terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Japão registra nova queda de nascimentos e vê 'situação critica' na demografia, FSP

 

Kiyoshi TakenakaSatoshi Sugiyama
TÓQUIO | REUTERS

O número de nascimentos no Japão caiu pelo oitavo ano consecutivo para seu menor número em 2023, revelam os dados preliminares do governo divulgados nesta terça-feira (27).

É, de certo modo, em um alerta sobre a difícil tarefa que o país asiático enfrenta ao tentar conter o seu declínio demográfico.

Crianças participam de competição de choro de bebês no templo Sensoji, em Tóquio, no ritual japonês conhecido como "sumô chorão"
Crianças participam de competição de choro de bebês no templo Sensoji, em Tóquio, no ritual japonês conhecido como 'sumô chorão' - Philip Fong - 22.abr.23/AFP

O número de nascimentos caiu 5,1% em relação ao ano anterior, para pouco mais de 758,6 mil, enquanto o número de casamentos diminuiu 5,9%, para aproximadamente 489,2 mil —a primeira vez em ao menos 90 anos que o número caiu abaixo de 500 mil.

A queda nos matrimônios também importa e, no caso da sociedade local, funciona como uma espécie de presságio de uma nova queda nos índices demográficos, uma vez que os nascimentos fora do casamento são raros no Japão.

Questionado sobre os dados mais recentes, o principal porta-voz do governo disse que a gestão tomará "medidas sem precedentes" para lidar com a queda da taxa de natalidade, como expandir a assistência à infância e promover aumentos salariais para trabalhadores jovens.

"A queda da taxa de natalidade está em uma situação crítica", disse o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi. "Os próximos seis anos ou mais, até 2030, quando o número de jovens diminuirá rapidamente, serão a última chance de reverter a tendência."

Atento ao potencial impacto social e econômico e às pressões sobre as finanças públicas, o premiê Fumio Kishida chamou a tendência de "crise mais grave que nosso país enfrenta" e revelou uma série de medidas para apoiar os lares com crianças no final do ano passado.

A população do Japão provavelmente diminuirá cerca de 30% para 87 milhões até 2070, com quatro em cada 10 pessoas tendo 65 anos ou mais, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Pesquisa da População e da Seguridade Social.

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