publicado em Ethanol Brasil
O mercado
Estudos recentes indicam que a produção e consumo globais de energia rondam os 116,8 bilhões de Giga Joules, dos quais 115,7 bilhões referentes a fontes fósseis e, dentre estas, a gasolina, com 48,1 bilhões, o gasóleo com 53,8 bilhões, o gás de petróleo liquefeito (GPL) ou gás de cozinha com 11,9 bilhões, o querosene, que comporta o petróleo de iluminação e o combustível de aviação, com 3,9 bilhões e os combustíveis renováveis, incluindo os biocombustíveis, tais como bioetanol e o biodiesel, com apenas 1,1 bilhão de Giga Joules.
Estes dados ilustram que os biocombustíveis representam somente 0,9% do total da energia produzida e consumida anualmente no mundo, sendo 0,8% provenientes do bioetanol e 0,1% proveniente do biodiesel.
No mundo microscópio dos biocombustíveis brasileiro, o Brasil sedimentou liderança global e atraiu novos aliados tradicionais, num esforço macro para para replicar o modelo mundo à fora, tendo como premissa básico, o equilíbrio do mix energético global.
O market share dos biocombustíveis reflete o histórico e recente perfil de investimentos das empresas protagonistas em energia. Tomemos como exemplo a Petrobras e BP. No caso da primeira, seu Plano de Negócios para o quinquênio 2009/13 investe US$ 174,4 bilhões no Brasil e no exterior distribuídos em:
US$104,6 bilhões para segmento de Exploração e Produção
US$ 43,4 bilhões ao Abastecimento
US$ 11,8 bilhões ao de Gás e Energia
US$ 5,6 bilhões ao Petroquímico
US$ 3,2 bilhões ao Corporativo
US$ 4,3 bilhões ao de Distribuição
US$ 2,8 ao de Biocombustíveis.
Os investimentos em biocombustíveis de 2,7% do total, montante semelhantes aos 2,8% da BP reflete uma inércia desproporcional aos investimentos maciços em propaganda pró-bioenergia que criou um market mind não refletido nos investimentos diretos na produção de bioenergia.
Em um cenário de equilíbrio do mix energético global nos próximos 20 ou 40 anos, há muitas oportunidades para novas usinas sustentáveis ou retrofits de plantas existentes, mas a demanda pode ser afetada diretamente pelas Usinas Sustentáveis Flex operando continuamente com diversidade insumos que "descole" a produção de biocombustiveis da monocultura, resíduo da The First Plantation Colony.
Aliado a este up-grade tecnológico, temos em andamento o embrião de uma revolução no cerne do Departamento de Estado dos EUA, ao perceber que os poucos mais de 1.200 postos oferecendo etanol nos EUA, num total de 180.000, oferecem mais riscos à diplomacia, estabilidade econômica e rentabilidade dos negócios globais nos próximos anos, que o Irã ou "o eixo do mau", resquício da gestão anterior ao Obama.
A estratégia: Triangulação = Investimento : Produção : Distribuição
Para equilibrar o mix energético global, a Triangulação para expandir o fornecimento de biocombustíveis - via América Central e Africa - é fundamental para suprir a demanda ampliada por legislação e marcos regulatórios em vigor no mundo ou em vias de aprovação no Congresso Americano, que busca aprovar ampliação da frota de veículos flex para 50% - 80% entre 2012/15, notadamente depois do revés dos carros híbridos da Toyota, que na segunda geração, apenas por incorporar a tecnologia fuel flex tratá mais credibilidade ao produto usando tecnologia segura, comprovada e aprovada.
Freio analógico ainda é mais confiável.
A demanda
Estudo de viabilidade (BID/FGV) indicaram viabilidade de investir em usinas de etanol e de biodiesel em El Salvador, na República Dominicana, no Haiti e em San Kitts y Nevis, além de países africanos.
O mesmo estudo indica que a República Dominicana é o país de maior viabilidade, por já existir desde março de 2008, um marco regulatório de mistura de biocombustíveis à gasolina e o estudo recomenda implantação de duas usinas de etanol, uma com capacidade de produção de 170 milhões de litros por ano e a outra, de 255 milhões de litros anuais. Juntos, os dois projetos demandam investimentos de US$ 385 milhões.
O estudo também indica ser viável implantar uma usina de biodiesel a partir de girassol e pinhão-manso na República Dominicana. Ainda, um projeto de etanol e outro de biodiesel em El Salvador e um de etanol em San Kitts Y Nevis. Para o Haiti, a recomendação é de uma usina de etanol e duas de biodiesel, mesmo depois do recente transtorno geológico.
