Universidades são instituições cuja origem remonta à Idade Média. Se sobreviveram ao passar do tempo e continuam relevantes até hoje, é porque souberam reinventar-se e se adaptar às diferentes realidades de cada época.
Uma das exigências que o século 21 tem imposto às universidades é a de que elas se aproximem da sociedade e estreitem suas relações com os diversos grupos que a compõem.
No mundo atual, já não há lugar para torres de marfim alheias às demandas que emergem no seu entorno. As universidades não conseguirão resolver sozinhas as profundas desigualdades socioeconômicas, regionais e étnicas em nosso país e na América Latina. Mas podem, e devem, ser parte importante na busca dessas soluções, atuando como agentes transformadores do sistema econômico e social.
Para que possam contribuir de modo contundente para o desenvolvimento social e regional, é fundamental que busquem novas ideias e boas práticas, mantendo, sempre, a flexibilidade para rever e mudar seus modelos conforme as necessidades da sociedade.
Mas realizar tais mudanças é tarefa que exige discussão e planejamento. Não por acaso, o tema será um dos eixos centrais de um importante encontro de dirigentes universitários que ocorrerá a partir desta segunda-feira (21) na Espanha, o 4º Encontro Internacional de Reitores Universia, com o tema "Universidade, Sociedade e Futuro", para o qual são esperados representantes de cerca de cem instituições brasileiras e de outras 500 do exterior.
Reunidos na histórica Universidade de Salamanca —uma legítima sobrevivente da passagem do tempo, que comemora este ano seu oitavo centenário—, os participantes do encontro trocarão ideias e experiências sobre como as universidades podem preparar-se para responder com criatividade e dinamismo às atuais demandas da sociedade.
O programa foi disposto em três eixos principais: formar e aprender em um mundo digital; pesquisar na universidade, um paradigma em revisão?; e contribuição ao desenvolvimento social e regional, do qual sou coordenador.
Nesse terceiro eixo estará em debate, por exemplo, o desafio de formar recursos humanos qualificados para um mercado de trabalho em constante mutação. Como fazer isso sabendo que muitas das profissões do futuro ainda não foram nem sequer criadas? Certamente o caminho passa pela educação de cidadãos éticos, plenos e com bases sólidas para acompanhar as mudanças velozes de um mundo cada vez mais conectado e globalizado.
Serão também debatidos modelos de fomento ao empreendedorismo universitário e como as universidades devem refletir estrategicamente diante dos objetivos de desenvolvimento sustentável.
Essas reflexões devem, necessariamente, abarcar aspectos relacionados a acesso, permanência, equidade, diversidade, excelência, internacionalização e inovação.
As mudanças, contudo, têm de ser ainda mais amplas não somente no interior das universidades, mas também em toda a sociedade. A dimensão social precisa ser incorporada, de maneira transversal, às três áreas de atuação universitária —o ensino, a pesquisa e a extensão. As universidades precisam redobrar os esforços em comunicação, para mostrar à sociedade as suas inestimáveis contribuições.
É preocupante assistir a uma nova geração de professores e pesquisadores extremamente bem formados —a um alto custo— que não encontram bons empregos nem perspectivas de carreira acadêmica. E é inaceitável acompanhar a redução de recursos para a pesquisa científica e para a formação de pós-graduandos. Temos no sistema de educação superior do país diversos exemplos bem-sucedidos, apesar do sistema de governança ultrapassado, salários reduzidos, ambiente estressante, futuro incerto e burocracia.
Nesse sentido, as universidades devem mergulhar em uma profunda transformação, planejando efetivamente a expansão de oportunidades, realizando avaliação de qualidade, ampliando o impacto de suas pesquisas, repensando o desenvolvimento de currículos, definindo adequadamente o perfil de formandos, introduzindo ferramentas de ensino modernas e possibilitando mais mobilidade dos estudantes. O mundo se transforma de maneira avassaladora, e as universidades têm de acompanhar essas mudanças, ou ficarão obsoletas.
Uma das exigências que o século 21 tem imposto às universidades é a de que elas se aproximem da sociedade e estreitem suas relações com os diversos grupos que a compõem.
No mundo atual, já não há lugar para torres de marfim alheias às demandas que emergem no seu entorno. As universidades não conseguirão resolver sozinhas as profundas desigualdades socioeconômicas, regionais e étnicas em nosso país e na América Latina. Mas podem, e devem, ser parte importante na busca dessas soluções, atuando como agentes transformadores do sistema econômico e social.
Para que possam contribuir de modo contundente para o desenvolvimento social e regional, é fundamental que busquem novas ideias e boas práticas, mantendo, sempre, a flexibilidade para rever e mudar seus modelos conforme as necessidades da sociedade.
Mas realizar tais mudanças é tarefa que exige discussão e planejamento. Não por acaso, o tema será um dos eixos centrais de um importante encontro de dirigentes universitários que ocorrerá a partir desta segunda-feira (21) na Espanha, o 4º Encontro Internacional de Reitores Universia, com o tema "Universidade, Sociedade e Futuro", para o qual são esperados representantes de cerca de cem instituições brasileiras e de outras 500 do exterior.
Reunidos na histórica Universidade de Salamanca —uma legítima sobrevivente da passagem do tempo, que comemora este ano seu oitavo centenário—, os participantes do encontro trocarão ideias e experiências sobre como as universidades podem preparar-se para responder com criatividade e dinamismo às atuais demandas da sociedade.
O programa foi disposto em três eixos principais: formar e aprender em um mundo digital; pesquisar na universidade, um paradigma em revisão?; e contribuição ao desenvolvimento social e regional, do qual sou coordenador.
Nesse terceiro eixo estará em debate, por exemplo, o desafio de formar recursos humanos qualificados para um mercado de trabalho em constante mutação. Como fazer isso sabendo que muitas das profissões do futuro ainda não foram nem sequer criadas? Certamente o caminho passa pela educação de cidadãos éticos, plenos e com bases sólidas para acompanhar as mudanças velozes de um mundo cada vez mais conectado e globalizado.
Serão também debatidos modelos de fomento ao empreendedorismo universitário e como as universidades devem refletir estrategicamente diante dos objetivos de desenvolvimento sustentável.
Essas reflexões devem, necessariamente, abarcar aspectos relacionados a acesso, permanência, equidade, diversidade, excelência, internacionalização e inovação.
As mudanças, contudo, têm de ser ainda mais amplas não somente no interior das universidades, mas também em toda a sociedade. A dimensão social precisa ser incorporada, de maneira transversal, às três áreas de atuação universitária —o ensino, a pesquisa e a extensão. As universidades precisam redobrar os esforços em comunicação, para mostrar à sociedade as suas inestimáveis contribuições.
É preocupante assistir a uma nova geração de professores e pesquisadores extremamente bem formados —a um alto custo— que não encontram bons empregos nem perspectivas de carreira acadêmica. E é inaceitável acompanhar a redução de recursos para a pesquisa científica e para a formação de pós-graduandos. Temos no sistema de educação superior do país diversos exemplos bem-sucedidos, apesar do sistema de governança ultrapassado, salários reduzidos, ambiente estressante, futuro incerto e burocracia.
Nesse sentido, as universidades devem mergulhar em uma profunda transformação, planejando efetivamente a expansão de oportunidades, realizando avaliação de qualidade, ampliando o impacto de suas pesquisas, repensando o desenvolvimento de currículos, definindo adequadamente o perfil de formandos, introduzindo ferramentas de ensino modernas e possibilitando mais mobilidade dos estudantes. O mundo se transforma de maneira avassaladora, e as universidades têm de acompanhar essas mudanças, ou ficarão obsoletas.
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