segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Saída de Faustão é a primeira mudança drástica promovida pela nova diretoria da Globo, f5

 

Fausto Silva apresenta o 'Domingão do Faustão'
Fausto Silva apresentando 'Domingão do Faustão' - Reprodução/TV Globo
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Depois de alguns anos cortando contratos de longo prazo reestruturando as empresas do grupo dentro do projeto “Uma Só Globo”, a cúpula da maior emissora do país passou por um tsunami no final de 2020. De uma só vez, foram anunciadas as saídas de nomes como Monica Albuquerque, diretora de desenvolvimento e acompanhamento artístico, Silvio de Abreu, diretor de teledramaturgia, e até mesmo Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo desde 2013.

Schroder, que permanece no cargo até março, e Ricardo Waddington, o novo diretor de entretenimento do canal, propuseram uma mudança drástica para Fausto Silva, que comanda o Domingão do Faustão desde 1988. O programa seria extinto e o apresentador ganharia uma nova atração, nas noites de quinta-feira. Faustão recusou o convite e preferiu não renovar seu contrato, que vence no final de 2021.

A notícia explodiu como uma bomba nos sites de entretenimento na manhã desta segunda (25). Instado a revelar seus planos para o futuro, Fausto Silva foi vago: ele pode tanto ir morar no exterior e curtir uma aposentadoria dourada, como se transferir para a concorrência –inclusive, para alguma plataforma de streaming.

Houve até quem brincasse que ele assinaria com a Globe, a “emissora” criada pela atriz Alana Azevedo que viralizou nas redes sociais. Mas é improvável que encontre um lugar que lhe garanta seu salário atual, calculado em R$ 5 milhões por mês.

Tampouco se sabe o que a Globo planeja para as tardes de domingo. Em termos de faixa horária, o buraco deixado pelo Domingão nem é dos maiores. O programa, que chegou a ocupar quase toda a tarde e o começo da noite, nos últimos anos tinha apenas três horas, reduzidas a duas com o advento da pandemia do novo coronavírus.

Já se fala em Márcio Garcia para o lugar de Faustão. Eu não descartaria Rodrigo Faro, que se tornou um apresentador tarimbado na Record depois de anos como ator do segundo time em novelas da Globo. Mas esses nomes vão contra uma tendência que já vem se desenhando há algum tempo: o ocaso dos programas de auditório.

Transplantados do rádio para a TV, esse gênero floresceu por toda a América Latina –e em quase nenhum outro lugar do planeta. O programa interminável, com um apresentador carismático e dezenas de quadros em sucessão, é uma exclusividade nossa e da nossa vizinhança. E, tanto lá como cá, está em extinção.

Faustão, ao lado de Silvio Santos, era um dos últimos gigantes do estilo, e são poucos os que podem sucedê-los. Até mesmo figuras consagradas como Xuxa MeneghelSabrina Sato e Otaviano Costa tiveram experiências malsucedidas no comando de grandes plateias.

O fenômeno atual, como se sabe, são os formatos –game shows e realities com vida própria, em que o apresentador é só mais um dos ingredientes. Com temporadas de no máximo três meses, eles se alternam na grade ao longo do ano, sem enjoar o espectador.

Qual será o formato que a Globo programará para as tardes de domingo? Quem estará na linha de frente? Temos ainda um ano para saber essas respostas. Mas a saída de Fausto Silva, um dos maiores faturamentos da emissora e um patrimônio vivo da televisão brasileira, é um sinal de que a nova diretoria deve estar preparando mudanças ainda mais radicais. Apertem os cintos.

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