do que está sendo feito. Depois de muito tempo, depois dos 80, é
puramente acadêmico. Eu, por exemplo, não gostaria que futebol fosse às
quartas-feiras, o Cassiano é que gostava muito de futebol, ele achava que tinha
que ter um pouco mais, mas ele também reclamava quando atrapalhava a novela
dele.
O livro é de matar saudade mesmo porque eu comecei muito cedo,
mais ou menos todos os meus amigos têm de 10 a 15 anos mais do que eu, então
eles se foram, me deixaram sozinho. Fica aquela vontade de reencontrar. O
Armando Nogueira era aquele sujeito que gostava muito de música, com aquela
gaitinha dele mal tocada, ele pegava todos os jornais e levantava todos os
espetáculos que tinha de música popular brasileira, de jazz, música clássica.
Me ligava e dizia: ‘já tô com os nossos ingressos’. Toda noite eu tinha um
programa de música com o Armando Nogueira. De repente, o cara foi embora e eu
fiquei sozinho. É realmente um pouco de solidão que tem no livro. Eu resolvi
morrer pra encontrar com eles.
E tem os desafetos… Você jura que não leu o livro do Walter Clark
nem por curiosidade?
Boni – Nem por curiosidade. Eu li a
entrevista que ele deu à revista ‘Veja’, na época. Depois, aquilo (tributo no ‘Domingão do
Faustão’, na véspera da morte de Clark, seis anos após o lançamento do livro) foi uma coisa horrível, essa homenagem que me
fizeram, eu não sabia que ia acontecer, eu vi no ar e fiquei passado, porque eu
sou muito low profile, aquilo foi uma coisa exagerada, eu não sei de quem
partiu, de dentro da empresa. O Roberto Irineu também queria fazer um carinho,
aquilo me chocou muito, eu não gostei nada. Mas o Elio (Gaspari) tinha
falado pra eu não ler o livro – ‘não leia, eu sei que você vai se aborrecer e a
história não foi bem assim’. Em cima dessa matéria da ‘Veja’ é que eu respondo
ao Walter, mas eu tenho muito carinho por ele. Nós tínhamos 30 anos de idade,
pra tocar a TV Globo, quer dizer, nossos conflitos eram de pessoas muito
jovens, com enorme responsabilidade, não tinha essa possibilidade de fazer uma
análise crítica do que o outro estava fazendo, cada um queria fazer mais
depressa que o outro. Ou às vezes ele queria segurar minha rapidez, eu sou
muito rapidinho, havia um certo receio.
Outra coisa: eu enfrentava o doutor Roberto de uma maneira
esportiva. Conversava com ele, numa boa, eu não brigava com ele. Mas o Walter
brigava com o doutor Roberto. Ele era muito tímido, se magoava muito, quando
ele não dizia o que ele pensava ele ia embora e ia tomar uma caninha, ele fugia
da raia, isso fazia um mal pra ele muito grande. Ele não dizia por questões de
delicadeza, de gentileza, mas eu não, eu não engolia sapo. Se tinha que
discutir o assunto, vamos discutir, terminava sempre numa boa. Isso ajudava
muito com que as minhas decisões fossem mais rápidas. Importante nesse período
foi também o Joe Wallach (executivo que chegou à Globo como representante do grupo Time
Life, inicialmente sócio da Globo: Wallach acabou ficando na emissora
brasileira depois que a Globo conseguiu acertar as contas com os americanos). O Joe
Wallach mora em Los Angeles, eu fui para lá agora, quando a Globo fez o seu
aniversário de 50 anos. Ninguém deu uma palavra pra ele, não mandaram uma
carta, um telegrama, então eu fui lá, fazer uma homenagem a ele, jantar com
ele, ele ficou muito comovido, porque ele foi muito importante na condução
dessa linha tênue de conflitos, na Globo, com Dr. Roberto, ele era o
administrador de conflitos, com Dr. Roberto. Sem ele, a gente não faria a TV
Globo. Sem ele, teria acontecido alguma explosão tipo Oriente Médio lá. Eu e o
Wallach nunca brigamos. Ele tinha uma experiência muito grande de televisão
americana, eu tinha um treinamento de televisão nos Estados Unidos. Então, a
gente sabia o que estava falando. Minha linguagem e a do Joe era a mesma. A das
outras pessoas era uma linguagem meio empírica, muito criativa e tal, mas uma
linguagem que não tinha a ver com o profissionalismo. Nós conhecíamos teoria e
prática. Os outros, ou conheciam prática ou conheciam teoria, mas nós fizemos
uma dobradinha, essa dobradinha é que infernizava a vida do Walter.
Como não se deixar trair pela vaidade, tendo aquele poder todo que
vocês tinham? Imagino que era algo bem difícil de administrar.
Boni – Eu nunca
gostei disso, gostei sempre do poder no sentido de tocar pra frente, de
realizar coisas, minha sala era aberta. Na semana passada, 65 atores me
convidaram pra ir na casa do Fagundes, tava lá Fernanda (Montenegro), minha
amiga. Eu fiz de todo esse pessoal da televisão a minha família. Eu esmaguei
casamentos, vida pessoal, joguei tudo fora, porque eu estava ali envolvido.
