segunda-feira, 11 de julho de 2016

ONU: Acidentes no trânsito ainda matam 1,25 milhão por ano, 90% em países de renda média e baixa


 AUMENTAR LETRA DIMINUIR LETRA
Apesar das melhorias na segurança rodoviária, o mundo ainda tem números ‘chocantes’. Brasil sedia nesta semana, nos dias 18 e 19 de novembro em Brasília, a Segunda Conferência de Alto Nível Global sobre Segurança no Trânsito. A meta número seis do Objetivo Global número três pretende reduzir pela metade, até 2020, as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas.
Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil
No Dia Mundial da Memória das Vítimas de Trânsito, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, destacou que, apesar das melhorias na segurança rodoviária, o mundo ainda presencia números “chocantes” de feridos e mortos nas estradas.
“Apelo aos governos para reforçar a aplicação das leis em relação ao excesso de velocidade, uso do álcool ao volante, bem como imponham o uso de cintos de segurança, capacetes para motociclistas e proteção para crianças, medidas que já demonstraram salvar vidas”, disse Ban Ki-moon em uma mensagem.
O chefe da ONU também afirmou que o dia internacional “é um momento para refletir sobre as tragédias desnecessárias que ocorrem a cada dia nas estradas do mundo”.
Segundo a ONU, acidentes no trânsito matam cerca de 1,25 milhões de pessoas por ano, 90% em países de renda média e baixa. Este tipo de acidente é a principal causa de morte entre os jovens com idades entre 15 e 29 anos. Quase metade de todas as mortes nas estradas é de pedestres, ciclistas e motociclistas.
Neste semana, o Brasil sedia a Segunda Conferência de Alto Nível Global sobre Segurança no Trânsito. O encontro, apoiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), acontece nos dias 18 e 19 de novembro em Brasília.
Espera-se a participação de cerca de 1.500 pessoas de mais de 100 países no evento, incluindo os ministros responsáveis pelo tema em cada país, além de ministros das pastas de saúde e transportes; organizações internacionais; e representantes da sociedade civil e do setor privado.
Além de fazer balanço das iniciativas nacionais, regionais e internacionais adotadas até o momento e apontar caminhos para avançar rumo às metas previstas no Plano Global para a Década de Ação, o encontro também debaterá o tratamento do tema na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, aprovada em setembro deste ano. A meta número seis do Objetivo Global número três pretende reduzir pela metade, até 2020, as mortes e os ferimentos globais por acidentes em estradas.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, o país propõe que, como resultado da Conferência, seja aprovado um documento final, a “Declaração de Brasília”, que está sendo elaborada por meio de um processo de negociação envolvendo consultas com diversos atores.
A consulta sobre a versão inicial do texto ficou aberta para sugestões via Internet até o dia 2 de maio. Após essa data, o processo de negociação passou a ser intergovernamental, com reuniões previstas para junho e setembro/outubro de 2015, em Genebra.
O tema da segurança no trânsito está presente na agenda internacional há cerca de quatro décadas, por meio de iniciativas de organizações internacionais e regionais. O tema passou a ter mais visibilidade com a realização da Primeira Conferência de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Moscou, em 2009. Como resultado da Conferência, a Assembleia Geral adotou uma resolução (A/RES/64/255), que declarou o período 2011-2020 “Década de Ação pela Segurança no Trânsito”.

Brasil reduz em 5,7% número de mortes no trânsito, Portal Brasil

SAÚDE

Avanços

O Brasil conseguiu diminuir a quantidade de mortos no trânsito de 44.812 casos, em 2012, para 42.266, em 2013
por Portal BrasilPublicado18/11/2015 19h11Última modificação19/11/2015 14h25
Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos PúblicasMinistério da Saúde avalia que queda de mortes no trânsito reflete endurecimento da Lei Seca
Ministério da Saúde avalia que queda de mortes no trânsito reflete endurecimento da Lei Seca
O Brasil conseguiu reduzir o número absoluto de mortos no trânsito. Foram 44.812 mortes em 2012 e 42.266 em 2013, ou seja, houve uma queda de 5,7% de um ano para o outro. Os números foram apresentados nesta quarta-feira (18) na 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, em Brasília.
A taxa de mortalidade caiu ainda mais, 6,5%, de 22,5 mortos por 100 mil habitantes, em 2012; para 21 casos por 100 mil habitantes, em 2013. O ministério destaca que a queda é um possível reflexo do endurecimento da Lei Seca, em 2012.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, enfatizou os resultados. “Entre 2012 e 2013, o Brasil reduziu o número de vítimas nas estradas e rodovias. Ainda é um número pequeno, mas só foi possível em função das várias medidas adotadas que contribuíram para esse resultado, como o uso obrigatório do cinto de segurança e o trabalho de conscientização que vem sendo feito com a população”, destacou o ministro. Castro enfatizou ainda a necessidade de o governo federal atuar mais fortemente na redução de acidentes envolvendo motociclistas, responsáveis por maior parte do número de mortes e internações no País.
O balanço apresentado nesta quarta-feira aponta que 42.266 pessoas morreram por causa de acidentes de trânsito em 2013, sendo que 12.040 eram ocupantes de motocicletas (28,8% do total de mortes).
Em 2008, os custos com as internações por acidentes de trânsito no Sistema Único de Saúde (SUS) foram de R$ 117 milhões. Apenas com as motocicletas, os custos foram R$ 49 milhões. Em 2013, o valor gasto com internações no SUS crescem 95%, chegando a R$ 229 milhões. Somente com as internações de acidentes com motocicletas foram gastos R$ 112 milhões, em 2013 – valor 128,5% maior do que o despendido em 2008.
O estudo apontou, ainda, que a frota de veículos mais que dobrou na última década, tendo crescido 121%, entre 2003 e 2013, e que o crescimento da frota de motos foi de 247%, em dez anos. Os veículos de duas rodas passaram de quase 6 milhões para quase 22 milhões.
Também foi apurado o comportamento no trânsito e o estudo revelou que metade dos brasileiros não usa cinto de segurança nos bancos de trás dos veículos. No banco da frente, são 20,6% os que afirmam nem sempre usar. Parcela de 79,6% disse sempre usar o cinto de segurança. Na zona rural, 55,2% afirmam nem sempre usar o cinto no banco de trás. Estudos, entretanto, mostram que o cinto de segurança no banco da frente reduz em 45% o risco de morte, e no banco de trás, em 75%. Em 2013, um levantamento da Rede Sarah apontou que 80% dos passageiros do banco da frente deixariam de morrer se os cintos do banco de trás fossem usados com regularidade.
Entre aqueles que pilotam motos, o trabalho apontou que na média nacional, 83,4% da população afirmam sempre usar capacete ao pilotar motos. Ou seja, sobra uma parcela de 16,6% que afirma nem sempre usar o capacete ao conduzir. No campo, os índices são piores. Fatia de 31,7% nem sempre usa capacete ao conduzir motos.
A combinação “álcool e direção” infelizmente ainda faz parte do trânsito brasileiro. O estudo apurou que 24,3% da população brasileira admite dirigir logo depois de beber e que na zona rural, esse percentual é de 30,4%. O Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de bebida alcóolica por motoristas e um dos 130 que usam o teste do bafômetro como forma de garantia do cumprimento da lei.
Em todo o mundo, 1,25 milhão de pessoas são mortas e em torno de 30 a 50 milhões ficam feridas a cada ano em decorrência de acidentes de trânsito. Os óbitos atingem principalmente crianças e jovens de 5 a 29 anos, sendo que os jovens do sexo masculino são as principais vítimas. A 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito – Tempo de Resultados, começou nesta quarta-feira (18) e prossegue até quinta-feira (19), no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF).
O Brasil conseguiu diminuir a quantidade de mortos no trânsito de 44.812 casos, em 2012, para 42.266, em 2013
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde

