Diante dos desafios no combate às mudanças do clima, o etanol se apresenta como uma das rotas tecnológicas para a construção da nova era da mobilidade sustentável, já que é o biocombustível com a menor pegada de carbono do mundo. Hoje, no Brasil, o etanol é produzido tendo como matéria-prima tanto a cana-de-açúcar quanto o milho.
Podendo ser usado puro (etanol hidratado) ou misturado à gasolina (etanol anidro), o uso de etanol contribui de forma significativa para a preservação ambiental e melhoria da qualidade do ar com a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa. Na comparação com a gasolina, o biocombustível reduz em até 90% as emissões de CO2eq.
De 2003, ano do lançamento dos carros flex, a dezembro de 2023, o uso de etanol evitou que mais de 660 milhões de toneladas de CO2 fossem lançadas na atmosfera. Para efeito semelhante na natureza seria cultivar aproximadamente 5 bilhões de árvores pelos próximos 20 anos.
Essa baixa pegada de carbono recolocou a qualidade do ar de São Paulo, a quarta cidade mais populosa do mundo, dentro dos padrões estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Além da redução da poluição, a produção de etanol significa preservação ambiental. Com a criação o desenvolvimento de programas, como o RenovaBio – a Política Nacional de Biocombustíveis que estimula a substituição de combustíveis fósseis por renováveis – e prevê em desmatamento zero, o setor sucroenergético cada vez mais em eficiência e sustentabilidade.
Com 48% de participação na matriz de transportes, o etanol é orgulho nacional por sua eficiência energética, sustentabilidade e pela geração de emprego e renda no campo.ETANOL DE MILHO
Em dez anos, a produção de etanol de milho no Centro-Sul saltou de 37 milhões de litros para 4,4 bilhões de litros. A expansão da produção do biocombustível a partir do grão deverá ser ainda maior no ciclo 23/24, representando 17% do volume total de etanol contra 15% na safra 22/23. Com foco de produção nos estados de Mato Grosso (75%), Mato Grosso do Sul (16%) e Goiás (9%), estados que ampliam a competitividade do etanol onde antes esse cenário era impensável.
Assim como a cana, o processo de produção do etanol de milho integra uma cadeia econômica circular, onde todo o potencial do grão é transformado em bioenergia e alimento.
Para a produção do biocombustível é utilizado apenas o amido, assim, ao fim do ciclo industrial, proteínas e fibras são transformados em DDG (destinado à nutrição animal) e óleo. Fomentando o desenvolvimento de outras atividades rurais, como a pecuária de confinamento e criação de aves.
Outro elo impulsionado com o etanol de milho é a produção de biomassa, como florestas de eucaliptos, usada na geração de energia elétrica consumida pela unidade.
No Brasil, a produção do etanol de milho se diferencia dos demais país pela utilização do milho de segunda safra. O grão é cultivado após a produção, principalmente, de soja. Desta forma, não há qualquer tipo de competição entre biocombustíveis e alimentos.
O Brasil é o terceiro produtor de milho no mundo, com mais de 150 milhões de toneladas.
ETANOL 2G
O etanol de segunda geração, ou etanol celulósico, é gerado a partir dos subprodutos da produção de etanol e açúcar (palha e bagaço) e possibilita um incremento da produção do biocombustível, sem aumento da área cultivada.
No processo convencional, apenas um terço da sacarose encontrada na cana, concentrada no caldo e no melaço, é aproveitado. O restante fica retido no bagaço e na palha. Assim, com o desenvolvimento de novas tecnologias tornou-se possível usar essa energia para produzir etanol. O biocombustível resultando desse processo é conhecido como etanol 2G ou celulósico.
Com a ampliação da produção, o etanol celulósico tem potencial de aumentar em até 50% o volume de biocombustível produzido na mesma quantidade de terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário