terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Alvaro Costa e Silva Um, dois, três Carnavais, FSP

 

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O governo do estado informou que o feriado de 16 de fevereiro, a tradicional Terça-Feira Gorda, está mantido. Na segunda-feira, 15, será decretado ponto facultativo nos órgãos da administração pública. No entanto, isso não quer dizer que haverá Carnaval —a atividade dos blocos de rua e o desfile das escolas de samba continuam suspensos. Só falta combinar com os russos: sem batucada, hein?

O Rio corre o risco de bater mais um recorde pandêmico: três Carnavais no mesmo ano. Em 1892, tivemos dois. O marechal Floriano Peixoto transferiu a festa de fevereiro para junho, e a população brincou duas vezes. A coincidência é que Floriano, para justificar a canetada, usou o argumento de que o verão é o período mais propício à propagação de epidemias.

Em 1912, a desculpa para a mudança no calendário —de fevereiro para abril— foi a morte do barão do Rio Branco. De novo, duas datas para a alegria, o que no fundo deve ter agradado ao falecido, que em sua juventude boêmia não perdia uma noite no Alcazar Lyrique, na rua da Vala (atual Uruguaiana). A galera comemorou a morte do velho Juca Paranhos com versos de galhofa: “O barão morreu/ Teremos dois carnavá/ Ai que bom/ Ai que gostoso/ Se morresse o marechá”. Este marechal tão querido era o Hermes da Fonseca, então presidente.

O governador Cláudio Castro já aprovou o Carnaval fora de época, em julho, com o nome fantasia de CarnaRio, sancionando projeto do deputado Dionísio Lins (PP) para estimular “o turismo, o lazer e o aquecimento da economia”. Ao mesmo tempo, a prefeitura e a Liesa preparam outra festa oficial, também em julho, no Sambódromo aberto ao público e com os desfiles acontecendo normalmente. Haja vacina e oxigênio.

Com tanto confete das autoridades e praias e áreas de lazer liberadas, não vejo como segurar os blocos no mês que vem. Será o CarnaClandestino.

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