domingo, 25 de fevereiro de 2024

Ministro de Israel fez uma molecagem com embaixador brasileiro, Elio Gaspari, FSP

 Israel Katz, o ministro das Relações Exteriores de Israel, fez uma molecagem com o embaixador brasileiro Frederico Meyer levando-o para o museu do Holocausto para ouvir uma reprimenda pública em hebraico, sem intérprete. Moleques não são necessariamente mentirosos, mas Katz acumula as qualificações. Disse que havia intérprete na cena, quando não havia.

Israel já teve tradição diplomática, quando seu chanceler era Abba Eban (1966-1974). Faz tempo que se desqualificou, com embaixadores malcriados e, num caso, com otras cositas más.

O embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, (à dir.) e o chanceler Israel Katz durante visita ao Yad Vashem, em Jerusalém
O embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer, (à dir.) e o chanceler Israel Katz durante visita ao Yad Vashem, em Jerusalém - Ahmad Gharabli - 19.fev.24/AFP

Depois da palhaçada de Katz, o chanceler Mauro Vieira recebeu o embaixador Daniel Zonshine e perguntou-lhe se precisava de intérprete.

Caso o doutor Zonshine não tenha percebido, era um tapa com luva de pelica, dado por um profissional.
O chanceler israelense entrou na galeria de comediantes diplomáticos celebrizados pelo ditador boliviano Mariano Melgarejo no século 19 e pelo ugandense Idi Amin Dada no 20.

Um botou o embaixador inglês para desfilar nu, montado num burro, o outro fez-se carregar numa cadeira, carregada por quatro empresários ingleses.

A JOIA DO POLO NAVAL FOI A PIQUE

Os deuses não perdoam. Um mês depois de o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, anunciar que "nós precisamos fazer navios, já fizemos", o administrador da Sete Brasil, uma das joias da coroa do polo naval de Dilma Rousseff, pediu à Justiça que declare a falência da empresa. Se desse certo, ela fabricaria 26 navios-sonda para a Petrobras.

Desde o século 17 o Brasil sabe fazer navios, o que os governos não sabem, desde o século passado, é contar como foram a pique três polos navais, com enormes prejuízos para a Viúva.

O doutor Mercadante poderia designar uma pequena equipe de economistas e advogados para contar ao público porque a Sete Brasil faliu, com um espeto final de pelo menos R$ 1 bilhão.

Além da Viúva, dançaram bancos e fundos de pensão de estatais, do FGTS e estaleiros que entraram na aventura para ganhar algum dinheiro e agradar amigos de Brasília. Falava-se em investimentos da ordem de R$ 20 bilhões. Em 2016 a empresa entrou em recuperação judicial devendo R$ 28 bilhões.

Quando a Operação Lava Jato bateu na Petrobras, o ladravaz que ajudou a conceber a empresa confessou ter recebido US$ 97 milhões em propinas. Nos arquivos do Judiciário há mais de uma dezena de confissões em que vão contadas as roubalheiras do episódio.

Há brasileiros que sabem fazer navios e espertalhões que sabem enriquecer com polos navais que produzem mais milionários do que embarcações. Estes esperam sempre pela próxima rodada.

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