Já em Moçambique, a Procana esperava produzir 120 milhões de litros de etanol por ano numa área de 30 mil hectares, em Massingir, província de Gaza, para consumo interno e exportação, sobretudo para a África Austral e em março do ano passado, este projeto, gerou protestos de agricultores do distrito de Chókwé, alegando que poderia provocar uma catástrofe ambiental nos recursos hídricos da região, devido ao consumo excessivo de água que o cultivo da cana-de-açúcar em escala industrial acarreta oque pode ser verdade ou não, dependendo da tecnologia empregada.
Estudos de viabilidade - up-grade
Um estudo de viabilidade custa entre US$ 350 e US$ 400,000.00 e a recente rescisão do governo de Moçambique com a Procana, mostra o quanto tais estudos - primeira etapa do processo - devem ser elaborados considerando a entrada e saída dos investidores, hoje com possibilidades reais de retornos de dois dígitos, no fim, e não no meio do processo como ocorreu em Moçambique, reflexo dos desafios em países sem a tecnologia humana em desenvolvimento, produção, gestão e liderança, presente por enquanto, apenas no Brasil.
Se investidores estrangeiros querem entrar e sair com sucesso no mercado global de bioenergia, num primeiro momento, devem entrar apenas com o capital. Quanto ao resto, o Brasil diz: "xá comigo"!
Os lucros agradecem.
Estudos de viabilidade devem ser conduzido por pessoas que navegam com sucesso na intersecção entre negócios, finanças, governo, tecnologia e sociedade civil, tendo por premissa básica, a exigência de contra-partida eco-sócio-ambiental por todas as partes envolvidas nos projetos "chave em mãos", sejam eles brown or greenfield.
Investimento
Plantas Brownfield - Nas palavras do especialista Marcelo Acuña Coelhoda E-Machine, para "aparecer de verdade" uma usina para vender é um parto. Usineiro é um empresário difícil e desconfiado. Ou seja, as oportunidades que surgem para E-Machine são fruto de muita prospecção e dinheiro investido.
Há uma mentalidade entre os proprietários/familiares de usinas de ficarem em cima do muro: "Vendo, mas não deixo claro essa disposição de vender". O mesmo é valido para para usinas pertencentes à grupos de capital aberto, que, a lá Google, desenvolveram estratégias para a entrada de capital sem a possibilidade de "controle". Além disso, o mercado é constituído de inúmeros "corretores", que não dão qualquer garantia ou documento. A E-Machine trabalha apenas mediante exclusividade e com contrato; o que limita muito o número de "produtos" passíveis de intermediação para venda.
Diante dessa realidade e a busca por minimizar os riscos, o mercado criou os "modernos usineiros". Fundos de investimentos dedicados criação e gestão de novo modelo produtivo em bioenergia, oferecendo "produtos de prateleira" "customizados", no jargão do setor, para atender os mais diversos investidores e contando com planejamento de responsabilidade corporativa atraleda à retorno/desempenho previamente estabelecidos.
Estes fundos contam com a flexibilidade no "controle", além de contarem com fontes de financiamento de segunda geração - mercado de capitais - sem o risco tradicional dos ativos ficarem reféns de empréstimos bancários que normalmente resultam transferência dos ativos para os bancos, principalmente no Brasil de juros.....Bem, deixa o juros prá lá....
"Um terço, um terço, um terço"
Quer dizer, um terço da energia da cana está no caldo, um terço no bagaço e um terço na palha e todo processo de transformação pode ter ganhos incrementais de 1% a 9%, muito importante, se considerarmos margens de de 4% a 5% lucro sobre o faturamento e, neste caso, a fermentação é onde se obteve os maiores ganhos com as novas tecnologias, e merece destaque por se tratar de uma tecnologias de ruptura que direciona as usinas para um novo patamar em operação, redução de custos e lucratividade.
Quando falamos de margens de lucro de 4% a 5% em plantas Brownfield, e não faz muito tempo o binômio faturamento/endividamento neste setor praticamente patinava no zero-a-zero, ganhos incrementais são importantes, mas, ganhos derivados de tecnologias de ruptura aplicado em plantas em operação, fazem toda a diferença no caixa. Estes levantamentos precisos das oportunidades de investimentos devem levar em consideração, de forma clara para o investidor, a precificação da planta considerando a ausências destas tecnologias e projetos de up-grade/retrofit, de maneira que podem ser atendidos todos os perfis de investidores - do empreendedor "mão na massa" ao "mão no bolso" que nunca vai ter "pé vremêi".
