quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SP terá 1º incinerador de lixo doméstico


Pioneira no País, usina vai produzir energia e recuperar área ameaçada por risco de explosão e deslizamento em São Bernardo do Campo

05 de agosto de 2010 | 0h 00
    Eduardo Reina - O Estado de S.Paulo
A cidade de São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, terá a primeira usina de incineração de lixo doméstico do Brasil. A estrutura vai ocupar a área do antigo Lixão do Alvarenga, na beira da Represa Billings, e vai gerar 30 megawatts por hora de energia elétrica. Ao lado, será criado um parque e haverá remoção de parte da população que hoje mora em cima do antigo lixão, uma área de risco de explosão e deslizamentos.
A usina terá capacidade para receber 1 mil toneladas de resíduos domésticos por dia. A energia gerada - 30 megawatts/hora - será suficiente para abastecer diariamente uma cidade de 300 mil habitantes. A obra inclui um setor de separação dos resíduos orgânicos e para reciclagem e está orçada em R$ 220 milhões.
Hoje na cidade de São Paulo há duas usinas de geração de energia por meio do lixo, nos aterros Bandeirantes (zona norte) e São João (zona leste). No entanto, esses funcionam com aproveitamento de gás metano gerado pelos resíduos. A novidade é o incinerador de lixo doméstico. Existem apenas usinas para incinerar lixo hospitalar e industrial no País.
"O sistema, além de fazer a queima da parte do lixo que não pode ser aproveitada, tem também o reaproveitamento de todo resíduo possível, até da fração orgânica", explica o professor Elcires Pimenta Freire, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e coordenador do plano de resíduos sólidos da cidade. O modelo escolhido mescla tecnologias da Alemanha, Holanda e Espanha.
O secretário de Planejamento Urbano de São Bernardo, Alfredo Buso, diz que o edital deve ser lançado em breve. A expectativa do prefeito Luiz Marinho (PT) é que o início da operação seja em 2012. A cidade gasta R$ 14 milhões por ano para descartar 650 toneladas de lixo por dia num aterro sanitário no município de Mauá. Para Buso, os gastos não serão superiores aos de hoje.
Remediação. A área do bairro Alvarenga no limite com Diadema abrigou um lixão de 1971 a 2001. No dia 13 de abril, o Estado lembrou que o bairro tem condições similares às do Morro do Bumba, em Niterói, que deslizou por causa da chuva e do acúmulo do lixo. Em Niterói, 51 pessoas morreram. Em São Bernardo do Campo, centenas de famílias temem o mesmo destino.
A área de 700 mil metros quadrados nunca teve um sistema de condução dos efeitos colaterais do acúmulo de lixo sob a superfície: gases e chorume. O metano também fica preso no solo, aumentando a cada dia o risco de explosões. Já o líquido que resulta da decomposição dos resíduos vai direto para a Represa Billings, a 200 metros do local.
O projeto de construção da usina e do parque atende a medida judicial que condenou as prefeituras de São Bernardo e Diadema e os donos do terreno a remediar o problema ambiental. Parte das 200 famílias que moram no terreno será removida.
A prefeitura estima que sejam necessários R$ 20 milhões para fazer a canalização de drenagem dos gases e captação do chorume. Os trabalhos devem começar em setembro, com conclusão prevista para o fim de 2011.
O ambientalista Virgílio Alcides Farias, que defende a desativação do Lixão do Alvarenga, acredita que a criação da usina é uma boa notícia. "Está dentro do que se chama de ação sustentável. Mas é preciso manter um monitoramento contínuo e seguir as normas existentes de controle, principalmente na emissão de gases." A prefeitura afirma que o modelo de usina de São Bernardo segue as diretrizes estaduais para o tratamento térmico de resíduos sólidos.

