quinta-feira, 24 de maio de 2018

Rio de Janeiro - Coppe informa: saem freezer e chuveiro elétrico; entram: LED, energia solar e carro elétrico, JB


Rio de Janeiro - Lâmpadas LED, aquecedor solar para a água e painéis fotovoltaicos no telhado. Geladeiras mais eficientes, mas nada de freezer. Ar condicionado só split e, na garagem, um carro a gás ou elétrico. De acordo com as projeções da Coppe/UFRJ para a Matriz Energética do estado, o Rio de Janeiro terá casas assim em 2031. Caminho natural para os mais ricos, habitações mais eficientes do ponto de vista energético também poderão ser encontradas nas regiões mais pobres do estado. Dependerá do poder público, dizem os pesquisadores.

Em geral, se projeta a casa do futuro a partir do lançamento de novos produtos. A oferta de energia local, porém, é fator decisivo para as adaptações. Muitas famílias europeias têm fogão com placas elétricas ou de indução, enquanto, no Brasil, e sobretudo no Rio, chamas a gás reinam quase absolutas. Segundo a Coppe, em 13 anos, os fluminenses vão usar fogões com o mesmo tipo de alimentação, devido à produção crescente de gás natural no estado.

O estudo da Coppe mostra que a participação do gás na produção total do estado vai saltar de 34% (2016) para até 44% em 2031, praticamente o dobro do que o petróleo e seus derivados (GLP) oferecerão para o conjunto da demanda local, que, além das casas, envolve os setores de Indústria, Serviços, Transportes e Agropecuária. Embora o gás tenha forte presença no setor residencial, a energia de maior consumo ainda é a elétrica. As moradias são as que mais consomem esse tipo de energia, mas suas fontes vão se diversificar no médio prazo.

A invasão do LED 

Se vamos cozinhar do mesmo jeito, muitos outros aspectos da rotina vão mudar até 2031. Uma das previsões mais certeiras da Coppe é sobre a iluminação, que será transformada pelo uso massivo de lâmpadas de LED. Estima-se que, hoje, 90% das habitações fluminenses utilizem modelos fluorescentes, enquanto os 10% restantes já utilizem o LED. Na projeção mais conservadora, essa última parcela deve subir para 37% dos domicílios, mas pode chegar a totalidade das casas se a venda de produtos fluorescentes for proibida, conforme sugere a Coppe/UFRJ.

“Todas as nossas indicações têm os pés no chão. Propomos o que realmente pode ser feito. No caso das lâmpadas, inclusive, existe um precedente”, comenta a pesquisadora da Coppe Nathalia Pedreira, em referência à proibição, em lei, da comercialização de lâmpadas incandescentes a partir de julho de 2016.

Pedreira lembra que, além de baratear a conta no final do mês, lâmpadas a LED também são mais resistentes e seu descarte tem menor impacto ambiental, já que não possuem mercúrio. Caso o governo acolha a sugestão da Coppe e acelere o processo natural de substituição das lâmpadas, o consumo de energia elétrica para fins de iluminação seria reduzido em cerca de 35%.
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Jornal do Brasil 21.05.2018.pdf

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