O presidente americano Donald Trump está às voltas com um escândalo envolvendo duas mulheres com quem fez sexo pago há alguns anos, jornalistas desonestos, advogados espertos e dinheiro lavado. Há um clima de sordidez em torno do chefe de uma nação que faz alto juízo moral de si mesma.
Há dois anos, quando Trump era candidato à Presidência, as moças ofereceram suas histórias ao principal tabloide de fofocas dos EUA, o National Enquirer. Os diretores do jornal, cúmplices de Trump, alertaram os advogados deste, o qual os autorizou a, através de empresas fictícias, comprar o silêncio das moças, para não ficar mal na eleição perante a América puritana. Vários crimes aí: fraude fiscal e eleitoral, relações ilícitas com a mídia, abuso do poder econômico. Um dos advogados, Michael Cohen, foi apanhado, confessou tudo e jogou Trump no fogo. Mas os presidentes, seja no Brasil ou nos EUA, têm sempre para onde correr, e é bem provável que Trump se safe.
O que me intriga é como os presidentes americanos estão decaindo no quesito glamour. No passado, eles podiam se gabar de suas conquistas. John Kennedy (1960-1963), por exemplo, era casado com Jacqueline Bouvier, a mulher mais chique do mundo. Isso não o impedia de ter casos por esporte com jornalistas europeias, executivas de empresas e deusas do cinema como Angie Dickinson, Janet Leigh, Judy Garland, Jean Simmons, Lee Remick, Kim Novak, Jayne Mansfield, Marlene Dietrich, Marilyn Monroe.
Já Bill Clinton (1993-2001) não foi tão longe. Fala-se dele com Barbra Streisand, mas sua jurisdição parecia limitar-se à Casa Branca, em cujo staff fisgou a bela estagiária Monica Lewinsky, que quase o levou à breca. E Donald Trump está se enrascando por histórias com uma ex-modelo da revista Playboy e uma atriz pornô, para as quais ainda teve de abrir a carteira.
E, depois, abrir de novo —bem feito.
Ruy Castro
Jornalista e escritor, autor das biografias de Carmen Miranda, Garrincha e Nelson Rodrigues.
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