LÁ TEM...
Áustria
A usina de Viena é uma das mais modernas da Europa. Tem capacidade para queimar 720 toneladas/dia.
Alemanha
Há duas unidades em Ingolstadt, que processam 600 toneladas/dia cada.
Inglaterra
Em Marchwood, a usina local incinera 560 toneladas/dia.
França
Uma das maiores da Europa fica em Paris, com capacidade para 1,6 mil toneladas/dia.
Estados Unidos
A maior do país está em Miami e chega a 4,2 mil toneladas/dia.

Energia
5 horas
é o período em que um computador poderia funcionar com a queima de um quilo de lixo
24 minutos
duraria um secador de cabelo ligado, segundo Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A reinvenção do carpete

Casos Práticos / InterfaceFLOR

Em 1994, a norte-americana InterfaceFLOR, maior fabricante de carpetes modulares do mundo, decidiu
transformar a sua maneira de fazer negócios. Sensibilizado com as questões ambientais, seu presidente,
Ray Anderson, implantou em sua companhia um processo de gestão sustentável que incluiu mudanças
profundas. Ao repensar como os produtos são concebidos, manufaturados, distribuídos, instalados e
recuperados, a InterfaceFLOR tornou-se um símbolo do movimento pelo desenvolvimento sustentável
e provou que empresas podem ser (mais) competitivas trabalhando de forma responsável do ponto de
vista social e ambiental.
Em 14 anos, a InterfaceFLOR reduziu 60% das emissões de gases causadores do efeito estufa, 68%
do consumo de energia, 80% do consumo de água na organização nos Estados Unidos e 95% do
consumo de água nas instalações no Canadá – e aumentou a quantidade de matéria-prima reciclada e
biomaterial de 0,5% para mais de 20%. Com todas essas mudanças, obteve uma economia superior a
US$ 300 milhões, boa parte reinvestida em pesquisa e desenvolvimento de novos processos de gestão
sustentável dos negócios.
O processo começou com um diagnóstico preciso de como a corporação retirava, utilizava e descartava
os recursos da natureza. Com as informações em mãos, a organização traçou um plano de ação para
zerar o seu impacto no meio ambiente até 2020. O desperdício, por exemplo, representava 10% do
faturamento da companhia. Em 14 anos, foi reduzido para 1%, diz Claude Ouimet, vice-presidente da
Produção da fi bra base: tecnologia permite separação dos fi os, sem mescla dos materiais
Divulgação
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Espaço de Práticas em Sustentabilidade
Casos Práticos / InterfaceFLOR
InterfaceFLOR para a América Latina e Canadá. Agora, a empresa está mais perto da meta de zerar essas
perdas. O fi nal, porém, é sempre mais difícil, pois não há tantas gorduras para queimar. “Agora, temos
que encontrar novas formas de pensar”, afi rma Ouimet.
Inovação inspirada pela natureza
Criar formas alternativas de conduzir os negócios vem trazendo ótimas oportunidades para a
InterfaceFLOR. No desenvolvimento de produtos, a empresa, que em 1995 fabricou o primeiro tecido a
partir de garrafas PET, hoje emprega o biomimetismo, um jeito de pensar o design inspirado pela natureza.
Ao questionar como a natureza faria
um piso, por exemplo, a InterfaceFLOR
criou um produto chamado Entropy.
Os carpetes de um escritório, hotel ou
residência são montados com placas que
diferem em cores e padrões. Isso porque
os fenômenos naturais acontecem ao
acaso e são diversos.
Além de esteticamente interessante,
esse produto trouxe vantagens para
a companhia e seus clientes. Se o
carpete é danifi cado, é possível trocar
uma placa por qualquer outra. Não é
preciso encomendar da InterfaceFLOR
outro carpete do mesmo lote –
