segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Ranking traz as 100 cidades brasileiras que mais produziram cana-de-açúcar em 2017, Nova Cana

A safra de cana-de-açúcar 2017/18 pode não ter sido tão grandiosa quanto a anterior – a segunda maior já registrada no país –, mas, ainda assim, nela foi colhida a quarta maior quantidade da matéria-primeira da história brasileira.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou um levantamento do plantio da cultura nas cidades brasileiras. Em todo o país, 758,54 milhões de toneladas foram colhidas em 2017, um decréscimo de 1,3% frente a 2016, quando o valor foi de 768,56 milhões de toneladas.
Os valores totais apresentam divergência em relação os dados da Unica e do Ministério da Agricultura (Mapa) pois são referentes ao período de janeiro a dezembro e incluem a produção de cana-de-açúcar para qualquer finalidade, não somente para as usinas de açúcar e etanol.
A área aproveitada de cana no período foi de 10,18 milhões de hectares, uma redução de 0,32% ante o ano anterior. Além disso, houve também uma retração no rendimento médio dos canaviais.
Das 100 cidades que mais produziram cana, 65 são paulistas, 12 são goianas e dez, mineiras. Mato Grosso do Sul possui oito cidades no ranking, Mato Grosso possui quatro e Tocantins, apenas uma.
O novaCana ainda cruzou os dados de área plantada de cana-de-açúcar por cidade com a área dos municípios. O resultado é um indicador da importância da cana para os municípios.
A cidade que apresentou a maior representatividade de área em cana é Murutinga do Sul, em São Paulo: dos 25,08 mil hectares do município, 23,12 mil estão ocupados com cana-de-açúcar, ou seja, 92,19%. A cidade está em 132º no ranking de moagem da matéria-prima, que considera todas as cidades produtoras, e colheu 1,61 milhões de toneladas em 2017.
Das cidades brasileiras que possuem cana plantada, sete dedicam de 80% a 90% da sua área à cultura. Já 20 cidades usam de 70% a 80%, 54 de 50% a 60% e 83 de 40% a 50%.
Morro Agudo, em São Paulo, foi a cidade que mais produziu cana em 2017, com um volume de 8,12 milhões de toneladas – o montante representa um acréscimo de 2,2% em comparação a 2016. Além disso, a cidade tem 71,32% do seu território focado na cultura.
IBGE producao cana ranking cidades estados 03 01102018
Confira os dados completos sobre a produção por estado e por município, além de informações de área, rendimento e preço médio da cana-de-açúcar no novaCana DATA.

Maior rede pró-Bolsonaro do Facebook é excluída após denúncia do ‘Estado’, OESP

Luiz Fernando Toledo, O Estado de S.Paulo
22 Outubro 2018 | 15h30

Facebook removeu nesta segunda-feira, 22, um grupo de 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró-Bolsonaro da internet. Segundo a empresa, os donos dessas páginas, controladas por um grupo chamado Raposo Fernandes Associados (RFA), violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar contas falsas e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar essa rede. O conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão do Facebook.
Juntas, essas páginas tinham mais engajamento na internet do que jogadores e artistas mundialmente famosos, como Neymar, Anitta e Madonna.

Jair Bolsonaro
O candidado à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro Foto: REUTERS/Ricardo Moraes/File Photo
O caso veio à tona após reportagem do Estado publicar uma investigação sobre a RFAem parceria com a ONG americana Avaaz. A matéria mostrou como um casal - o advogado formado pela USP Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo - montou um “império” de páginas e sites com apoio de conhecidas figuras conservadoras no País, como Alexandre Frota e Marcello Reis, do Revoltados Online. O Facebook investigava a rede há meses em sigilo.
No dia 12 deste mês, o Estado revelou que somente nos últimos 30 dias, os endereços dessa rede pró-Bolsonaro alcançaram 12,6 milhões de interações no Facebook – ou seja, o total de reações a postagens, comentários e compartilhamentos. Mais de 16 milhões de pessoas seguem essas páginas. Nos mesmos 30 dias, o jogador Neymar acumulou 1,1 milhão de interações, a cantora Anitta conseguiu 574,8 mil e Madonna, 442,5 mil.
“Autenticidade é algo fundamental para o Facebook, porque acreditamos que as pessoas agem com mais responsabilidade quando usam suas identidades reais no mundo online. Por isso, exigimos que as pessoas usem seus nomes reais  e também proibimos spam, uma tática geralmente usada por pessoas mal intencionadas para aumentar de maneira artificial a distribuição de conteúdo com o objetivo de conseguir ganhos financeiros”, diz a nota do Facebook.
A empresa que administra o grupo é a Novo Brasil Empreendimentos Digitais Ltda, de propriedade do advogado Ernani Fernandes Barbosa Neto e de Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves. As páginas da rede são sempre identificadas com a sigla RFA na descrição.
Embora se declarasse como independente, a rede administrava endereços como Apoio a Jair Bolsonaro e, durante a divulgação dos resultados do primeiro turno, comemorou nas páginas vitórias como a dos candidatos Eduardo Bolsonaro e Janaina Paschoal, ambos do PSL.
Procurado pela reportagem do Estado, o advogado Ernani Fernandes e sua mulher, Thais Raposo, não se manifestaram até a publicação desta reportagem.

