quinta-feira, 14 de julho de 2016

Uso de veículo elétrico pode gerar economia de até 84% em comparação aos similares a combustão


13/07/2016 09:50 - Ipesi Digital
O uso dos veículos elétricos pode gerar uma economia de até 84% nos custos com combustível na comparação com automóveis similares a combustão. Essa é uma das principais conclusões obtidas pelo Emotive - Programa de Mobilidade Elétrica da CPFL Energia a partir de dados coletados com parceiros e colaboradores do grupo que usaram, para fins comerciais e particulares, os carros elétricos da Renault participantes do projeto de P&D.

Um dos parceiros do projeto foi a 3M, que utilizou, entre maio de 2014 e fevereiro de 2016, um Renault Kangoo em sua frota de transporte de cargas. Neste período, o veículo percorreu 6,130 mil quilômetros (km), uma média de 58 km/dia.

Para rodar os mais de 6 mil km, a 3M gastou R$ 930 para o reabastecimento dos carros com energia elétrica, considerando a tarifa industrial A4 da CPFL Paulista (R$ 0,31/kWh). Para efeito de comparação, o custo equivalente do Kangoo a gasolina seria de R$ 5,95 mil. Ou seja, a empresa teve economia de 84% com combustível, sem levar em conta a redução das despesas não mensuradas com manutenção - os motores, por serem 100% elétricos, não precisam de troca de óleos, filtros e velas.

"A 3M utilizou o veículo elétrico da CPFL Energia para realizar diversas entregas a seus clientes-chave. Sempre percebemos excelente reação aonde chegávamos, uma vez que a iniciativa de se praticar o serviço de logística de forma sustentável agrada a todos. Agradecemos à CPFL pela oportunidade de participar de um projeto pioneiro como este, já que a inovação está em nosso DNA", diz o engenheiro de Processos de Supply Chain da 3M, Gustavo Soares.

O uso do veículo elétrico para passeios, viagens e trabalho também gera economia significativa para os motoristas. Entre julho de 2015 e janeiro de 2016, o gerente de Gestão de Caixa da CPFL Energia, Rinaldo Adriano Ribeiro, utilizou o Renault Zoe para as suas atividades diárias, como deslocamento para o trabalho, transporte dos filhos para a escola e idas ao supermercado. No período, o colaborador rodou 6,214 mil km em Campinas, reabastecendo o veículo usando um eletroposto residencial em sua casa.

Na média, o veículo elétrico representou um acréscimo de 243,7 kWh no consumo mensal de energia da residência de Ribeiro. Ao longo do período, foram realizadas 85 cargas, com periodicidade de cada a dois dias, totalizando um consumo total de 1,515 mil kWh. A cada recarregamento, a carga restante da bateria era, em média, de 39%. A autonomia média do Renault Zoe foi calculada em 119 km.

Esse perfil de uso do veículo elétrico gerou um acréscimo de R$ 1.028,69 na conta de luz do colaborador, considerando a tarifa residencial da CPFL Paulista (R$ 0,6799 por kWh). A título de ilustração, caso o Rinaldo percorresse a mesma distância com um veículo similar movido a gasolina, o custo total com combustível seria de R$ 2,294 mil. Ou seja, isso significa que a economia obtida pelo Rinaldo foi de 55%, também não levando em consideração os gastos evitados com manutenção.

"A experiência de conduzir um veículo elétrico é única. Extremamente silencioso e suave, o carro tem emissão zero de gases poluentes, além de excelente custo-benefício em relação à gasolina. Embora a autonomia e o tempo de recarga ainda são pontos a serem aprimorados, o veículo elétrico atende completamente as necessidades urbanas", avalia Ribeiro.

OUTRAS VANTAGENS - Além da economia financeira para os usuários, os veículos elétricos contribuem com as ações de combate às mudanças do clima e para melhorar a qualidade do ar nos grandes centros urbanos. No estudo produzido a partir dos dados coletados com Ribeiro, a área de inovação da CPFL Energia estimou que deixaram de ser emitidos 876 quilos de CO2, equivalente ao plantio de cinco árvores.

Todos esses dados mostram os benefícios da mobilidade elétrica para a sociedade, e já há sinais de que este mercado pode se tornar uma realidade no curto e médio prazo. Atualmente, há uma consulta pública aberta na Agência Nacional de Energia Elétrica sobre o tema, primeiro passo para que o regulador avance na elaboração de um arcabouço regulatório para o desenvolvimento das atividades deste setor.

