segunda-feira, 21 de março de 2011

Especial – Tendência 4: Desmaterialização


Quando menos é muito mais para o planeta
O esgotamento dos recursos naturais e os problemas decorrentes da poluição reforçam a necessidade de redução drástica do consumo de recursos naturais e energia. Diante desse quadro, a transição gradual para uma economia desmaterializada se apresenta como uma saída. Aumento da eficácia dos produtos, reutilização e reciclagem, virtualização de produtos e processos são alguns dos princípios a serem incorporados pelos negócios
Detergentes concentrados, eletrônicos que cabem na palma da mão, softwares de comunicação reduzindo a necessidade de deslocamentos. Esses são apenas alguns exemplos de desmaterialização. O tema – como se vê – não é necessariamente novo, mas ganhou fôlego com a expansão das tecnologias da comunicação e informação e a promessa de substituir átomos por bits.
Segundo Jonathan Koomey, pesquisador do Lawrence Berkeley Lab e professor na Universidade de Stanford, um dos maiores especialistas em desmaterialização, algumas necessidades nunca serão substituídas por informação (alimentos, por exemplo), mas muitas outras que hoje tomamos como certas, como se deslocar para o trabalho todos os dias, podem ser substancialmente alteradas em alguns anos.
“Os setores de mídia e transporte serão as primeiras indústrias a se remodelar. Mas veremos efeitos estruturais maiores como companhias começando a integrar a tecnologia da informação nas suas operações completamente. Maior disponibilidade de sensores a um preço mais baixo significa mais medidas e informações, que deverão permitir às companhias ser ainda mais eficientes em como elas produzem e transportam bens”, destaca.
A automação e a virtualização, no entanto, representam apenas parte de uma economia desmaterializada, que inclui a criação de novos e melhores produtos (reduzindo o consumo de energia e necessidade de transporte) ou ainda a eliminação da necessidade dos antigos e a definição de novos comportamentos, entre outras estratégias.
A desmaterialização se apresenta como uma rota alternativa frente ao atual modelo de produção e consumo, que tem causado o esgotamento dos recursos naturais. Como consequência de uma economia baseada na lógica do descartável, desenvolvida nos últimos 50 anos, a humanidade ultrapassou em 20% a capacidade de suporte e reposição da biosfera.
O ambientalista Lester Brown é outro assíduo estudioso do tema. Em seu Plano B 4.0: Mobilização Para Salvar a Civilização (coeditado no Brasil por Ideia Sustentável), ele reforça que, na natureza, fluxos lineares descartáveis não sobrevivem por muito tempo porque os processos se organizam em ciclos fechados.
Resíduo zero
Como primeiro passo para a desmaterialização da economia, Brown defende a redução do uso de materiais, citando a Alemanha como exemplo de pioneirismo e fonte de inspiração. Na década de 90, Ernst von Weizsäcker, líder ambiental no parlamento alemão (o Bundestag), demonstrou que as modernas economias industriais poderiam funcionar sem problemas usando apenas um quarto das matérias-primas exploradas na época. “Alguns anos mais tarde, Friedrich Schmidt-Bleek, fundador do Instituto Fator Dez, na França, mostrou que era tecnologicamente possível aumentar – por um fator 10 – a produtividade dos recursos, dada a política de incentivos”, destaca Brown.
O arquiteto americano William McDonough e o químico alemão Michael Braungart também foram pioneiros nessa área. Em seu livro Cradle to Cradle: Remaking the Way We Make Things (Berço ao Berço: Refazendo a Maneira Como Fazemos Coisas), concluíram que o desperdício e a poluição devem ser inteiramente evitados. “A poluição é um símbolo do fracasso do projeto”, diz McDonough.
Nas últimas duas décadas, ecologistas e designers de todo o mundo trataram de difundir essa lógica ao ponto de, hoje, a ideia de McDonough já ter se tornado consenso em grande parte dos setores industriais.
Outra medida que deve ser combinada à redução do uso de materiais é a reciclagem. Em Plano B 4.0, Brown resgata os dados do artigo Recycling Industry Offers Recession-Proof Investing (As Ofertas de Investimentos à Prova da Recessão da Indústria de Reciclagem), de Rona Fried, publicado na revista Solar Today (julho/agosto de 2008). “As crescentes taxas de reciclagem e a transição para sistemas mais eficientes de manufatura podem facilmente reduzir em 32% o uso de energia nesse segmento industrial em todo o mundo”, afirma a autora.
A indústria, incluindo a de aço, cimento e papel, responde por 30% do consumo mundial de energia. A petroquímica, que reúne produtos como plásticos, fertilizantes e detergentes, é a maior consumidora no setor manufatureiro, representando cerca de um terço do uso industrial global.
Fried lembra, ainda, que o aço feito de sucata consome apenas 26% de energia em relação ao produzido com minério de ferro. Para o alumínio, esse número é de 4%. O plástico reciclado usa apenas 20%. E o papel 64%, com bem menos químicos durante o processo.
