Em 13 anos de governo, PT impôs 13 anos de atraso à indústria nacional
O avanço do processo eleitoral oferece surpresas.
A carta de Lula ao seu sucessor não honra a sua reconhecida “sabedoria” (que é muito mais poderosa do que qualquer educação formal) e muito menos o seu compromisso democrático confirmado, quando com 82% de aprovação em 2010, resistiu à tentação de aceitar um terceiro mandato, o que jamais aconteceria, nas mesmas circunstâncias, com um intelectual.
A carta propõe ao seu “alter ego” uma volta ao passado em ambiente social e econômico adverso interno e externamente. Essa sugestão é um típico autoengano.
Admiro, desde sempre, sua aguda inteligência, seu carisma e sua imensa liderança, e tenho Fernando Haddad em alta conta. É um intelectual visionário (provavelmente, seria um bom prefeito de Amsterdã) que administrou São Paulo com cuidado.
Foi, porém, uma das maiores vítimas da tragédia promovida pelo próprio Lula: o governo Dilma Rousseff 2012-2016.
Nem Lula nem Haddad têm como fingir que não sabem que se trata do pior quinquênio da história econômica do último século.
Um gráfico vale mais do que mil palavras. Proponho ao leitor que veja o triste episódio sob a perspectiva de um importante indicador da higidez da economia: o índice de produção industrial com ajuste sazonal (média 2003=100) desde o início do governo Lula, revelado no gráfico abaixo.
As coisas caminharam bem até a grande crise de 2008, da qual saímos rapidamente, mas sem reconhecer que os “bons tempos externos” tinham terminado.
A partir daí, exageramos na dose dos PACs (Programas de Aceleração do Crescimento) nunca concluídos, dos subsídios equivocados, dos abusos do BNDES e acumulamos desequilíbrios que Dilma tentou corrigir em 2011.
Entretanto, quando a economia perdeu o fôlego em 2012 (o crescimento do PIB de 4% em 2011 caiu para 1,9%), dobrou-se a aventura até entrarmos em recessão no começo de 2014, na “reeleição a qualquer custo”.
Quando Dilma deixou o governo, a produção industrial tinha sido dizimada e voltou ao nível de 2003.
A triste e insuperável verdade é que o PT em seus 13 anos impôs 13 anos de atraso à indústria nacional. Haddad e o PT precisam acertar suas contas com o passado, e não prometer a volta a ele!
O então candidato à vice-pPresidente Fernando Haddad (PT), faz campanha pelo agreste pernambucano na cidade de Garanhuns, terra natal de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi escolhido pelo partido para substituir o ex-presidente, que teve a candidatura barrada pelo TSE Ricardo Stuckert - 01.set.2018 /
Antonio Delfim Netto
Economista, ex-ministro da Fazenda (1967-1974). É autor de “O Problema do Café no Brasil”.
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