Enquanto o pessoal comemorava… o Walter gostava muito de comemorar, eu gostava
de trabalhar, a minha equipe era toda voltada para o trabalho, a gente
comemorava o dia a dia, não como um sucesso. O Walter conseguiu achar que a
televisão estava pronta muito antes de ela ficar pronta. Mas a gente era muito
amigo e os maus entendidos foram nos separando. Então, eu achei que seria bom,
no livro, fazer essas pazes.
É verdade aquela história de que o Roberto Marinho lhe ofereceu
50% da TV Globo de Sorocaba de presente, como está no livro, na conversa entre
vocês?
Boni – É verdade.
(No livro, Boni relata que desistiu de assinar toda a papelada,
com a documentação já pronta, porque, na hora de fechar o negócio, o patrão lhe
disse que não mais o pressionasse a lhe dar qualquer coisa; Boni se chateou com
a acusação de tê-lo pressionado e afirmou que não queria mais o “presente”).
Existe uma mágoa de não ter recebido nada?
Boni – Não é mágoa, mas eu acho o que eu
fiz pela TV Globo foi muito mal remunerado. Não há mágoa, porque não havia
condição de eu ficar lá. Eu seria engolido pela tragédia da Globo. Se eu
tivesse as ações eu não teria como sair. Estando lá dentro, eu teria que brigar
por aquilo, mas eu resolvi, não valia mais a pena brigar porque os donos
queriam daquele jeito. Não era minha linha de trabalho
A gente pode dizer que houve uma gota d’água?
Boni – A gota d’água, a gente podia
dizer, foi a mexida do Jornalismo. Quando o Evandro (Carlos
de Andrade) assumiu, ele veio pra trabalhar comigo, mas logo em seguida
ele começou a tomar decisões direto com o Roberto Irineu, ele fez besteiras
imensas, quando colocou lá a Lillian Witte Fibe com o William Bonner no jornal,
o jornal caiu 30% de audiência num dia só. Mas o problema não é isso, eu me dava
muito bem com o Evandro. O problema é que ele resolveu se juntar com o Roberto
Irineu e tomar decisões que pertenciam à minha área.
Mas você não acha que era hora de trocar locutores por jornalistas
na bancada?
Boni – Tinha sentido, mas o que devia ter
acontecido naquela época é o que acontece ao redor do mundo. O Chapelin é
jornalista. Então era o seguinte: tira o Cid e põe o Bonner, deixa os dois (Chapelin
e Bonner) juntos e, mais tarde, tira o Chapelin. Essa era minha
proposta. Eu achava que devia ser feito em duas etapas. Tirava um e no ano
seguinte, tiraria o outro. E nós fizemos uma pesquisa. A pesquisa não indicava
aqueles apresentadores que foram colocados no ar. A Lillian não estava na
pesquisa, eu gosto muito dela, mas ela tinha um grau de rejeição imenso, o
pessoal achava ela muito empertigada, coisa assim, nós já tínhamos testado ela
no Jornal
da Globo e tinha
ido mal. Não dava mais.
Mas o livro, a minha preocupação é afetiva e carinhosa com a
Globo, quando faço alguns comentários. São todos acadêmicos, não são críticas.
Você também aponta, por meio do diálogo com Janete e Dias Gomes,
que há um exagero de favelas nas novelas que estão no ar.
Boni – Há, há um exagero de violência em
cima de violência. Quando você faz uma novela, tem a obrigação de contrapor. Se
uma novela é muito violenta, a outra tem que ser mais tranquila., mais
romântica, mais pro lado da comédia, senão o cara não aguenta. A vida imita a
arte, mas quando a arte começa a imitar a vida, fica meio pesado. As pessoas
saem de uma situação de estresse, de uma violência danada, e violência
gratuita, porque quando tem alguma justificativa, o sujeito até entende, o
vilão pode ser glamurizado quando a guerra dele é justa, mas quando não tem
causa nenhuma e o cara sai matando as pessoas a troco de nada, se você repete
isso na novela seguinte, a rejeição continua. Quando se comete um erro, tem que
recuperar esse erro e fazer uma coisa completamente diferente. A novela não é
um produto de uma novela só, ela se trabalha em conjunto.
Você acredita que há um fenômeno de escapismo que explique o
sucesso de ‘Dez Mandamentos’, na Record, ou seja, as pessoas estariam exaustas
de tanta corrupção e violência nos noticiários e, por isso, buscariam algo mais
fantasioso?
Boni – A questão da novela bíblica é que
Moisés é um grande personagem, essas coisas acontecem esporadicamente. O
difícil é a emissora concorrente da Globo manter esse padrão, é ela fazer um
outro Dez
Mandamentos, um terceiro, um quarto, é difícil. A Globo tem essa
continuidade, que a segura nesse processo de liderança. Tanto é que Dez Mandamentos incomodou muito. Agora, tem erros estratégicos
da empresa, como fazer o jornal competir com a novela, esticar o jornal pra
competir com a novela, sacrificar o jornal pra salvar a novela da casa. Hoje,
com essa velocidade de internet, você não pode ficar segurando o cara
(telespectador).
