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A nova onda da energia solar é usar espelhos para concentrar a luz. Uma recém-criada empresa israelense, a Zenith Solar, está usando a tecnologia e afirma que vai revolucionar a indústria de energia renovável, produzindo simultaneamente e por preços irrisórios energia térmica e elétrica.
Israel é um local propício à utilização da energia solar. Além do clima, depende da importação de energia. Desde a década de 70, com os choques do petróleo, as residências locais passaram a usar coletores solares para aquecer a água. Na década de 90, virou lei e todos os edifícios residenciais passaram a ser obrigados a usar o sistema que, hoje, abarca mais de um milhão de residências, gerando 4% da energia total consumida no país.
A Zenith acha que esse número pode subir para 16% usando seus novos coletores. Os sistemas solares tradicionais de produção de energia elétrica usam células fotovoltaicas baseadas em silício. O material é caro e pouco eficiente. De toda a energia que recebe converte apenas pouco mais de 10% em eletricidade. Algumas células feitas de arsenieto de gálio conseguem chegar a índices próximos de 30%, mas seu custo altíssimo viabiliza o uso apenas na indústria aeroespacial. Para piorar, a demanda crescente por energia renovável fez o preço dos materiais tradicionais subir dez vezes.
Eis que surge a tecnologia de concentração da luz através de pequenos espelhos. Ela consegue multiplicar por 1.000 vezes a energia reunida em uma pequena célula fotovoltaica de 10×10 centímetros. Dessa forma, segundo a empresa, a terceira geração do coletor converte em energia 72% da luz que recebe usando uma célula pequena e, assim, barata. A empresa foi criada em 2006 e já tem um projeto inaugurado no kibutz Yavne, onde foram instalados 86 coletores com 7 metros de circunferência, que produzem um terço da energia consumida pelas 250 famílias que lá residem. Essa energia é fornecida em parte como eletricidade e, de quebra, aquece a água dos moradores. Na realidade, a água quente é um subproduto do processo de resfriamento dos coletores e também pode, através de vapor comprimido, mover turbinas que geram mais energia elétrica.
via Inhabitat