Painel
Receita de bolo de fubá O ministro Luiz Fux criou um impasse e acirrou ânimos no STF ao impor censura à Folha e cassar decisão de Ricardo Lewandowski que autorizara entrevista de Lula ao jornal. Não só o conteúdo da sentença suscitou reações, como também o trâmite do caso. O presidente da corte, Dias Toffoli, telefonou aos colegas na manhã deste sábado (29) para tentar evitar uma guerra de despachos monocráticos. Internamente, um magistrado classificou o episódio como “um festival de equívocos lamentável”.
Fora da ordem Dois ministros disseram ao Painel que, em tese, Fux não tinha atribuição para decidir o caso. Além disso, observaram que o partido Novo, que pediu o veto à entrevista, não tem legitimidade para apresentar pedido de suspensão de liminar, o instrumento usado para derrubar a decisão de Lewandowski.
Regras do jogo Somente a Advocacia-Geral da União e a Procuradoria-Geral da República —que já decidira não recorrer— poderiam adotar esse expediente, explicam especialistas. Há ainda o fato de que o pedido foi endereçado ao presidente do STF. Toffoli não estava em Brasília, mas estava no Brasil. Tinha, portanto, jurisdição para atuar.
Perdas e danos Lewandowski ficou profundamente irritado com a posição de Fux. Ele disse a outros ministros que o colega usurpou competência da presidência do Supremo e adotou expediente teratológico para reverter sua ordem —que não era uma liminar, mas decisão de mérito.
Só Jesus na causa Dirigentes do PSDB ainda mantêm um fiapo de esperança, mas admitem que uma recuperação do presidenciável Geraldo Alckmin, que está estagnado nas pesquisas, seria praticamente um milagre a essa altura.
Estertor O candidato do PSDB esboçou reação na região Sul, onde passou de 5% para 9% no Datafolha em uma semana. Ainda assim, Alckmin está bem abaixo da média histórica do partido ali.
Liquidação O DEM, integrante da coligação que dá sustentação a Alckmin, já faz contas. Um cacique estima que 90% de seus quadros apoiarão Jair Bolsonaro (PSL) contra o PT no segundo turno da eleição se Alckmin ficar pelo caminho. Os demais deverão optar pela neutralidade.
Mensagem para você A equipe responsável pela campanha digital de Bolsonaro preparou conteúdo para desgastar Fernando Haddad (PT) nos últimos dias antes da votação. A peça propõe aos internautas o que chama de “desafio do Google” e sugere que pesquisem a frase “o pior prefeito do Brasil” no site de buscas.
Direcionado O primeiro resultado da busca leva a um texto sobre Haddad no site Folha Política —que não tem nenhuma vinculação com o Grupo Folha e é associado frequentemente a redes de disseminação de fake news.
Direcionado 2 Outro link sugerido com destaque pelo Google leva a um portal desconhecido que publicou na noite de sexta (28) a notícia sobre Haddad, que deixou a prefeitura em 2016.
Vento Sudeste O PT planeja realizar o ato final da campanha de Haddad na periferia de São Paulo. Na sexta (5), antevéspera da eleição, há grandes atos programados em Minas Gerais e na capital paulista. Haddad investe assim na região em que registrou menor crescimento no Datafolha.
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