sábado, 6 de novembro de 2021

Alvaro Costa e Silva =- Moro e Dallagnol querem reviver em Brasília a República do Paraná, FSP

 Essa previsão até a Mãe Dinah acertaria. Animado com os mais de 2 milhões de seguidores que ganhou depois de fazer comentários homofóbicos, o jogador de vôlei Maurício Souza deve concorrer às eleições em 2022.

Ele fez o anúncio de sua candidatura num desses programas que buscam audiência debatendo e repercutindo todo tipo de boçalidade. O discurso foi bem ensaiado: "Isso é uma coisa que não estava prevista, nunca me imaginei na política, mas muitos partidos conservadores estão me dizendo que seria importante", disse o atleta, que nas quadras atuava como central e como candidato vai se deslocar para a extrema direita. O curioso é que, entre seus possíveis eleitores, estão os que vivem a repetir que esporte nada tem a ver com política.

Se o axioma valesse, tampouco teria a ver com saúde pública. O repórter João Pedro Pitombo revelou que médicos —notórios pela defesa do tratamento precoce da Covid— começam a planejar sua vida não mais receitando panaceias, mas pedindo votos. Tendo à frente Mayra Pinheiro e Osmar Terra, é o embrião da bancada da cloroquina, que pretende se reunir no Congresso às da bala, do boi e da Bíblia, as mesmas forças que agora, em benefício próprio, dão apoio à gastança sem teto em ano eleitoral.

Adulador-mor de Bolsonaro e ministro da Saúde nas horas vagas, Marcelo Queiroga vai tentar o Senado pela Paraíba. No grupo está o general Pazuello, que não é médico (nem sabia o que era o SUS) e foi escalado para enfrentar o vírus em seu momento mais crítico. O espantoso —se algum espanto ainda cabe nessa tragédia— é que o carioca Pazuello sonha em candidatar-se pelo Amazonas, onde ele foi responsável por falta de oxigênio, colapso no sistema de saúde e mortes.

A sedução das urnas atinge até aqueles que se consideram homens santos. Sergio Moro e Deltan Dallagnol querem reviver os tempos da República do Paraná, transportando-a para Brasília.

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