Custos ocultos
Histórico trabalho da Abramam - Associação Brasileira de Manutenção -planilhou os investimentos em manutenção em relação ao faturamento bruto em todos os setores da economia:
Já a manutenção em usinas de etanol e açúcar ocorre paralelamente á operação é intensificada no período de parada de quatro meses, onde são investidos de 4% a 5% do faturamento.
Caso os custos de manutenção durante o período de operação da planta ocorra sem um plano de manutenção de classe internacional foca em parada zero, gerida por ferramentas de software especializadas, gastos em manutenção podem facilmente superar à média do mercado neste setor onde é natural a urgência em manutenção corretiva quando uma plantas parada implica em perdas diárias de milhões.
Plantas greenfield - Tecnologia do tempo
Indiscutivelmente e historicamente, a cadeia de produção sucro-energética operou com ônus sócio ambiental. Não é mais assim.
A Dedini Indústria de Base, inovou em todas etapas do processo produtivo com destaque ao resfriamento de dornas de fermentação e vinhaça com o uso de resfriamento de chiller por absorção, tecnologia viável em projetos green or brownfield, precursora de outra tecnologia de ruptura.
Diferentemente dos sistemas de refrigeração eletromecânicos, os sistemas de resfriamento por absorção empregam uma fonte de calor como propulsor/gerador do frio ao promover contantes mudanças de estado (condensação/evaporação) de substancias químicas dentro do chiller.
O frio gerado é usado para manter a temperatura da fermentação entre 28 e 32ºC, do contrário, os micro organismo responsáveis pela fermentação morreriam.
Chillers de absorção produzem frio com o uso de de um mix de energia - gases de exaustão, gás natural, diesel, vapor, água quente, gases de escape ou energia solar - dando liberdade de escolha da fonte energética com melhor custo benefício econômico/ambiental. Na produção de etanol, foi usado a calor da vinhaça, que de outra maneira, requer substancial gasto energético para resfria-la de 65/90ºC, à valores suficientes para ser manipulada e transportada com segurança.
Chillers por absorção são equipamentos de grande capacidade, baixo consumo e dimensões reduzidas, além de possuírem uma quantidade mínima de partes móveis aumentando significativamente sua vida útil, que, aliado à sistemas de controle e automação com acesso via internet e supervisão de operação gratuita por 20 anos, asseguram regime 24x7x365, atestado pelas principais cerificações do mercado.
Etanol de terceira geração - 24x7x365 é diferente de 24x7x180
Demorou, mas os EUA reconhecem a superioridade do programa de biocombustíveis brasileiro e viabilidade de etanol de cana de açúcar frente ao milho naquele país ou a beterraba na Europa, mas, no país da flexibilidade, a barreira da inovação está em usinas flex que operam com mix de bio-insumos.
Carros são flex fuel.
Chiller à absorção são fuel flex.
Usinas de bio-energia são flex fuel.
Não faz muito tempo a safra tinha 180 dias e fornecedores achavam natural que rolamentos e trocadores de calor tivessem vida útil equivalente. Com a extensão do período de colheitas para dez meses, as usinas focam em fornecedores de peças que suportem as novas exigências operacionais - PMOC - Plano de Manutenção Operação e Controle - de classe internacional de parada zero, portanto, ferramentas de software para gestão de ativos e manutenção, integrados à ERP, é condição Sine qua non.
Atualmente as USD - Usinas Sustentáveis Dedini - são o estado da arte em produção integrada de biocombustíveis, gerando excedentes de bio-água/energia vendidos no mercado, mas, estas usinas reais, são precursora das USFD´s - Usinas Sustentáveis Flex Dedini.
Atenta às demandas por novas fontes energéticas, principalmente na área de biocombustíveis, a Embrapa criou uma nova Unidade de Pesquisa, denominada Embrapa Agroenergia, que está sediada em Brasília, DF, e ainda encontra-se em fase de estruturação, porém já possui uma chefia constituída e trabalhos em andamento. Se você deseja bio-insumos para Usinas Sustentáveis Flex, favor entrar em contato com a Dedini e nova Unidade da Embrapa:
Embrapa Agroenergia
Tel. (61) 3447 4022 / 3448 4246