simplesmente porque o conjunto não
tem uma seqüência determinada. Basta instalar uma placa de carpete em qualquer direção. Para a
InterfaceFLOR, não há perdas com modelos que saem de linha. Na empresa, não existe o conceito de
design ultrapassado: o que há é uma mistura de cores e estilos. “Economizamos em estoque”, avalia
Claude Ouimet. O Entropy tornou-se o carro-chefe da organização.
Para os biólogos que trabalham na InterfaceFLOR os desafi os também são enormes. O processo de
fabricação da empresa considera o descarte como um centro de lucro. O produto é desenhado para
gerar uma forma lucrativa de reutilizá-lo no futuro. A organização reutiliza todos os seus carpetes
recuperados – e adquiriu tal expertise que também recicla os carpetes da concorrência. Desde 1995, a
InterfaceFLOR reutilizou mais de 50 mil toneladas de carpetes que teriam como destino os aterros.
Mudança nos processos
A inovação está hoje em cada elo do processo de produção e envolve todos os públicos da empresa.
Durante a confecção de estampas dos carpetes, por exemplo, detectou-se um grande desperdício de
água. Para fazer os decalques em cada metro quadrado de carpete, eram necessários 55 galões de água.
“As estampas não faziam nenhuma diferença no desempenho do produto. Então decidimos eliminálas”,
diz Ouimet. O consumo de água caiu, de um dia para o outro, em dois terços. Até a companhia
responsável pelo fornecimento de água fi cou espantada e, sem saber o que se passava, alertou a fábrica
para um possível defeito no medidor.
A InterfaceFLOR resolveu ainda eliminar todos os produtos tóxicos utilizados na composição da cola
para fi xar o carpete. Assim, passou a economizar na energia empregada no processamento da cola e
também cortou os gastos obrigatórios para obter as certifi cações exigidas pelo governo americano e
canadense para o uso destes produtos. Mas também foi além e, inspirada novamente na natureza, criou
o sistema de instalação Tactiles, deixando os carpetes livre da cola.
Divulgação
Painel solar na unidade de LaGrange, na Georgia (EUA):
redução de 68% no consumo de energia
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Espaço de Práticas em Sustentabilidade
Casos Práticos / InterfaceFLOR
Outro foco da organização é experimentar formas de energia alternativas. A energia renovável
representa 17% do total usado nas plantas da InterfaceFLOR. Energia de biomassa, biogás de aterros
sanitários e eletricidade verde são parte da estratégia global para aumentar o uso de energia renovável,
que leva em conta a localização da instalação das fábricas, a demanda de energia e o clima local.
Os executivos da InterfaceFLOR atualmente viajam pelo mundo não apenas para fechar negócios, mas
para disseminar as práticas sustentáveis da empresa. Para compensar o impacto do vôo dos executivos
da Interface, foi implementado um programa em 1997, o Trees for Travels. As emissões geradas por
essas viagens são contrabalançadas com o plantio de árvores. “A companhia ganhou reputação e
reconhecimento. É admirada por cada vez mais clientes e tem conseguido conquistar os melhores
fornecedores e empregados”, avalia Ouimet. A rotatividade na InterfaceFLOR é de 5,6%, contra 30% de
média do mercado. “Assim, temos um custo menor de treinamento e podemos contar com um pessoal
mais qualifi cado para desenvolver as inovações que almejamos”, completa o vice-presidente.
Ficha da Prática
Empresa:
InterfaceFLOR
O que faz:
Maior fabricante de carpetes modulares do mundo
Prática:
Grupo Iniciou uma jornada para se tornar resíduo-zero até 2020