“Se as taxas mundiais de reciclagem desses recursos fossem equiparadas àquelas já adotadas pelas economias mais eficientes, as emissões de carbono cairiam rapidamente”, conclui Fried em seu artigo.
Embalagens, grandes vilãs
Como deve ser feita a disposição de um produto depois do uso? Ele poderá ser reciclado ou reutilizado? Se lançado no meio ambiente, seus materiais são biodegradáveis? Possuem substâncias prejudiciais à saúde das pessoas e do ambiente? É possível utilizar resíduos de algum processo produtivo na sua fabricação? Essas são algumas das questões com as quais os designers começam a se deparar na concepção de seus projetos e também as empresas, na sua decisão de investimento em pesquisa e desenvolvimento e gestão de processos produtivos.
Essas preocupações se voltaram principalmente para a questão das embalagens. À medida que as montanhas de lixo se multiplicam em todo o mundo, reforça-se a necessidade de estabelecer limites para o modelo de produção atual.
Segundo pesquisa realizada recentemente pela The Packaging Community  (puxar fio), a questão ambiental passou a ser um fator mais importante para tomadores de decisão no setor. Mais da metade dos entrevistados (57%) afirma que a sustentabilidade influencia suas escolhas, e mais de um terço (35%) diz que as embalagens se tornarão mais ecoamigáveis. As exigências dos varejistas, como utilidade do espaço e facilidade de armazenamento, são as maiores preocupações. Mas o estudo revela um outro aspecto interessante: critérios tradicionais, como diferenciação de marca, conveniência e proteção, ficaram abaixo do item sustentabilidade na lista de prioridades apontadas pelos entrevistados.
A publicação Packaging in the Sustainability Agenda: A Guide for Corporate Decision Makers explica que a pressão acerca do tema embalagens não é um fenômeno novo, mas tem crescido significativamente nos últimos anos. O estudo, produzido pelo European Organization for Packaging and Environment, em parceria com o ECR Europe, ressalta que as embalagens são vistas normalmente pelos consumidores e pela mídia de forma isolada.
O guia destaca ainda que se atinge uma melhor performance quando produto e embalagem são desenhados juntos, desde a concepção. Janine Benyus, do Biomimicry Institute, também defende esse tipo de abordagem, apontando para a possibilidade de desenvolver embalagens que sejam parte do produto.
Na natureza – acredita – há uma série de estratégias de embalagem. “Uma laranja não é uma bola com líquido dentro. É uma bola que está cheia de células que contêm líquido dentro”, atenta. Segundo a bióloga, quando se corta uma laranja, o líquido não se espalha porque existem enzimas que funcionam como um “gatilho”. “Essas enzimas permitem que se possa quebrar a embalagem um pouco, sem dispersar todo o volume. Então poderíamos usar esse princípio no setor de cosmético, desenvolvendo uma embalagem de xampu feita do próprio produto ou então, talvez, transformando a embalagem em um sabonete”, afirma.
O que dizem as empresas
A desmaterialização parece uma prática distante da realidade de muitas empresas. Apenas parece. Como compreende vários níveis – do design à TI – o conceito começa a ser percebido como uma grande oportunidade para redução de custos e otimização de produtos e serviços. Não são poucas as companhias que estão mudando a composição de seus lançamentos, reduzindo embalagens e virtualizando processos.
A Unilever, por exemplo, tem investido na nova concepção de itens e na conscientização do consumidor sobre seus benefícios. Exemplos disso estão em opções de produtos mais concentrados e na eliminação de partes desnecessárias de embalagens, como a tampa do desodorante de uma das marcas da empresa. “A ideia é questionar de que maneira se consegue realmente reduzir a quantidade ou o peso das embalagens, ou garantir seu reaproveitamento”, destaca Juliana Nunes, diretora de Assuntos Corporativos da Unilever.
Seguindo essa tendência, a Cargill diminuiu o uso de matéria-prima para produção das garrafas de óleo Liza como parte de um compromisso assumido com o Walmart, no projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta, que visa tornar sustentável todo o ciclo de vida de diversos produtos. “Com isso conseguimos reduzir o uso de matéria-prima não renovável, as emissões de CO2 no transporte e a geração de resíduos, entre outros benefícios. É uma economia de escala”, avalia Fernando Costa, consultor de Responsabilidade Corporativa da Cargill. No campo da inovação, a empresa lançou recentemente um novo tipo de plástico – o Ingeo – feito à base de plantas, que se decompõe em poucos meses em condições de biodegradabilidade.
