quarta-feira, 1 de abril de 2020

Petrobras amplia corte na produção de petróleo por crise do coronavírus, FSP

Petroleira também reduz processamento em refinarias por pandemia

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SÃO PAULO | REUTERS
A Petrobras decidiu adotar novo corte na produção de petróleo e ajustar a taxa de processamento em suas refinarias, em medidas tomadas diante da contração da demanda global pela commodity e por combustíveis", informou a companhia em fato relevante nesta quarta-feira (1º).
A produção de petróleo da estatal passará a sofrer corte de 200 mil barris diários a partir desta quarta, em volume que inclui uma redução anunciada em 26 de março, de 100 mil barris por dia, antes prevista para durar até o final do mês.
"A duração da restrição, assim como potenciais aumentos ou diminuições, será continuamente avaliada", afirmou a petroleira, que levará em consideração "condições mercadológicas e operacionais" para definir quais campos serão alvo dos cortes.
Tanques da Petrobras são vistos em uma refinaria em Paulínia
Refinaria da Petrobras em Paulínia, São Paulo - Paulo Whitaker - 16.abr.2019/Reuters
A companhia acrescentou ainda que "está ajustando o processamento de suas refinarias, em linha com a demanda por combustíveis".
O movimento da Petrobras vem após impactos do coronavírus sobre o mercado. Com medidas de isolamento adotadas pelo mundo para reduzir o ritmo de propagação da doença, a demanda por petróleo pode cair em 20%, ou cerca de 20 milhões de barris por dia, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).
No Brasil, a demanda por combustíveis nos postos caiu cerca de 50%, segundo avaliação da Fecombustíveis, que representa revendedores no Brasil.
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A destruição da demanda tem levado refinarias de todo o mundo a cortar produção, com redução nas taxas de processamento em unidades nos Estados Unidos, Europa e Ásia.
O mercado de petróleo também tem sido impactado por perspectivas de excesso de oferta, após o colapso no mês passado de um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) com aliados para restringir a oferta.
Desde então, Arábia Saudita e Rússia iniciaram uma guerra de preços por participação no mercado que ajudou a derrubar as cotações internacionais do petróleo, que acumulam perdas de mais de 60% em 2020.
Cortes de despesas
A Petrobras também informou que sua subsidiária integral Transpetro aprovou um plano de resiliência com medidas para postergar ou otimizar desembolsos no valor de R$ 507 milhões em 2020.
Em paralelo, a Petrobras detalhou algumas ações que serão tomadas para cumprimento de um corte de 2 bilhões de dólares em gastos operacionais da companhia, anunciados no final de março.
Segundo a estatal, foram tomadas decisões que pouparão aproximadamente 700 milhões de reais em despesas com pessoal.
As medidas incluem postergação do pagamento de entre 10% e 30% da remuneração mensal de empregados com função gratificada (gerentes, coordenadores, consultores e supervisores), além de redução temporária da jornada para cerca de 21 mil empregados, de 8 horas para 6 horas.
"A companhia segue monitorando o mercado e, em caso de necessidade, realizará novos ajustes", acrescentou a petroleira.

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