O executivo Ricardo Mussa, 48, estreia nesta terça-feira (27) como colunista da Folha, com publicação às quartas na edição impressa, no caderno Mercado.
Mussa vai reforçar o time de opinião na cobertura de transição energética. Aos 103 anos, a Folha lançou uma campanha pela expansão da energia limpa no Brasil. Além de novas colunas e reportagens, a pauta agora faz parte do slogan do jornal e será a base de uma cobertura extensiva.
Presidente da Raízen, joint venture entre Shell e Cosan, Mussa está entre os protagonistas na transição energética junto ao setor produtivo. Atua na linha de frente para o desenvolvimento da pesquisa e implementação comercial de novas fontes, bem como dos debates sobre o tema em fóruns locais e globais.
Mussa lidera a força-tarefa de transição energética e clima do B20 Brasil. O Business 20 (B20) reúne cerca de 900 representantes empresariais que propõem políticas ao G20 — grupo das maiores economias do mundo.
Sua visão empresarial sobre o processo de transição amplia a discussão do jornal sobre os desafios práticos para a adoção de energias sustentáveis, o que inclui destrinchar questões regulatórias, financeiras e de comércio internacional.
Formado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo), Mussa atuou em multinacionais como Unilever e Danone antes de, em 2007, ingressar no grupo Cosan.
Foi um dos fundadores e, por cinco anos, CEO da Radar, empresa de investimento em terras agrícolas. Em 2014, tornou-se CEO da Moove, área de negócios com lubrificantes. Em 2017, assumiu a vice-presidência executiva de Logística, Distribuição & Trading na Raízen, chegando em 2020 ao comando da empresa.
Sob sua gestão, a Raízen investiu em novas energias, como bioeletricidade, biogás, biometano e etanol, inclusive etanol de segunda geração. Também busca alternativas na produção do combustível de aviação sustentável (SAF) e avalia oportunidade no segmento de hidrogênio verde.
"Quando faço contexto da transição energética sempre destaco a posição do Brasil porque é um momento único", afirma ele. "São poucos os países que têm as condições naturais do Brasil para participar da transição."
O executivo defende que o país deve reforçar seus marcos regulatórios e buscar alternativas para atrair recursos e ocupar o seu espaço internacionalmente.
Segundo relatório da Standard & Poor’s Global Commodity Insights, os investimentos na área subirão de US$ 640 bilhões em 2023 para US$ 800 bilhões neste ano.
Em 2030, os aportes globais devem atingir US$ 1 trilhão, o equivalente a cerca da metade do atual PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A PwC estima que este valor já pode ter sido superado.
"O Brasil precisa mostrar que tem um arcabouço para receber mais investimento", diz Mussa.
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