Os consumidores também estão cada dia mais críticos em relação ao excesso de material nos produtos e embalagens. De olho nessa tendência, a Phillips começou a embalar de forma mais eficiente algumas linhas de produtos, principalmente os de iluminação e eletrônica de consumo. A ideia já integra a estratégia da companhia. “No curto prazo, a tendência é chegar ao mínimo possível do consumo de materiais e optar por versões recicláveis, de modo que o ciclo de vida seja fechado. No longo prazo, novas técnicas de distribuição de produtos serão comuns, o que pode levar à eliminação quase por completo do uso de embalagens para transporte e conservação”, avalia Walter Duran, diretor de Sustentabilidade da empresa.
Por outro lado, alguns estudos europeus sobre tendências para embalagens indicam que a proteção que o plástico oferece aos produtos (evitando quebras ou desperdício de alimentos no transporte, por exemplo) somada ao seu peso (mais leve que muitos materiais, o que diminui a pegada de carbono na logística de transporte) são aspectos fundamentais para um mundo sustentável, no qual a eficiência produtiva e logística tornam-se essenciais para reduzir a pressão sobre os recursos naturais. “As embalagens serão menos descartáveis e mais inteligentes, informando ao consumidor dados importantes sobre o produto (quando foi produzido, se a embalagem foi violada, se a temperatura está adequada, pegadas de água e carbono), acredita Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável da Braskem.
A mesma lógica vem sendo discutida também em outros setores. No bancário, por exemplo, experiências com virtualização de serviços crescem entre as instituições financeiras, transformando antigos modelos de negócios. Segundo Domingos Figueiredo Abreu, vice-presidente do Bradesco, o mercado brasileiro tem caminhado para a desmaterialização com o apoio da tecnologia.
“Temos exemplos como os processos de pagamento eletrônico, cartões e internet, que em um curto período de tempo praticamente desbancaram o bom e velho talão de cheques. Mais recentemente, implantou-se o Débito Direto Autorizado (DDA), um sistema de boleto bancário eletrônico desenvolvido pela Febraban que permite o acesso eletrônico às contas a pagar, sem que seja necessário recebê-las de forma impressa. Os próprios consumidores já começam a ficar incomodados com a quantidade de resíduo gerada de forma desnecessária”, avalia.

Especial – Tendência 4: Desmaterialização

No radar – Inovações em embalagem e distribuição
1. A menor garrafa de detergente
A garrafa do detergente concentrado 8x, da Method, é um caso de casamento bem-sucedido de embalagem e produto. Maior nível de concentração do produto, menor embalagem.
2. Embalagem “Livre de frustração”
O programa Amazon.com’s Frustration Free Packaging, que dispõe de cerca de 300 produtos, oferece embalagens mais simples e fáceis de abrir. A varejista on-line tem trabalhado com as empresas para ajudá-las a reduzir os materiais, cortar plásticos e adereços desnecessários e trocar as caixas de papelão comuns por opções de papelão liso.
3. Alternativas no formato Clamshell (dobrável)
Algumas empresas de embalagem – MeadWestvaco, CardPak e Winterborne – desenvolveram alternativas que usam muito menos plástico, substituem PVC por plástico reciclado  e usam papel reciclado ou proveniente de fonte sustentável. Em vez de uma grande embalagem de plástico, utiliza-se um case menor que se encaixe em torno do produto.
4. Laptop com caixa reduzida da HP
Em 2008, a Hewlett-Packard lançou um laptop com 97% menos embalagens do que os equipamentos comuns. A HP fez isso embalando o produto e seus acessórios em uma bolsa no estilo messenger bag. Quando alguém compra um laptop, provavelmente precisa de algo para transportá-lo. O “combo” proporcionou uma solução “dois-em-um” para pessoas que precisam obter os dois produtos ao mesmo tempo.
5. Latas livres de BPA
O processo de remoção de bisfenol A (BPA) de latas é mais um esforço para mudanças em embalagens por questões de saúde. A subsidiária de tomates orgânicos General Mills’ Muir Glen anunciou a mudança para latas livres de BPA, seguindo os esforços de remoção de empresas como a Eden Foods, que o eliminou de suas embalagens de feijão, e uma série de empresas de enlatados de frutos do mar.
6. Apenas conteúdos recicladosEmbora muitas empresas estejam adicionando lentamente materiais reciclados em suas embalagens, algumas já fizeram a mudança para 100%. Na maioria desses casos, elas precisam trabalhar com seus fornecedores para encontrar a combinação certa de plástico reciclado e desenvolver modelos tão eficientes quanto os de suas embalagens anteriores.
7. Plásticos baseados em plantas
Apesar de os bioplásticos estarem ainda na sua infância, devido à falta de serviços de compostagem, embalagens feitas a partir de plantas e resíduos “brotaram” em algumas companhias. Um desafio que terá de ser abordado é a embalagem que combina plástico à base de petróleo com outro à base de plantas, como o PlantBottle, da Coca-Cola, que contém 30% de cana-de-açúcar e melaço. Nas garrafas recicláveis, acrescentar muito bioplástico pode contaminar os demais resíduos e frustrar os esforços de reciclagem.
