Em reportagem de página inteira, o Financial Times destaca “Como a mídia social expôs as fraturas na democracia brasileira” (acima). Vê o país como “mais vulnerável a um choque político radical do que talvez qualquer outra democracia no mundo”.
O texto abre com um “guerreiro cultural” de Bolsonaro se vangloriando de “brigas online”, inclusive com o Jornal Nacional —que o FT descreve como “o telejornal mais popular, que antes da era da mídia social exercia o poder de determinar vencedores e perdedores nas eleições brasileiras”.
O jornal sublinha declaração de Marco Aurélio Ruediger, da FGV:
“Você tem uma situação em que as redes sociais estão extremamente polarizadas, e a TV foi enfraquecida como principal veículo através do qual ganhar corações e mentes. O Brasil vai se tornar um caso a ser estudado, que vai reverberar através do mundo, porque as redes são uma força monstruosamente poderosa nesta eleição.”
Após ouvir de Fabrício Benevenuto, da UFMG, que os brasileiros estão vivendo em “universos paralelos”, o FT encerra afirmando que o futuro pode ter chegado “finalmente” ao país do futuro, mas na forma de uma “profunda distopia”.
DEMOCRACIA A SALVO
O ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda, professor da New York University, voltou a escrever sobre o Brasil, agora em coluna distribuída pelo Project Syndicate. Em suma, diz que “a interpretação estrita” que levou o Supremo a “banir o ex-presidente Lula da eleição pode abrir o caminho para um resultado que subverta o estado de direito —e derrube com ele a democracia”. No final, é ainda mais direto:
“Se dependesse de mim, eu teria permitido que Lula participasse, assegurando que a democracia do Brasil estivesse a salvo de Bolsonaro.”
SINISTRO
O ator e apresentador inglês Stephen Fry gravou um vídeo compartilhado em mídia social pelo BuzzFeed (acima), ecoando por Guardian e outros, em que descreve Bolsonaro como “genuinamente aterrorizante”. Fry entrevistou o brasileiro em 2013 para a BBC, no que lembra como “um dos confrontos mais sinistros que já tive com um ser humano”.
REALITY SHOW
Na home do Guardian, “Bolsonaro lidera corrida presidencial do Brasil da cama do hospital”. Diz que o candidato “jogou sabiamente com suas cartas políticas desde o esfaqueamento, transformando seu exílio forçado da campanha num reality show que garantiu a ele lugar nas primeiras páginas, dia após dia”.
HADDAD LÁ
O candidato petista deu entrevistas para Wire e a esquerdista Jacobin, esta com sua foto, o enunciado “O próximo presidente do Brasil” (acima) e o alerta, na apresentação, de que pode “depender dele a preservação da democracia brasileira”.
A Wire, que repercutiu por Vox e outros, também deixa claro de que lado está, sob o título “Ódio ou esperança: Em uma eleição amarga, o Brasil luta por sua alma e sua democracia”.
BRAÇO LONGO
FT e Wall Street Journal chegaram a dar em manchete que a “Petrobras pagará US$ 853 milhões para resolver acusações de suborno”. Diferentemente da cobertura de acordo semelhante em janeiro, quando o WSJ foi atrás de questionamentos à decisão da estatal, agora só se ouviram elogios, de analistas brasileiros de XP e Eleven.
E texto de opinião da Reuters festejou abertamente “o longo braço da Justiça americana”.
‘O CORAÇÃO DO BRASIL E DO MUNDO’
No New York Times, artigo de dois ambientalistas vê "a Amazônia à beira" do colapso (acima). Em enunciado logo abaixo, "Antes um líder na proteção das vastas florestas da região, o Brasil agora está se movendo na direção contrária".
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