Osram fecha fábrica de lâmpadas, Valor Econômico


A última fábrica de lâmpadas tradicionais do Brasil fechou as portas na semana passada. A alemã Osram, que está em meio a um processo de reestruturação global, encerrou na sexta-feira a produção de lâmpadas incandescentes, fluorescentes e de vapor de sódio em Osasco (SP), que já foi um dos maiores complexos da indústria no país. Agora, apenas os funcionários das áreas de vendas, administrativa e de suporte permaneceram na operação brasileira, para dar assistência à marca na região.
A Osram foi também a última, entre as grandes do setor, a abandonar a produção local, que foi substituída por importações. Em 2009, a GE fechou as portas da fábrica de lâmpadas incandescentes do Rio de Janeiro. A Sylvania, cujo controle acaba de ser comprado pela Feilo Acoustic, de Xangai, também deixou de produzir e passou a importar o produto da China. No ano seguinte, a Philips anunciou o encerramento das atividades na fábrica de Mauá (SP).
Esse declínio da indústria no país, que hoje é formada por montadores de lâmpadas de LED (do inglês Light Emitter Diode) e fabricantes de luminárias com LED incorporado, foi influenciado pela demanda crescente por lâmpadas de menor consumo de energia. Mudanças na legislação, decorrentes de recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) dentro de seu programa ambiental, aceleraram esse processo.
No fim dos anos 2000, a grande concorrência às lâmpadas incandescentes vinha das compactas fluorescentes (CFL), que são produzidas principalmente na Ásia. Cada vez mais, porém, as lâmpadas de LED tendem a ficar com uma parcela maior do mercado.
“Essa transformação tem ocorrido porque as lâmpadas de LED têm grandes vantagens sobre as tradicionais, como maior eficiência, maior vida, não levar metais pesados, permitir a regulagem completa de luz”, enumera Isac Roizenblatt, diretor técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). Além da transformação tecnológica e da concorrência com os asiáticos, diz Roizenblatt, contribuiu para o fim da produção local o processo de retirada das lâmpadas incandescentes do mercado, iniciado em 2010 e que se completa em 1º de julho, conforme previsto em lei.
No ano passado, de acordo com a Abilux, o consumo de lâmpadas de LED no país foi de 80 milhões de unidades, com crescimento estimado de 30% para 2016. Essa alta, a despeito da perspectiva de encolhimento de 7% da indústria de iluminação, será impulsionada pelo avanço do LED no mercado dos demais tipos de lâmpadas.
Em 2015, o consumo de lâmpadas halógenas foi de 80 milhões de toneladas, atrás das CFL (250 milhões de unidades) e da fluorescente tubular (100 milhões). Lâmpadas de vapor de sódio e metálico responderam por outras 10 milhões de unidades. “Todas com perspectiva de queda em 2016″, diz o diretor da Abilux.
Em nota, a Osram confirma que, “devido a uma mudança estrutural no mercado que está se deslocando do negócio tradicional de iluminação para um novo modelo focado em produtos de iluminação mais econômicos com base LED”, foi preciso adotar novo posicionamento estratégico. “Essa estratégia inclui, entre outras, o realinhamento da companhia por meio da estruturação do negócio de lâmpadas como uma companhia independente e o início de iniciativas de inovação com base em tecnologias de base LED”, acrescenta.
Mundialmente, a companhia, que já foi parte da Siemens, está separando juridicamente a área de lâmpadas dos demais negócios.
A queda das vendas no mercado de iluminação tradicional, segue, teve impacto nas unidades produtivas, “que precisam refletir a demanda atual e futura de produtos”. “A decisão de encerrar esta operação [de Osasco] é um passo difícil mas necessário para focar nossos recursos em atender as necessidades do mercado e garantir um futuro necessário”, acrescenta.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região, dos 240 funcionários da fábrica, 160 foram demitidos. Os demais foram transferidos para setores que continuarão em funcionamento, como o de logística, para manter o abastecimento do mercado brasileiro com lâmpadas de LED importadas.
Na última quarta-feira, trabalhadores da unidade aprovaram um pacote de benefícios negociado com o sindicato. Segundo o sindicato, a Osram estava instalada há 61 anos em Osasco, como uma das principais fabricantes de lâmpadas do país. “O fechamento da fábrica foi uma opção da empresa, que concluiu pela inviabilidade da fabricação de lâmpadas leds na unidade, preferindo importar este e outros tipos de lâmpadas”, diz.
Para Roizenblatt, da Abilux, há margem para que novas empresas importem o chip de LED e montem lâmpadas no país. Mas é improvável que o chip em si, hoje produzido sobretudo na China, tenha produção local. “Fazer o chip mesmo dificilmente vai acontecer, porque o Brasil perdeu o bonde da história ao não elaborar uma política industrial para iluminação”, afirma. [Fonte: Valor Econômico