8. Amortecimento sem espuma
Embora tecnicamente reciclável, a espuma de poliestireno expandido (comumente chamado de Styrofoam) vem encontrando uma opção verde na forma de preenchimentos não derivados de petróleo. Recentemente, a Dell começou a utilizar amortecimento baseado em bambu para alguns laptops, escolhendo um material que tem um início (fonte renovável em vez de fóssil, não renovável) e um fim de vida melhores (compostável, em vez de descartado em aterros sanitários).
9. Livrar-se do que não é necessário
Desafio menos glamuroso, mas igualmente importante: olhe para a embalagem e avalie se existe um material (ou uma certa parte) que pode ser excluído.
Fonte: Green Biz
Por uma química verde
A natureza pode representar uma fonte de inspiração para estruturas menos complexas, capazes de ser absorvidas pelo meio ambiente após o seu uso, sem prejuízo para a saúde. Esse é um dos potenciais explorados pelos cientistas do biomimetismo, que acabou se tornando objeto de estudo de uma área específica denominada química verde. Para se ter uma ideia, enquanto a natureza necessita de apenas cinco polímeros para produzir tudo o que vemos, a indústria usa 350 diferentes tipos desse composto químico.
A química verde parte do princípio de que é melhor considerar a eliminação/redução de resíduos durante a fase de desenvolvimento do que dispor ou tratar essas substâncias depois que o material foi criado. Trocando em miúdos, basta seguir um padrão básico caracterizado por ciclos sempre fechados, nos quais o resíduo de um processo acaba sendo utilizado como alimento ou energia por outro organismo.
Partindo disso, as empresas podem substituir a ideia de ‘cadeias’ por ‘teias’ produtivas, a fim de identificar os inúmeros processos dos quais fazem parte, conhecendo e explorando todo o potencial dessas relações de interdependência.
Química verde – design, produção e uso de produtos químicos que:- Utilizem matérias-primas sustentáveis completamente e de forma eficiente;
- Minimizem a geração de resíduos e o consumo de energia na fabricação de produtos;
- Criem produtos úteis e de longa duração;
- Desenvolvam produtos ambientalmente responsáveis por meio da reciclagem e degradação natural.Fonte: The Berkeley Institute for New Chemistry
Também no que diz respeito a como desenvolver a nanotecnologia de forma segura, a natureza oferece muitas respostas. “Na natureza, tudo começa em nano escala. Portanto, deve haver uma forma de desenvolvermos um código de conduta sobre nanotecnologia que é informado pelas nanoestruturas dos organismos”, afirma Janine Benyus, do Biomimicry Institute.
Caminho das pedras:
Química verde: 12 princípios
Prevenção da poluição
É melhor prevenir a geração de resíduos do que fazer o seu tratamento e disposição depois de formados.
Economia atômica
Métodos sintéticos devem ser desenvolvidos para maximizar a incorporação no produto final de todos os materiais usados no processo.
Menor síntese de substâncias perigosas
Sempre que possível, metodologias sintéticas devem ser projetadas para usar e gerar substâncias que possuam pouca ou nenhuma toxicidade para a saúde humana e o ambiente.
Design de químicos mais seguros
Os produtos químicos devem ser desenvolvidos de modo a preservar a eficácia da sua função e ao mesmo tempo reduzir toxicidade.
Solventes e auxiliaries mais seguros
O uso de substâncias auxiliares (solventes, agentes de separação, entre outras) deve ser eliminado sempre que possível. Quando utilizadas, precisam ser inócuas.
Design com eficiência energética
As exigências de energia precisam ser reconhecidas pelos seus impactos econômicos e ao meio ambiente e, assim, minimizadas. Métodos sintéticos devem ser conduzidos à temperatura ambiente e pressão.
Uso de recursos renováveis
Uma matéria-prima deve ser renovável sempre que possível técnica e economicamente.
Redução de derivados
Derivatização desnecessária (grupos bloqueadores, proteção / desproteção, modificação temporária de processos físico-químicos) deve ser evitada sempre que possível.
CatáliseReagentes catalíticos (tão seletivos quanto possível) são superiores aos reagentes estequiométricos.
Design para degradação
Os produtos químicos devem ser projetados de modo que, cumprida a sua função, não persistam no ambiente e, em vez disso, se transformem em produtos de degradação inócua.
Análise em tempo real para prevenção da poluiçãoMetodologias de análise precisam ser desenvolvidas para permitir o monitoramento em tempo real no processo e o controle antes da formação de substâncias perigosas.
Prevenção de acidentesToda substância usada em um processo químico dever ser escolhida de forma a minimizar o potencial de ocorrência de acidentes, incluindo vazamentos, explosões e incêndios.