Além disso, o governo federal reduziu a alíquota do imposto de importação para veículos elétricos em outubro de 2015, passando de 35% para uma faixa de zero a 7%, diminuindo o preço de venda do carro no Brasil. "Com o projeto Emotive, a intenção da CPFL Energia é estudar amplamente o tema de mobilidade elétrica no Brasil e descontruir todos seus mitos, além de preparar técnica e comercialmente o Grupo para o desenvolvimento de um mercado extremamente promissor", afirma o diretor de Estratégia e Inovação da CPFL Energia, Rafael Lazzaretti.

P&D - A nova parceria com o Instituto CCR faz parte do Programa de Mobilidade Elétrica da CPFL Energia, um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) que estuda os impactos da utilização dos veículos elétricos financiado com recursos do programa de P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A pesquisa, iniciada em 2013, receberá até R$ 21,2 milhões em investimentos até 2018, ano de sua conclusão.

Atualmente, o projeto encontra-se na sua segunda fase. A expectativa nesta etapa é de ampliar a frota de veículos elétricos para até 14 carros e aumentar o número de eletropostos em operação para até 30 (entre públicos e privados). Os pontos de recarregamento serão colocados em locais públicos, como shoppings centers, postos de serviços, na prefeitura e em outros pontos estratégicos.

Campinas e Jundiaí, cidades das áreas de concessão da CPFL Paulista e CPFL Piratininga, contam com seis eletropostos públicos em operação.

Entre os temas estudados estão o impacto na rede elétrica e no planejamento da expansão do sistema, uso dos veículos elétricos como fonte de geração distribuída, os aprimoramentos regulatórios e legais, o ciclo de vida e reaproveitamento das baterias, estudo de tarifas e cobrança, a proposição de um modelo de negócios para a mobilidade elétrica no Brasil, além de outras questões relacionadas.

Na primeira fase da pesquisa, foi possível concluir que os veículos elétricos são uma excelente opção para as pessoas que buscam economia. Os dados levantados pelo projeto mostram que o valor do quilômetro rodado de um automóvel a combustão é de aproximadamente R$ 0,30, ao passo que esse custo no veículo elétrico é de R$ 0,10, ou seja, um terço do gasto com um carro convencional.

Outra conclusão da primeira fase é de que a expansão dos veículos elétricos teria impacto pequeno na demanda por energia. As projeções iniciais da CPFL Energia apontam que o uso desta tecnologia ampliaria o consumo de energia entre 0,6% e 1,6% no Sistema Interligado Nacional (SIN) em 2030, quando as previsões indicam que a frota de carros elétricos pode alcançar entre 4 milhões e 10,1 milhões de unidades.

Em junho de 2015, a CPFL Energia anunciou uma parceria com a Rede Graal para a criação do primeiro corredor elétrico do País, entre Campinas e São Paulo. O acordo prevê a instalação de dois pontos de carregamento em postos da rede nas Rodovias Anhanguera e Bandeirantes, na altura do município de Jundiaí.

Busca de esqueletos - MÍRIAM LEITÃO


O GLOBO - 14/07

Caixa nega esqueletos, mas indícios são fortes. O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, garantiu em entrevista a este jornal que “não existe aqui nenhum esqueleto para desmontar e tirar do armário”. Talvez seja o caso de Occhi pedir um mapa mais preciso do esqueletário. Bem procurando, pode encontrar, por exemplo, as decisões do ex-vice-presidente Fábio Cleto e a compra de um banco quebrado.

A Caixa nos últimos 13 anos foi usada intensamente para os objetivos políticos do grupo que estava no poder. Basta ver as pedaladas que, de tão abusivas, levaram a antiga diretoria a cobrar do governo. Ainda hoje existem tarifas não pagas ao banco.

Suspeitas de esqueletos rondam, por exemplo, as decisões tomadas pelo ex-vice-presidente Fábio Cleto, um dos delatores da Lava-Jato, cuja área abrangia loterias, fundos governamentais e FGTS. No dia primeiro de julho, a Procuradoria-Geral da República deflagrou a Operação Sépsis, em que investiga as denúncias de desvio e pagamento de propina nas operações financeiras do FI-FGTS. Antes que digam que isso não é Caixa, lembro que a CEF é a administradora única dos recursos do trabalhador depositados no Fundo de Garantia e é por isso que o vice-presidente Fábio Cleto tinha tanto poder de liberar as mais variadas e duvidosas operações de crédito. Uma delas, que está sob investigação, é a compra de debêntures, no valor de quase R$ 1 bilhão, da Eldorado, uma empresa da J&F, a holding da JBS. Houve várias outras operações estranhas, com o pagamento de propina, segundo Cleto.

