08 de janeiro de 2021 | 09h36
Quinta-feira, 07 de janeiro, foi dia de assistir às coletivas. A esperança, aquela em que depositamos as nossas últimas esperanças, me deu forças. Valeu a pena! Temos o reconhecimento da existência de vacinas suficientes produzidas no Brasil. Talvez existam ainda espaços vazios nas falas dos políticos e militares, mas parece que existe um grande acordo - vacinas do Butantã que demonstraram uma eficácia de 78% no geral e de 100% em prevenir casos graves deverão compor um volume da ordem de cerca de 140 milhões de doses em 2021, dependendo de como e de quem fala.
Na esfera federal, 100 milhões, na estadual, 140 milhões. Além disso, na Fiocruz, espera-se uma produção de 210 milhões de doses e mais 2 milhões, para começar, logo em janeiro, que talvez cheguem da Índia para aumentar o número de 10 milhões de doses da Sinovac já em São Paulo prontas para serem usadas. Total: 352 milhões de doses para vacinar 160 milhões (todos os brasileiros com mais de 18 anos, que são a população alvo) com duas doses cada um. Daria até para exportar um pouco. E sem falar a muito falada Covax Facilities da OMS, a qual o general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, tem muito apreço.
A coletiva paulista foi cheia de respeitos e cuidados, muita emoção e até choros. Devidos provavelmente, à tenebrosa marca das 200 mil mortes, grande parte delas evitáveis se os governantes governassem. A federal também foi cheia de choros, mas por parte dos militares que reclamaram que não são compreendidos. Chororô. O ministro general reclamou que já anunciou várias vezes a quantidade de vacinas que dispõe, mas não o ouvem. Esquece que quando fala uma coisa e o capitão o manda desfalar - caso do trato com o Butantã - ele destrata e, portanto, o falado não valeu.
As duas vacinas disponíveis são seguras e eficazes e têm um volume suficiente para cobrir a população brasileira ao longo do ano de 2021. Poderiam ser mais concentradas no primeiro semestre? Sim, mas não é possível, e será ao longo do ano. Há a discussão de espaçar as duas doses e aumentar a cobertura em um primeiro momento? Sim, mas ainda não está definido e espero que quem defina sejam chamadas inteligências na área de imunização e não os luminares do MS.
A questão das seringas certamente será resolvida, não pela inteligência logística dos militares e sim pela capacidade de resposta da indústria nacional. Teremos ainda que resolver a questão do software de vacinação e da campanha de conscientização da população sobre a importância de vacinar. Isso será crítico. Como desmentir o capitão, seu superior, sobre o fato de que quem tomar a vacina não virará jacaré?
Foi muito confusa certa parte da coletiva em relação a obter mais vacinas, chegando a discutir sobre diluentes e vacinas liofilizadas - que, portanto, não necessitam ficar a menos oitenta graus - e sobre como as grandes farmacêuticas tem um comportamento predatório. Isto para se defender da paralisia que o MS viveu na maior parte do tempo.
Digo e repito: nossas autoridades federais terão que ser eternamente gratas aos servidores do Butantã e da Fiocruz, que fizeram a tarefa deles - acharam e viabilizaram as vacinas que permitirão que enfrentemos essa crise sanitária terrível marcada pelo desgoverno. Agora é hora de acordar da inércia e garantir que as vacinas cheguem ao povo.
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