Fonte: Warnerbabcock Institute for Green Chemistry
Desmontagem de produtos
A Boeing e a Airbus, concorrentes há 40 anos no mercado de aviões comerciais a jato, disputam agora para ver quem pode desmontar aviões com mais eficiência. O primeiro passo no processo é retirar os componentes vendáveis da aeronave, como motores, trem de pouso, forno de cozinha e centenas de itens. Para um Jumbo a jato, essas peças podem ser vendidas conjuntamente por até US$ 4 milhões. Na etapa de desmontagem final, recicla-se cobre, plástico e alumínio, este último material servirá na fabricação de carros, bicicletas e até mesmo outra aeronave.
O objetivo é reciclar 90% do avião.  Mas talvez um dia seja possível atingir 95%. Com mais de três mil aviões de carreira já aposentados e outros muitos por vir, esta frota representa uma mina de alumínio.
- Na Europa, empresas de tecnologia de informação estão explorando a reutilização de componentes dos equipamentos que, com a velocidade da inovação tecnológica, ficam rapidamente obsoletos. Como a lei europeia obriga os fabricantes a pagar pela coleta, desmontagem e reciclagem de materiais tóxicos, eles passaram a investir em técnicas de fácil desmontagem para qualquer coisa: de microcomputadores a telefones celulares. A finlandesa Nokia, por exemplo, projetou um celular para se desmontar sozinho.
- Na Alemanha e, mais recentemente, no Japão, os governos têm exigido que produtos como automóveis, aparelhos domésticos e equipamentos de escritório sejam projetados para fácil desmonte e reciclagem. Em maio de 1998, o legislativo japonês decretou uma severa lei de reciclagem de aparelhos domésticos, que proíbe, por exemplo, descartar máquinas de lavar, aparelhos de TV, ar-condicionado, entre outros. Como os consumidores são forçados a pagar o custo de desmontagem de aparelhos, na forma de uma taxa para empresas de reciclagem (que pode chegar a US$ 60 por geladeira ou US$ 35 por máquina de lavar), cresce a pressão por aparelhos facilmente desmontáveis.
Fonte: Plano B 4.0, Lester Brown
O papel das tecnologias
As tecnologias em informação e comunicação (ICT, do inglês Information and Communication Technologies) têm um papel decisivo na batalha contra as alterações climáticas. A área se destaca justamente pelo potencial de alavancar um novo modelo de consumo, baseado na desmaterialização dos serviços e processos produtivos. É o que revela o levantamento Carbon Connections: Quantifying Mobile’s Role in Tackling Climate Change, realizado pela Accenture e Vodafone, companhias do segmento de telecomunicações.
De acordo com o levantamento, esse setor tem o potencial de reduzir as emissões de carbono em até 113 Mt CO2e ao ano e cortar cerca de €43 bilhões dos custos de energia dos 25 países da União Europeia até 2020.
Somente a substituição de produtos e processos físicos ou viagens por alternativas virtuais, como videoconferência ou comércio on-line podem abater 22.1 Mt de CO2e, proporcionando uma economia de €14.1 bilhões até 2020.

A Economia Mundial de Energia de 2020

A transição do carvão, petróleo e gás para energia eólica, solar e geotérmica caminha a largos passos. Na velha economia, a energia era produzida pela queima de alguma coisa – petróleo, carvão ou gás natural – levando a emissões de carbono que vieram a definir o atual modelo econômico. A nova economia, por sua vez, captura energia do vento, do sol e calor vindo de dentro da própria terra. Ela será amplamente guiada pela eletricidade. Além do uso para iluminação e para aparelhos eletrodomésticos, será usada tanto para transporte quanto para aquecer e resfriar edifícios. Combustíveis fósseis que distorcem o clima pertencerão ao passado, à medida que os países preferirem fontes de energia limpa, não esgotáveis e não aquecedoras do planeta. O afastamento dos combustíveis fósseis começa pelo setor de eletricidade.
O desenvolvimento de 5,3 mil megawatts de capacidade de geração de energias não-renováveis no mundo até 2020 – mais da metade decorrente do vento – seria mais que suficiente para substituir todo o carvão e petróleo e 70% do gás natural utilizado para gerar eletricidade. A adição de cerca de 1,5 mil gigawatts de capacidade de aquecimento térmico até 2020, quase dois terços em virtude de aquecedores solares de telhado, diminuirá em muito o uso de petróleo e de gás para aquecimento de prédios e de água.
Ao olhar as grandes mudanças de 2008 para a economia energética do Plano B de 2020, a eletricidade gerada por combustíveis fósseis cai mais de 90% no mundo todo. Isto é mais que compensado pelo crescimento em cinco vezes da eletricidade gerada de forma renovável. No setor de transportes, a energia vinda de fósseis recua em torno de 70%.
