segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Facebook e Instagram excluem live de Bolsonaro com fake news sobre aids e a vacina da covid, OESP

 Cássia Miranda, O Estado de S.Paulo

25 de outubro de 2021 | 08h38

Em ação inédita, o Facebook e o Instagram retiraram do ar neste domingo, 24, a live da última quinta-feira, 21, do presidente Jair Bolsonaro. Na transmissão, o chefe do Executivo disse que pessoas que tomaram duas doses da vacina contra o novo coronavírus no Reino Unido estão desenvolvendo aids. A afirmação, que é mentirosa, foi desmentida por cientistas de todo o mundo e publicada em um site inglês conhecido por espalhar teorias da conspiração.

O vídeo de Bolsonaro infringiu a política da empresa em relação à vacina da covid-19. “O Facebook está apoiando o trabalho da comunidade global de saúde pública para manter as pessoas seguras e informadas durante esta crise. Nosso objetivo é garantir que todos tenham acesso a informações precisas, removendo conteúdo prejudicial e apoiando pesquisadores de saúde com dados e ferramentas”, diz mensagem na página da companhia sobre a atuação da gigante da tecnologia durante a pandemia.

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Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro em live realizada na última quinta-feira, 21. Foto: Reprodução/Facebook/Jair Messias Bolsonaro

Ambas as redes sociais têm como política a responsabilidade de “reduzir a disseminação de notícias falsas”. O Facebook afirma estar empenhado “em criar uma comunidade mais bem informada e em reduzir a disseminação de notícias falsas”, enquanto o Instagram diz trabalhar “com verificadores de fatos independentes no mundo todo que analisam conteúdo em mais de 60 idiomas”.

Na manhã desta segunda-feira, 25, a live continuava disponível no canal do YouTube de Bolsonaro. Procurada, a plataforma não respondeu até a publicação desta matéria se pretende impor alguma sanção ao vídeo do presidente.

Esta é a primeira vez que a companhia de Mark Zuckerberg tira do ar uma live semanal de Bolsonaro. Anteriormente, o Facebook só tinha removido uma publicação do presidente feita em março de 2020 em que ele citava o uso de cloroquina para o tratamento da covid-19 e defendia o fim do isolamento social.

Bolsonaro ainda não se manifestou sobre a exclusão do vídeo.

Fake news sobre aids e vacina é antiga

A fake news que relaciona vacinas com o desenvolvimento da aids já era conhecida, tanto que a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçou a importância de portadores de HIV serem imunizados contra a covid-19. Como mostrou o Estadãoa propagação da mentira no momento em que o Brasil atinge mais da metade de sua população com a vacinação completa gerou revolta e críticas entre cientistas e políticos.

Por meio de nota, o Comitê de HIV/aids da Sociedade Brasileira de Infectologia afirmou que não se conhece nenhuma relação entre qualquer vacina contra a covid-19 e o desenvolvimento de síndrome da imunodeficiência adquirida, e repudiou "toda e qualquer notícia falsa que circule e faça menção a esta associação inexistente". O comitê da SBI também reforçou que pessoas que vivem com HIV/aids devem ser completamente vacinadas para a doença, e destacou que a dose de reforço (terceira dose) é indicada para quem recebeu a segunda dose há mais de 28 dias.

A assessoria da Presidência da República foi procurada por e-mail para comentar o episódio, mas não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto. 


Os frentistas abandonaram Guedes, o Posto Ipiranga de Bolsonaro, Elio Gaspari, FSP

 


​Num governo que já explodiu a meta da inflação, o ministro Paulo Guedes adoçou sua adesão ao estouro do teto de gastos falando difícil, com uma azeitona em inglês:

"Estamos buscando a formatação final dos R$ 400, fazendo a sincronização dos ajustes das despesas obrigatórias, dos salários e do teto ou pedindo um waiver". Na gíria do carteado, a tradução dessa palavra é "estia". O jogador que tem menos habilidade pede uma estia ao outro.

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Quanto à sincronização, Guedes conseguiu a demissão sincronizada de quatro colaboradores. Desde a posse do Posto Ipiranga, 19 frentistas já pediram o boné. Quase todos por terem percebido que estavam perdendo tempo ou queimando biografias.

Na Prevent Senior diriam que elas caminhavam para uma "alta celestial".

Guedes parece ter subestimado a saída do secretário do Tesouro Mansueto Almeida, em julho do ano passado. Mesmo antes da posse, Mansueto mostrou ao czar que uma parte de suas promessas eram fantasias.

O economista havia passado com brilho pelo Massachusetts Institute of Technology e conhecia as mumunhas de Brasília. Ao ir embora, mostrou que entendia muito de política.

A última debandada da ekipekonômika mostrou que Guedes não entendeu onde se meteu.

Nenhum deles foi-se embora porque Guedes sofreu derrotas políticas, mas porque tendo-as sofrido, meteu-se numa aventura injetando cloroquina na sofrida economia nacional.

Guedes encantou-se ao ver que as portas se abrem sozinhas para deixar o excelentíssimo senhor ministro passar e por essa porta dezenove se foram.

Boa ideia

Aos poucos, a Petrobras está retomando o fornecimento de combustível de aviões e helicópteros.

Não há razão para que existam intermediários para abastecer com combustível da Petrobras voos de bases da empresa para plataformas da própria companhia.

Posto Ipiranga

De uma víbora:

"O Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro virou uma daquelas casas pelas quais, segundo o escritor Guimarães Rosa, homens sérios entravam, mas por elas não passavam."

Mailson disse tudo

O ex-ministro Mailson da Nóbrega disse tudo:

"Parece um grande manicômio."

domingo, 24 de outubro de 2021

Alcolumbre diz em conversas ter garantia de derrota de Mendonça e que agora já pode agendar sabatina, FSP

 


senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) terminou a semana afirmando a colegas de Congresso que vai agendar a sabatina de André Mendonça na Comissão de Constituição e Justiça até o dia 15 de novembro.

Ele disse nas conversas que vai, enfim, pautar o assunto porque tem total convicção de que o ‘terrivelmente evangélico’ indicado por Jair Bolsonaro será rejeitado pela maioria dos senadores. O impasse já dura 102 dias.

Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, durante sessão do Senado
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, durante sessão do Senado - Pedro Ladeira-1º.fev.2021/Folhapress

Alcolumbre fez pessoalmente campanha contra Mendonça e buscou voto por voto para derrotá-lo. Um dossiê sobre a suposta proximidade do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro com a Lava Jato foi levado a parlamentares.

O presidente da CCJ continua a afirmar em conversas com amigos que fará tudo pela indicação do Procurador-Geral da República, Augusto Aras. Ministros do governo, no entanto, continuam afirmando que Bolsonaro não aceitará porque vai manter a palavra de indicar outro evangélico, caso a derrota se concretize.

Há outras indicações paradas na CCJ, como para o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). Elas também devem ser destravadas. Em entrevista à Folha, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa, disse que a indicação pode ser votada no plenário na segunda quinzena de novembro.