O Carnaval acabou, só que não. Quem vive em São Paulo e achou que teria as ruas desobstruídas e caminhos tranquilos no fim de semana passado enganou-se miseravelmente.
E, em mais um domingo carnavalesco, Palmeiras e Corinthians fizeram o Dérbi na Arena Barueri. Mas provavelmente o jogo será tema ainda nesta segunda, na terça, na quinta… e em muitos domingos até o apocalipse. Aliás, ao contrário de Ivete Sangalo, o Palmeiras macetou, mas não evitou o apocalipse.
O placar de 2 a 2 mostra literalmente que ninguém ganhou, também ninguém perdeu. Mas os sorrisinhos e resmungos do dia seguinte dizem que o Palmeiras saiu derrotado. Jogando em casa e favorito para nove a cada dez sogras portuguesas (menos a Sogra da Fiel), o Palmeiras macetou o Corinthians em 87 minutos —para usar a minutagem citada pelo míster Abel Ferreira. De fato, o time mandante macetou vindo de frente, macetou pelo meio, macetou nos ladinhos, macetou em velocidade, principalmente com Endrick, autor do primeiro gol, e macetou por cima, nas famosas bolas aéreas, que resultaram no segundo gol, de Flaco López. Cássio foi tão macetado que saiu de maca.
Mas teve aqueles últimos três minutos (e acréscimos).
Engraçado que Yuri nem comemorou direito o que parecia ser apenas o tradicional gol de honra. E aí teve aquele gol de falta que já entrou para a história do clássico. Poucas vezes este humilde escriba viu uma falta tão bem cobrada (por Garro), que, ao mesmo tempo, era tão facilmente defendida. Mas o goleiro Weverton, cheio de créditos, recolheu a mão.
Curiosamente, Weverton seria descrito como herói em todos os programas esportivos se Piquerez tivesse feito o gol de falta minutos antes, quando o alvinegro já tinha o zagueiro Gustavo Henrique como goleiro. No lance que deu origem a falta, o goleiro alviverde deu um lançamento longo que deixou Rony na frente de Cássio, resultando na falta que causou a expulsão do arqueiro corintiano.
Este escriba ficou com a impressão de que, se o jogo fosse na grama sintética do Allianz Parque, o lance nunca aconteceria. A bola bateria no gramado rápido e espirraria em direção a Cássio. Na Arena Barueri, ela amorteceu na grama e perdeu velocidade, o que fez Rony chegar na frente.
Nas entrevistas pós-jogo, como era de esperar, Abel estava cuspindo abelhas lusitanas e ficou um tanto colérico logo com a primeira pergunta.
Já António Oliveira, casado com a filha da Sogra da Fiel, estava todo pimpão, mas mesmo na alegria também deu uma resposta um tom acima, quando um jornalista citou o criticado Fausto Vera, falando que o míster teria sido forçado a escalá-lo. Oliveira não gostou e disse que o repórter foi infeliz na colocação. Mas sempre acrescentando um "obrigado pela pergunta". Oliveira parece ter outro relógio também quando diz que o Corinthians dominou os últimos 20 minutos. Acho que nem a Sogra da Fiel concordaria com ele.
Mulher enche mesmo
O Corinthians que sempre dá alegria para a torcida é o feminino. E as Brabas, como são chamadas, conquistaram o título da Supercopa diante do Cruzeiro, com um público de 33.175 torcedores. Para comparar, Botafogo 2 x 4 Vasco, no Engenhão, teve pouco mais de 25 mil presentes.
Aliás, também neste fim de semana, a Premier League feminina registrou o maior público da história da competição, com 60.160 torcedores no Emirates para ver a vitória do Arsenal (uhu) contra o Manchester United. É bom que se diga que não é sempre que o time de Londres disponibiliza o Emirates para as moças. Muitas vezes elas jogam em estádios para menos de 5.000 testemunhas. Neste sábado, provaram que podem muito mais. Jogo de mulher enche.
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