domingo, 21 de outubro de 2018

União de tecnologia e trânsito ruim faz surgir startups de bike em SP, FSP

eira
SÃO PAULO
Executivos que, para fugir do trânsito dos centros financeiros de São Paulo, passaram a ir para o trabalho de bicicleta descobriram uma série de oportunidades de negócios ao dar comodidade a quem não quer ficar preso em engarrafamentos.
As startups das magrelas vão desde fabricantes nacionais de bikes elétricas até vestiário aberto por chave no smartphone, serviço de entrega acionado via celular e uma espécie de táxi sobre duas rodas.
O economista Danilo Vieira Lamy, 37, afirma que passou a andar de bicicleta há dois anos. Ele optou por ela como resultado da irritação que tinha com o trânsito da avenida Faria Lima, uma das mais movimentadas de São Paulo, onde trabalhava em um banco.
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Conta que a mudança o fez ganhar muito tempo e disposição, mas não conseguia convencer amigos a tomar a mesma atitude. Muitos diziam que não poderiam chegar ao trabalho suados depois do exercício ou tinham medo de andar de bicicleta na capital paulista.
Para atender a esse público, ele criou um aplicativo nos moldes da Uber.
Victor Hugo Cruz, em pé atrás de uma bicicleta, mexe na roda traseira
Victor Hugo Cruz, criador da Vela, que produz bicicletas elétricas voltadas para o público corporativo; neste ano, serão 800 bikes - Zanone Fraissat/Folhapress
Só que, em vez de chamar um táxi, o usuário é buscado por um condutor de uma bicicleta elétrica de dois lugares, desenvolvida pela própria empresa.
Hoje a companhia tem dez ciclistas autônomos rodando 20 quilômetros de ciclovias de São Paulo de segunda a sexta.
A rota que pode ser percorrida por eles parte da Ceagesp, na zona oeste, e passa pela avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, na zona sul.
No serviço da empresa, o passageiro pode pedalar com o condutor ou apenas ser levado por ele.
"A gente faz o deslocamento deixar de ser uma coisa sufocante, estressante, como era para mim, e faz ele ser a melhor parte do seu dia", afirma o economista.
Segundo Lamy, já foram 25 mil corridas em um ano. Ele busca investimentos para expandir o serviço pela cidade.
A inspiração para a startup Cipó, do agrônomo Rodrigo Mesquita, 37, também foi resultado de muita transpiração.
Ele conta que passou constrangimento quando quis ir de bicicleta para um curso de MBA que fazia e, dali, percebeu que outras pessoas poderiam ter o mesmo problema.
Seu plano com a empresa é instalar contêineres em espaços ociosos, como vagas de estacionamento, para servirem de bicicletário e de vestiário para quem usa a bike para ir ao trabalho ou à escola.
O banho no contêiner em cabine individual custa R$ 10 por dia, com direito a 20 minutos de chuveiro.
Ainda não houve muita fila, mas Mesquita diz planejar alguma ferramenta de agendamento no aplicativo para que isso não aconteça.
Já quem quer guardar a bike no bicicletário da empresa paga R$ 80 ao mês.
A startup instalou uma unidade no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, e tem cerca de 50 clientes.
Também há empresas que apostam na produção de bicicletas elétricas olhando para o mercado corporativo e demonstrando otimismo com os negócios.
A Vela, que foi lançada em 2015 após a venda de 80 unidades em uma campanha de financiamento coletivo na internet, deve dobrar suas vendas neste ano e entregar 800 bikes, afirma seu criador, Victor Hugo Cruz, 29.
Segundo ele, seu público é formado principalmente por casais jovens, com filhos de até três anos, que veem na bicicleta uma forma de gastar menos com transporte diário.
"Quem acabou de se juntar vê que fica mais barato abrir mão de um carro e ter duas bikes", diz.
As bicicletas da empresa custam de R$ 4.890 a R$ 5.890.
A aposta é parecida com a da E-Moving, com a diferença de que a segunda prefere alugar suas bikes a vendê-las.
Gabriel Arcon, 35, fundador da empresa, diz que, como a maioria dos consumidores não conhece esse tipo de bicicleta, alugar, em vez de gastar mais dinheiro em uma compra, aumenta as chances de que eles testem o produto.
O aluguel das bicicletas da empresa parte de R$ 219 ao mês (planos mais longos podem ter desconto).
Segundo Arcon, a maior parte dos clientes usa a bicicleta para fins profissionais.
Em geral, eles passam a deixar de gastar uma hora por dia no trânsito com o novo meio de transporte, diz.
"A maioria de nossos clientes mora no centro financeiro de São Paulo. Temos muitos executivos da Faria Lima, da Berrini, dos Jardins", diz.
A companhia entrou no mercado em fevereiro de 2015 com dez bicicletas importadas. Hoje ela fabrica as bikes e tem mais de 500 delas.
Entre os recursos recebidos pela startup estão uma injeção de capital de R$ 1 milhão da locadora de carros Movida.
Além de se beneficiar da busca por mais qualidade de vida por parte dos clientes, as startups se dizem satisfeitas por estar em um mercado aquecido.
Em setembro, a Yellow, startup criada por cofundadores da 99 e ex-presidente da Caloi, levantou US$ 63 milhões (R$ 235 milhões) com investidores para expandir seu serviço de bicicletas compartilhadas, liberadas via aplicativo.
Segundo dados da Abraciclo, associação do setor de produtores de motos e bicicletas do polo da Zona Franca de Manaus, a produção de bicicletas cresceu 16% de janeiro a setembro deste ano na comparação com os mesmos meses de 2017.
Segundo dados da associação, o segmento deve fechar 2018 em patamar próximo ao de 2014, antes da crise que afetou seu desempenho. Naquele ano, foram produzidas 775 mil bikes e, em 2018, são esperadas 765 mil.
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