O processo se inicia a partir da troca por carros híbridos recarregáveis gasolina/eletricidade e por automóveis elétricos que funcionarão quase que totalmente com eletricidade. E segue também com a troca por trens elétricos, muito mais eficientes que os movidos a diesel. Muitos prédios serão totalmente elétricos – aquecidos, esfriados e iluminados inteiramente com eletricidade renovável sem carbono. Em nível regional e federal, cada perfil de energia será formado pela capacidade local de fontes renováveis de energia. Alguns países, como os EUA, Turquia e China, deverão contar com ampla base de renováveis. Mas o vento, seja o do alto mar ou do continente, emergirá como a fonte líder.
Em junho de 2009, Xiao Ziniu, diretor do Centro Nacional de Clima da China, afirmou que o país teria até 1,2 mil gigawatts de potencial gerador eólico. Hoje a capacidade total é de 790 gigawatts. Segundo o especialista, essa nova estimativa “garante que a inteira demanda de eletricidade da China possa ser coberta somente por energia eólica”. Além disso, o estudo identificou 250 gigawatts de potencial de eólica no mar. Um oficial sênior chinês já havia anunciado que a capacidade geradora a partir de vento atingirá 100 megawatts até 2020, o que significa ultrapassar a energia nuclear muito antes.
Países como Espanha, Argélia, Egito, Índia e México preferirão usinas térmicas solares e armazenadores fotoelétricos solares para alimentar suas economias. Para a Islândia, Indonésia, Japão e Filipinas, a energia geotérmica será sua principal fonte. Outros dependerão principalmente de hidroeletricidade, como a Noruega, República Democrática do Congo e o Nepal. Algumas tecnologias, como aquecedores solares de telhado para água, serão adotadas em quase todos os lugares. Com a economia energética do Plano B, os EUA produzirão 44% de sua eletricidade a partir das fazendas eólicas. As usinas geotérmicas suprirão outros 11%. Células fotoelétricas, a maior parte delas nos telhados, resultarão em 8% de eletricidade, e as usinas térmicas solares, 5%.
Cerca de 7% virá da energia hidroelétrica. Os 25% restantes serão gerados de energia nuclear, biomassa gás e natural, nesta ordem. Com o progresso na transição de energia, o sistema de transporte de energia da fonte até os consumidores mudará muito. Na energia da velha economia, gasodutos transportavam petróleo dos campos para o consumidor ou para os portos, onde abasteciam os petroleiros. A grande frota de navios trazia o petróleo do Golfo Pérsico para os mercados de todos os continentes. O Texas oferece um modelo de como construir uma rede para capturar energia renovável. Após uma pesquisa mostrar que o estado tem duas fortes concentrações de energia eólica, uma no oeste do Texas e outra em Panhadale, a Comissão de Utilidade Pública coordenou o desenho de uma rede de linhas de transmissão de alta voltagem para conectar essas regiões com os centros de consumo como Dallas/Ft Worth e San Antonio.
Com investimento de US$ 5 bilhões e mais de 4,6 mil quilômetros de linhas de transmissão, instalou-se uma capacidade de capturar 18,5 mil megawatts de geração eólica a partir dessas duas regiões, o suficiente para suprir metade dos 24 milhões de habitantes do estado. Atualmente, os serviços públicos e investidores privados já propõem construir linhas eficientes em corrente contínua de alta voltagem (HVDC) para ligar regiões ricas em vento com centros de consumo. A TransCanada, por exemplo, pretende desenvolver duas linhas de alta voltagem: a Zephyr, que unirá o Wyoming, de  ventos abundantes, com o mercado da Califórnia, e a Chinook, que fará o mesmo com o estado de Montana, também rico em ventos. Essas linhas de cerca de 1,6 mil quilômetros cada são desenhadas para acomodar três mil megawatts de eletricidade eólica.
Nas planícies do Norte e no Meio Oeste, a ITC Holdings Corporation propõe o que chama de Expresso da Energia Verde (Green Power Express). O investimento de 4,8 mil quilômetros de linhas de transmissão de alta voltagem objetiva ligar 12 mil megawatts de capacidade eólica de Dakota do Norte, Dakota do Sul, Iowa e Minnesota, com o Meio Oeste industrial, mais densamente populoso. As primeiras linhas pesadas podem se tornar parte da rede nacional que deseja construir o secretário de Energia norte-americano, Steven Chu.
Uma rede forte e eficiente reduzirá a necessidade de capacidade de geração, diminuirá os custos ao consumidor e baixará as emissões de carbono. Já que nenhuma fazenda eólica tem perfil igual a outra, cada uma acrescentada à rede torna o vento uma fonte mais estável de eletricidade. Com milhares de fazendas eólicas espalhadas de costa a costa, o vento vem se tornando uma fonte estável de energia, parte da potência da carga de base .  A capacidade de prever as velocidades do vento e a intensidade solar em todo o país com pelo menos um dia de antecedência, torna possível gerenciar a diversidade de fontes renováveis de maneira eficiente.