Se o presidente da Caixa acha que, ainda assim, pode garantir que não há esqueleto nos armários da instituição que preside, deveria avaliar vários outros créditos concedidos a muitos empreendimentos, públicos e privados, nos últimos anos, em modalidades que não tinham o perfil da instituição.

Quem quiser achar esqueletos pode se debruçar sobre a operação de salvamento do banco Panamericano. Na época, o banco foi comprado pela Caixa sem que a due diligence percebesse que ele estava quebrado. Com empréstimos do Fundo Garantidor de Crédito e, depois, a prestimosa ajuda do BTG Pactual, o prejuízo da CEF foi sendo escondido. Mas o fato é que ela pagou para ser sócia de um banco falido.

No mercado, o que se comenta é que a qualidade da carteira de crédito da Caixa piorou muito nos últimos anos. O banco passou a atuar mais fortemente no crédito ao consumidor, uma área que não tem grande expertise. Em relatório divulgado no mês passado, a agência de classificação de risco Moody’s, por exemplo, rebaixou a nota da Caixa alegando queda da rentabilidade e aumento do crédito de risco.

“Os volumes de negócios estão diminuindo, os custos de captação estão se elevando, e a inadimplência está em alta, mesmo nas carteiras de baixo risco. Isso tem aumentado os gastos com provisões do banco”, disse a agência.

Na visão da Moody’s, se os gastos continuarem crescendo, o banco precisará de capital adicional, que poderia vir através de um aporte do governo, venda de ativos, algum tipo de afrouxamento regulatório ou redução no fluxo de pagamento de dividendos ao governo.

“Estimamos que o total necessário para cobrir as necessidades de capital da Caixa represente entre 0,2% e 1% das receitas anuais do governo ou entre 0,07% e 0,3% do PIB”, disse a agência.

Outro problema são os empréstimos e aportes que a Caixa e outros bancos públicos concederam a grandes empresas. A Caixa Econômica, o BNDES e o Banco do Brasil são credores em cerca de R$ 13 bilhões junto à Oi, empresa que entrou com pedido de recuperação judicial no mês passado.

A renegociação de dívidas no primeiro trimestre é outro sinal da deterioração da carteira do banco: “O aumento da renegociação de dívidas também reflete o crescimento desses riscos, com o total de renegociações no primeiro trimestre correspondendo a quase tudo que foi renegociado durante todo o ano de 2015”, disse a Moody’s.

Um bom caça-esqueletos deve também avaliar as contas da Funcef, que foi usada para os mais diversos fins nos últimos anos. É cedo para afirmar com tanta segurança que não há esqueletos nos armários da Caixa.

Símbolos que viram alvos, Clovis Rossi, FSP


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Se os mortos e feridos de Nice foram de fato vítimas de um atentado terrorista, a mensagem explícita é clara: nada que tenha um aroma do modo de vida ocidental está a salvo dos fanáticos.
A Promenade des Anglais é, talvez, a mais emblemática via da Côte d'Azur, ela própria um símbolo de como vive e se diverte a "beautiful people" ocidental. De um lado, edifícios, em geral residenciais; do outro, o calçadão que margeia a praia de um Mediterrâneo absurdamente azul.
Se a esse local, já simbólico, se somar a festa do 14 de julho, a data nacional francesa, tem-se uma simbologia adicional ou uma provocação adicional aos fanáticos.
Se não é a Côte d'Azur, são outros pontos emblemáticos do modo de vida ocidental, seja o aeroporto Atatürk, em Istambul, ou o Zaventem, em Bruxelas.
Se não é a festa do 14 de julho, é a festa semanal de locais como o Bataclan, atingido há poucos meses.
Não convém, em todo o caso, esquecer que a guerra dos fanáticos não é apenas contra o Ocidente, mas contra muçulmanos tidos como infiéis, casos de Bangladesh e Bagdá, para citar apenas atentados recentes.
Aliás, é importante ressaltar que há mais vítimas muçulmanas do que de outras crenças, embora estas últimas provoquem mais ruído.
A quase totalidade dos analistas atribui os atentados destes últimos meses ao fato de que o Estado Islâmico está perdendo aceleradamente os territórios que ocupa na Síria e no Iraque, nos quais proclamou seu califado.
O território servia de propaganda e de fonte de atração para novos adeptos. À medida que encolhe, é preciso encontrar outras armas de propaganda —e Nice, o Bataclan, Atatürk e Zaventem são alvos de excelência, desgraçadamente.