Os detalhes que você descreve para o seu funeral me fizeram pensar
em A Falecida, do Nelson Rodrigues, um meio de dizer como quer que seja seu
rito de despedida, mas com mais requinte. No seu além, as pessoas bebem
champagne, bons vinhos (risos)
Boni – São dois medos: você morre e deixa
tudo o que tinha de ruim pra trás, não faz acerto de contas e deveria fazer. E
outra coisa preocupante é encontrar todas as pessoas (no
outro mundo) fazendo as mesmas coisas. Se tivesse a reencarnação, o risco
seria dar de cara com todos os chatos de novo. Com todos aqueles
aborrecimentos. Uma vida eterna convivendo com as mesmas pessoas seria uma
aporrinhação total.
E não tem receio em ser saudosista, o que é necessário, de alguma
forma.
Estou muito saudoso desses amigos. É muito importante ser
saudosista, sem perspectiva histórica, você não consegue ter vida. Senão você
não consegue olhar pra frente. Só a experiência do passado permite que você
olhe para o futuro. Senão, fica um vegetal. O dia a dia fica te manipulando.
Faltou falar com algumas pessoas, mas essas tinham importância
linear. Eu era muito amigo do Reali (Junior), fiz o capítulo, mas ficou inteiro
sobre política europeia, porque nós conversávamos muito sobre política,
acabamos depois eliminando personagens que não eram populares.
Hebe também, mas eu não trabalhei com ela nunca, embora tivesse
o episódio da Rádio Nacional, que a única pessoa que dava bola pra mim era a Hebe.
Resolvi fazer as conversas com as pessoas que tinham mais tempo de convivência
comigo.
Você é conhecido por ser muito rigoroso com as pessoas. No livro,
tem um mea culpa com sua mãe, que escrevia bem e que até poderia ter escrito
novelas, não fosse por suas restrições…
Boni – Minha mãe escrevia muito bem. Janete queria que
minha mãe fosse escrever novela. Existe essa tentativa de resolver um pouquinho
esses laços afetivos que fazem o coração da gente ficar menor. A gente precisa
expandir o coração. Botar pra fora essas tristezas.
No livro, a minha morte é uma imaginação muito próxima da
realidade.
Também dei o azar de não morrer no sábado e ter que aguentar o Fantástico no domingo.
Sua queixa a isso no livro também evidencia que você não está
satisfeito com o momento atual do ‘Fantástico’, programa criado por você.
Boni – O Fantástico hoje é uma colcha de retalhos, em vez de
ser um mosaico. São coisas parecidas, mas a colha de retalhos não tem conexão
entre uma coisa e outra. Na minha época, o Fantástico não tinha apresentador. Quando eu saí (da
Globo), já tinha. Tinha que ter a grande matériaa, a matéria de capa.
Hoje é tudo soltinho, e quando as matérias são grandes, são policiais. E o Fantástico tinha uma coisa importante pra mim: o tema
chama-se esperança, quero mostrar esperança de uma vida melhor, as relações
entre pais e filhos, a cura da doença, a tônica do Fantástico era a esperança, eles jogaram isso no lixo.
O ‘Show da Vida’ agora é dizer que a vida não tem solução, eu não gosto
disso.
Na conversa com Armando Nogueira, você reprova a informalidade do
Jornal Nacional. Concorda com isso de fato?
Boni – Concordo. Os jornais locais
americanos são bastante informais, mas o jornal de rede americano é um
apresentador só, não tem três. Hoje, mais do que nunca, o cara quando vê o Jornal Nacional, já viu aquilo em outro lugar. Então, o que o
cara precisa ver ali? Se aquilo é verdade, que seja uma coisa oficial. O cara
senta lá e faz sério. Agora, o cara levantar, botar apelido na mulher, chama a
mulher de Maju, não tem sentido. O Brasil é um país informal, mas o Jornal Nacional é um boletim de hard news, informação, é
preciso impor a percepção de que se deu no Jornal
Nacional, aquilo é
verdade.
A informalidade dos telejornais de rede nos outros canais é
atraente, o Ricardo Boechat já atende até whatsapp na bancada do ‘Jornal da
Band’.
Boni – Mas o cara que tá fazendo 30 (pontos
de audiência) não pode se preocupar com quem tá fazendo 4. Mais do que
nunca, ainda mais com essa linguagem dinâmica da internet, o jornal deveria ser
mais dinâmico, com notícias mais curtas, mais informativas. O Armando sempre
dizia que o jornal tem que ser cool. Os outros programas – o Globo Repórter, o Fantático, o jornal da noite vão discutir a notícia, de
modo interpretativo. Esse jornal (Nacional), não, é
um boletim. O Armando, eu dizia pra ele: ‘você tem 30 minutos’. Hoje tá com 50.
E eu dizia: se faltar uma notícia em 30 minutos, eu vou te matar. Discute
política em outro horário.