Para a Índia, uma rede nacional permitiria capturar os vastos recursos solares do seu grande deserto. Também a Europa começa a pensar seriamente em uma super-rede continental. Alongando-se da Noruega ao Egito, e de Marrocos ao leste da Sibéria, com ela seria possível captar grandes quantidades de energia eólica, particularmente na costa leste europeia, e a quase ilimitada energia solar no norte do Saara e na costa sul do continente. Assim como a proposta rede nacional norte-americana, a rede europeia utilizaria linhas de corrente direta de alta voltagem para transmitir eletricidade de modo muito mais eficiente do que as linhas já existentes.
Uma empresa irlandesa, Mainstream Renewable Power, propõe usar cabos submarinos de linhas de alta voltagem para construir a super-rede europeia em alto mar. A rede se estenderia do Mar Báltico ao Mar do Norte, e para o sul pelo Canal da Mancha em direção à Europa meridional. Segundo a empresa, essa medida evitaria o gasto de tempo com aquisições de terra para construir um sistema continental. A companhia sueca ABB Group, que acabou de completar 640 quilômetros de alta voltagem via cabos submarinos, ligando a Noruega aos países baixos, estabeleceu parceria com a Mainstream Renewable Power para a construção dos primeiros estágios da super-rede.
Uma antiga proposta, elaborada pelo Clube de Roma, sob o nome de DESERTEC, vai além, com planos de conectar a Europa à energia solar abundante do norte da África e do Oriente Médio. Em julho de 2009, 11 empresas europeias líderes – incluindo a Munich Re, Deutsche Bank, ABB e Siemens – e uma empresa argelina, a Cevital, anunciaram um plano para criar a Iniciativa Industrial DESERTEC. O objetivo é financiar o desenvolvimento da capacidade de geração térmica solar no norte da África e no Oriente Médio para exportar eletricidade para a Europa e cobrir as necessidades dos países produtores. Com a perspectiva de exceder 300 mil megawatts de geração essa proposta supera em muito qualquer padrão.
Encontra-se alinhada com as atuais preocupações com mudanças no clima e o esvaziamento das reservas de petróleo e gás. Caio Koch-Weser, vice-presidente do Deutsche Bank, afirma que “a Iniciativa mostra em quais dimensões e com que escala precisamos pensar se queremos dominar os desafios da mudança climática”. O século 20 testemunhou a globalização da economia energética a partir do momento em que o mundo inteiro passou a depender fortemente do petróleo de um punhado de países, muitos deles situados em uma única região do planeta. Este século presenciará a localização da economia mundial de energia à medida que os países comecem a drenar seus recursos naturais de energia renovável.
1- Nota do tradutor: do inglês, Baseload
* Lester Brown é autor de Plano B 4.0 – Mobilização para Salvar a Civilização (424 páginas, Ideia Sustentavel e New Content, patrocínio do Bradesco)

Mais economia, menos recursos


A produção, o processamento e a disposição dos materiais na nossa moderna economia de descarte desperdiça não apenas recursos, mas também energia. Na natureza, fluxos lineares descartáveis não sobrevivem por muito tempo. Nem podem sobreviver na economia global em expansão. Uma aberração, a economia do descartável, desenvolvida nos últimos 50 anos, caminha agora para erguer a maior pilha de entulho da História.
O primeiro país a identificar o potencial para redução do uso de materiais foi a Alemanha. Inicialmente com Friedrich Schmidt-Bleek, no início da década de 90, e depois com Ernst von Weizsäcker, líder ambiental, no parlamento alemão (o Bundestag). Para os dois, as modernas economias industriais poderiam funcionar sem problemas usando apenas um quarto das matérias-primas prevalentes na época.
Alguns anos mais tarde, Schmidt-Bleek, fundador do Instituto Fator Dez, na França, mostrou que era tecnologicamente possível aumentar – por um fator 10 – a produtividade dos recursos, dada a política de incentivos.
Além de reduzir o uso de materiais, a economia de energia gerada pela reciclagem dispensa maiores explicações. O aço feito de sucata consome apenas 26% de energia em relação ao feito com minério de ferro. Para o alumínio, esse número é de 4%. O plástico usa apenas 20% . E papel reciclado, 64%, com bem menos químicos durante o processo. Se as taxas mundiais de reciclagem desses recursos fossem equiparadas àquelas já adotadas pelas economias mais eficientes, as emissões de carbono cairiam rapidamente.
A indústria, incluindo a de plásticos, aço, cimento e papel, responde por 30% do consumo mundial de energia. A petroquímica, que reúne produtos como plásticos, fertilizantes e detergentes, é a maior consumidora de energia no setor manufatureiro, contando com cerca de um terço do uso industrial global. No mundo, as crescentes taxas de reciclagem e a transição para sistemas mais eficientes de manufatura podem facilmente reduzir em 32% o uso de energia nesse segmento industrial.