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Agricultura, um modelo

ALBERTO TAMER - O Estado de S.Paulo

A agricultura brasileira pode ser chamada de "essa desconhecida". As atenções estão voltadas para a indústria, que fraqueja, e para outros setores, mas é a agricultura que tem evitado explosões inflacionárias e sustentado o crescimento econômico, principalmente nos anos de crise.
   
Um fato importante, diria mesmo, importantíssimo ao qual se dá pouco destaque: é também um modelo em que o setor privado responde por "toda" produção e comercialização no País. Tem o apoio técnico do governo, sim, pelo excelente trabalho realizado pela Embrapa, tem financiamento, mas não conta com a proteção dos escandalosos subsídios oferecidos pelos Estados Unidos e a União Europeia aos seus agricultores. Mesmo assim, os americanos estão perdendo terreno para o agronegócio brasileiro no mercado mundial. E repito, todos eles privados, multinacionais ou não.
   
Eis um modelo a seguir O Estado participa também por meio de um Ministério da Agricultura eficiente, que completa 150 anos, observa e age nas emergências, socorre os que precisam, estimula a agricultura familiar, mas fica distante. Não se mete nas decisões do que plantar, produzir e exportar. O mercado é que decide. A agricultura brasileira não precisa de estatais. Não quer intromissão do Estado.
   
Esse é um modelo de convivência entre Estado e setor privado que deveria ser estudado pelos dois candidatos a presidência, para que não inventem mais empresas estatais como se está fazendo hoje.
   
Mas a agricultura é isso mesmo? Sei que é essa a pergunta que o leitor deve estar fazendo. A resposta é sim. E baseada não só em dados do IBGE, mas também do governo americano. Mesmo sem subsídios, o Brasil é hoje o terceiro maior exportador de alimentos do mundo. Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o Brasil é líder na produção e exportação de açúcar, café em grãos e suco de laranja. Além disso, é o primeiro exportador mundial de carne bovina, tabaco, álcool etílico e carne de frango.
   
Ocupa a vice-liderança na produção e exportação de soja em grãos (atrás apenas dos EUA). É o terceiro maior exportador mundial de milho e o quarto de carne suína. O Brasil depende hoje da importação de trigo, que somou apenas US$ 1,2 bilhão em 2009, e alguns outros derivados, além de cevada e arroz. As exportações do agronegócio, em 2009, totalizaram US$ 64,75 bilhões, representando nada menos que 42,5% das vendas externas. As importações foram de apenas US$ 9,8 bilhões, o que significa um superávit de US$ 54, 9 bilhões. Sustentou a balança comercial.
   
O que exportamos e para quem o complexo soja lidera (farelo, óleo e grãos); representou 26% das vendas. Seguem as carnes (bovina, aves e suína), que foram responsáveis por 18% das vendas externas do agronegócio. O complexo sucroalcooleiro (açúcar e etanol) respondeu por 15% das exportações agropecuárias.
   
A China vem se consolidando, há dois anos, como o principal país comprador de produtos do agronegócio brasileiro. Absorveu no ano passado 13,77% das vendas externas. Os chineses compraram quase US$ 9 bilhões. Vale destacar que o Brasil exporta para cerca de 200 países.
   
Com 7,67% na participação das vendas externas do agronegócio, os Países Baixos estão em segundo lugar, representando nada menos que US$ 5 bilhões. Mas é importante registrar que representa a importação da Europa, pois é na pequena Holanda que está localizado o importante Porto de Roterdã.
   
E os americanos? São grandes produtores e exportadores e importam do Brasil apenas US$ 4,5 bilhões. Nada mais de 7% das nossas vendas do setor. Os Estados Unidos lutam com o Brasil na OMC, nas falidas negociações de Doha, porque querem exportar mais produtos agrícolas a preços subsidiados. Mesmo assim, sozinhos, ainda compram quase o mesmo que os 27 países da União Europeia juntos.

Mas será que vai dar para sustentar esse ritmo de exportações e ainda atender, neste ano, ao aumento da demanda interna por alimentos? Vai dar sim. É um assunto tão importante e vital para a economia brasileira, que vamos destinar uma segunda coluna para ele.

Uma sugestão Por que os professores de escolas e faculdades não pedem aos estudantes, neste início de semestre, trabalhos sobre a importância da agricultura brasileira no País e no mundo mostrando os pontos altos e baixos de uma realidade nacional quase esquecida e que só se lembra mesmo quando o Ministério completa 150 anos? 



