O ESTADO DE S. PAULO
22 Setembro 2014 | 13h 53
Fórum realizado em Campinas reuniu principais lideranças do setor e lançou documento no qual expressa as preocupações dos produtores neste período de transição política
CAMPINAS - Empresários e associações ligadas ao Agronegócio divulgaram uma carta endereçada aos presidenciáveis, no Fórum Nacional de Agronegócios realizado em Campinas, no sábado, 20.
O encontro discutiu temas como o código florestal e a necessidade de estimular os investimentos em pesquisa. E destacou a importância do setor para a economia brasileira.
Eis a íntegra do documento:
"O 3º Fórum Nacional de Agronegócios, organizado pelo LIDE e pelo LIDE AGRONEGÓCIOS, com apoio institucional do LIDE CAMPINAS, ocorre duas semanas antes das eleições para a Presidência da República, governos estaduais e parlamentares, para renovação da Câmara dos Deputados, das Assembleias Legislativas estaduais e de um senador por unidade da Federação.
Portanto, as discussões teriam que ser concentradas nas expectativas do agronegócio brasileiro quanto aos programas de governo dos principais candidatos, notadamente para a chefia do executivo nacional.
Analisadas as atuais condições de confiança dos produtores rurais quanto ao futuro, apreciado o horizonte tecnológico para o setor e avaliadas as expectativas quanto ao futuro governo, as lideranças privadas e acadêmicas reunidas em Campinas em 20 de setembro de 2014 declaram que:
1 - A sociedade civil brasileira já tem uma visão bastante aproximada do importante papel que o setor dos agronegócios representa para a socioeconomia do País: 23 % do PIB total, 30% dos empregos e mais de 80% do saldo comercial externo. O que se deve à profissionalização dos órgãos de mídia existentes, preocupados em mostrar esta importância em sua verdadeira grandeza.
2 - Como consequência, este reconhecimento foi também assimilado pela classe política brasileira, de modo que o setor ganhou uma nova dimensão na formulação de planos de governo pelos principais candidatos à Presidência. Todos eles buscaram aproximação com as mais importantes entidades representativas das cadeias produtivas e suas lideranças, exatamente para encontrar orientação para o planejamento do futuro.
3 - Isso tem uma dimensão inédita nestas eleições gerais. Nas anteriores, todas as lideranças rurais se mobilizaram para levar propostas aos candidatos e tiveram grandes frustrações por anos a fio. Nunca obtiveram êxito em suas démarches. E agora, parte dos candidatos está à busca do entendimento, fator extremamente bem-vindo.
4 - Atendendo a esta notável expectativa, vários programas preparados pelas instituições de representação, todos muito convergentes, chegaram às equipes coordenadoras dos planos de governo. E mais ainda, os candidatos já se manifestaram a respeito em eventos cobertos pela mídia, assumindo compromissos bastante estimulantes.
5 - Assim, temas recorrentes como a implementação da infraestrutura, a sustentabilidade produtiva em seus três pilares (social, ambiental e econômica), a procura da competitividade com orientação aos mercados, a segurança jurídica, a tecnologia, a boa governança (sem ideologia política no preenchimento dos cargos das instituições ligadas ao setor, sempre buscando a meritocracia), a defesa sanitária, políticas de renda ao produtor com ênfase para o seguro rural e reforma das regras de credito rural, uma política comercial mais agressiva, entre outros temas centrais, estão claramente incorporados ao ideário dos principais candidatos.
6 - Diante de tal perspectiva, os participantes do 3º Fórum Nacional de Agronegócios passam a nutrir grande esperança de que, finalmente, o próximo presidente da República dará ao setor a dimensão que merece, pela simples razão de que seu êxito é também o êxito do Brasil, seja na geração de empregos, na criação de renda e riqueza ou na contribuição brasileira para a segurança alimentar global, base essencial para a paz no universo. E esperam firmemente que as promessas aqui consubstanciadas sejam cumpridas em toda a sua extensão.
7 - Por fim, desejam que as eleições ocorram em um clima pacífico e saudável, como compete a uma democracia consolidada, como é a nossa. E com instituições respeitáveis, como são as brasileiras. E assumem o compromisso de honra de respeitar os resultados da vontade popular brasileira e de contribuir para o sucesso dos eleitos, para o bem de todos, o progresso e a ordem danação.
Campinas, 20 de setembro de 2014".