A indústria global de alumínio, com produção de mais de 1,3 bilhão de toneladas em 2008, corresponde a 19% do uso da energia industrial.  Medidas como a adoção de sistemas mais eficientes de altos-fornos e a completa recuperação do aço usado ajudam a diminuir em 23% o consumo energético na indústria de aço.
A redução do uso de materiais deve ver a reciclagem do aço como objetivo primeiro, já que a sua utilização é gigantesca quando comparada com a de todos os outros metais juntos.
O seu emprego é hoje dominado por três indústrias: automóveis, aparelhos domésticos e construção. Nos EUA, praticamente todos os carros são recicláveis. Deixá-los apodrecendo em ferros-velhos equivale a um ato incompreensível de desperdício. A taxa americana de reciclagem de aparelhos domésticos gira em torno de 90%; a de latas de alumínio, em 63%; a de vigas e trilhos, em 98% e as de vergalhões, em apenas 65%. Ainda assim, o aço descartado sob várias formas é suficiente para resolver as necessidades da indústria automobilística americana. A reciclagem de aço começou a subir mais há uma geração, com o advento do forno voltaico em arco, tecnologia que transforma sucata em aço, utilizando apenas um quarto da energia requerida para produzi-lo a partir do minério de ferro.
Esses fornos correspondem à metade ou mais da produção de aço em mais de 20 países. Algumas poucas nações, incluindo Venezuela e Arábia Saudita, usam exclusivamente arcos elétricos. Se três quartos da produção de aço mudassem para fornos voltaicos utilizando sucata, o uso de energia na indústria de aço poderia ser reduzido em quase 40%.
Outra grande consumidora de energia é a indústria de cimento, que, em 2008, produziu 2,9 bilhões de toneladas. Com metade da produção mundial, a China sozinha fabrica mais cimento do que um conjunto de 20 países. E ainda assim o faz com extraordinária ineficiência. Se utilizasse as mesmas tecnologias de fornalha do Japão, poderia baixar em 45% o consumo de energia para produção de cimento. Caso todos os produtores de cimento do mundo adotassem os processos mais eficientes de fornos secos, o uso de energia despencaria 42%.
A reestruturação do sistema de transportes também concentra um alto potencial na redução do uso de materiais. Melhorar o trânsito urbano, por exemplo, significa que um ônibus de 12 toneladas pode facilmente substituir 60 carros de 1,5 tonelada, ou um total de 90 toneladas, reduzindo o uso de material em 87%. A cada vez que alguém troca um carro por uma bicicleta, o uso de materiais diminui em 99%.
O grande desafio que se impõe às cidades, na economia de energia, é reciclar o máximo possível de componentes dos materiais urbanos descartáveis. Hoje, praticamente todos os produtos de papel podem ser reciclados, incluindo caixas de cereais, panfletos e embalagens de papel, além de jornais e revistas. O mesmo vale para latas de metal, vidro e boa parte dos plásticos. O lixo da cozinha e do quintal pode ser transformado em adubo fertilizante de plantas.
Economias industriais avançadas com populações estáveis, como a Europa e o Japão, podem recorrer ao estoque de materiais existentes na economia em vez de se socorrerem em matérias-primas virgens.     Outra indústria emergente é a de reciclagem de aeronaves. Daniel Michaels escreveu no Wall Street Journal que a Boeing e a Airbus, concorrentes há 40 anos no mercado de aviões comerciais a jato, disputam agora para ver quem pode desmontar aviões com mais eficiência.
O primeiro passo no processo é retirar os componentes vendáveis da aeronave, como motores, trem de pouso, forno de cozinha e centenas de itens. Para um jumbo a jato, essas peças podem ser vendidas conjuntamente por até US$ 4 milhões. Na etapa de desmontagem final, recicla-se cobre, plástico e alumínio: este último material servirá na fabricação de carros, bicicletas e até mesmo outra aeronave.
O objetivo é reciclar 90% do avião. Mas talvez um dia seja possível atingir 95%. Com mais de três mil aviões de carreira já aposentados e outros muitos por vir, essa frota representa uma mina de alumínio.
Uma medida cada dia mais atraente para reduzir emissões de carbono é retirar o incentivo de indústrias consideradas não essenciais que fazem uso intensivo de energia. Em resumo, a redução de materiais contribui significativamente para diminuir as emissões de carbono. Isso começa pelos principais metais – aço, alumínio e cobre – cuja reciclagem requer apenas uma pequena fração da energia necessária para produzi-los a partir de minério.
Segue com os projetos de carros, aparelhos domésticos e produtos eletrônicos, de modo que possam ser facilmente desmontados para reutilização ou reciclagem. E inclui evitar o uso de produtos desnecessários.
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*Lester Brown é autor de Plano B 4.0 – Mobilização Para Salvar a Civilização (424 páginas, coedição brasileira de Ideia Sustentável e New Content, com patrocínio do Bradesco)
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