2. artigo  Alberto Tamer

A agricultura brasileira pode crescer no ritmo atual e até dobrar a produção em alguns anos sem pressionar o meio ambiente, violar florestas ou expulsar a pecuária. Há terra livre, há tecnologia, clima, insolação, recursos naturais e, acima de tudo, interesse do governo e do setor privado em atender a demanda interna e o mercado internacional. Não é apenas uma afirmação vazia, sem base. Ela se fundamenta em dados do IBGE, dos levantamentos de campo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), dos bancos que financiam as safras e das grandes empresas, nacionais ou não, que operam no setor.
Safras recordes. A produção de grãos no Brasil, ciclo 2009/2010, foi estimada em 146,7 milhões de toneladas, de acordo com o último anúncio (8 de julho) da Conab. Faltam apenas mais dois levantamentos e não há dúvida de que será mais uma safra recorde. A atual será 8,6% maior que a de 2008/2009, quando foram colhidas 135,13 milhões de toneladas. Vai dar para abastecer o mercado sem pressionar os preços. Como?
Há terras para plantar. Muita, mas muita mesmo. O IBGE, não o Ministério da Agricultura, faz um acompanhamento sistemático da produção agrícola, conhecido como LPSA. O mais recente, em junho, constatou que a área plantada com as principais lavouras no Brasil é de 61 milhões de hectares, em números redondos. E sabem quanto há de terra própria para a agricultura? O último levantamento do instituto, em 2006, informa que são 226 milhões de hectares.
Mas tem a pecuária! Sim, de acordo com esse mesmo levantamento, ela ocupava 158 milhões de hectares. Ou seja, haveria ainda 60 milhões de hectares para plantar sem invadir florestas. A produção poderia mais que dobrar por dois motivos: 1) levantamento da Fundação Getulio Vargas, que consta de reportagem do colega Fernando Dantas, do Estado, de segunda-feira, 28, revela que a produção agrícola vem aumentando mais do que a área plantada; e, 2) que a lavoura vem recuperando espaço perdido para a pecuária. Estão sendo plantados mais arroz, feijão, algodão e milho do que capim para os pastos invasivos.
Sei qual é a pergunta, agora: e as florestas? 98 milhões de hectares... Podem ficar tranquilos pois, se houver fiscalização eficiente, não é preciso derrubar nada. ( Tem mais: pela vivência do colunista na Amazônia, a maior parte da floresta quando derrubada, vira areião.)
O que há. Há financiamento oficial e do setor privado. O governo anunciou recursos recordes de R$ 100 bilhões para a safra atual. É ótimo, mas não é tudo. Em média, a participação oficial no financiamento da agricultura é de 33% do que o setor precisa. O restante vem do setor privado. Na crise, ele se retraiu e a participação oficial deve ter chegado a 35%. Foi oportuna e confirma a tese defendida na última coluna de que o modelo agrícola no qual o setor privado predomina e o Estado complementa é o melhor para o Brasil. Não só para a agricultura, para a indústria também.
Há características próprias, sim, adaptáveis a cada setor. O retorno na produção agrícola é mais rápido, um ano, em média, e o da indústria tem mais prazo de maturação. Mas não há dúvida de que o governo tem sido mais ágil e encontrado mais resposta na agricultura que na indústria.
E o que falta? Infraestrutura: estradas, ferrovias, portos. Um leitor atencioso corrige e informa que, pelo menos no milho, nem toda a safra é comercializada pelo setor privado. Há os leilões da Conab. Registro e agradeço a correção. O leitor informa também algo incrível. Uma saca de milho negociada, sem Conab, por R$ 8, custa R$ 9 para ser transportada de Primavera, no leste de Mato Grosso, para o porto de Paranaguá. É a ausência do governo onde devia estar.
A coluna agradece os e-mails. Não é parcial. Defende mais investimentos em todos os setores, sem o que o crescimento atual não se aguenta.
P.S.: A coluna continua aberta a todas as críticas e observações. Ela existe para os seus leitores.