segunda-feira, 12 de julho de 2010

A Fúria, produto do livre mercado

Carlos Alberto Sandenberg - O Estado de S.Paulo
Eduardo Nicolau/AE
12 de julho de 2010 | 0h 00
O sucesso da seleção espanhola, a Fúria (*), demonstra como é correta a tese favorável aos mercados abertos. Na verdade, o que acontece no futebol espanhol é a realização completa dessa ideia, tão cara a muitos economistas.
Há muito tempo os clubes espanhóis contratam jogadores estrangeiros. Como em qualquer outro setor, importa-se o que de melhor têm os países exportadores. E estes só conseguem colocar lá fora os seus produtos mais competitivos, isso definido por uma combinação de qualidade e preço.
No caso do futebol, isso fica muito claro. Só faz sentido - no início do processo, ao menos - contratar jogadores melhores do que os disponíveis internamente, pagando salários mais elevados. Ainda hoje os estrangeiros Cristiano Ronaldo e Kaká são os mais caros na Espanha. Também faz sentido importar jogadores de qualidade apenas um pouco superior à média local, mas cuja contratação seja mais econômica.
Em qualquer caso, a consequência é a elevação do nível do futebol importador. Os jogadores locais, para conseguirem vaga nos times, precisam evoluir até o ponto em que estão os estrangeiros, com os quais passam a competir.
Muita gente diz que a importação livre acaba com a produção local, seja de geladeiras ou de jogadores. O caso da Espanha prova o contrário. Nunca o time espanhol teve tantos craques, nunca jogou tão bonito. Tal foi a mudança que os jogadores espanhóis - antes colocados em segundo nível no mundo - passaram também a ser exportados para outros centros de excelência.
Isso fecha o processo, o mercado tornando-se ao mesmo tempo importador e exportador. Nos clubes, a combinação do local e do importado, num nível superior.
Consideremos o Barcelona, campeão espanhol, vice da Europa. Entre os seus 20 principais jogadores, nove são estrangeiros. E nada menos do que sete espanhóis foram titulares da Fúria na Copa do Mundo da África do Sul.
Perguntará o leitor: e a Itália e a Inglaterra, também fortemente importadoras, mas que deixaram a Copa logo no começo?
Foi circunstancial. Não se deve esquecer que a Itália foi a campeã de 2006, com uma seleção de craques (quando já era importadora), e chegou à África do Sul com um time envelhecido e cansado. Problema de gestão.
A Inglaterra, onde está a maior legião estrangeira, formou agora, com um técnico importado, a melhor seleção dos últimos tempos. Nunca teve tantos craques no mesmo time. Acontece, apenas, que eles não estiveram bem na Copa, estavam ou cansados ou machucados. Lembrando: a seleção foi muito bem na fase de classificação, que é sempre muito difícil na Europa.
Vira e mexe, sai essa discussão na Europa. Na própria Espanha, o fracasso na Copa passada foi atribuído por muitos analistas locais à "invasão estrangeira". Aliás, os cartolas italianos acabam de limitar o número de estrangeiros em seus times.
É a mesma coisa que pedem produtores locais de qualquer país e qualquer setor quando submetidos à competição com os importados. Claro que é preciso cuidado com dumping, preço vil, concorrência desleal. Mas isso é simples de administrar.
É muito diferente de instalar um sistema protecionista, que bloqueia de algum modo a entrada dos importados. Isso sempre levou à estagnação econômica e a prejuízos para o consumidor, que só tem acesso a produtos piores e mais caros.
Se a Espanha tivesse proibido a importação de jogadores, teria times piores, que ofereceriam espetáculos piores e, portanto, com faturamento muito menor. A importação elevou o nível do futebol local e, na verdade, com a constituição dos grandes clubes, cada vez mais atuantes nos campeonatos europeus, abriu espaço para a formação dos craques locais.
Exportador. Nesse mercado, o Brasil está no papel de exportador, grande exportador, como a Argentina e, de resto, toda a América do Sul.
Isso tem enfraquecido o futebol local, sem craques e, pois, com menos faturamento.
Vai daí que muita gente acha que proibir a exportação, em especial dos jovens, é uma saída.
Um baita equívoco.
Primeiro, porque seria uma violação da liberdade de ir e vir e de trabalhar. Então, um clube europeu oferece uma nota ao jovem pobre e ele é obrigado a jogar no Brasil por salários muito menores?
Não é justo, não é legal.
Nem eficiente.
Os jogadores vão embora porque os clubes não têm dinheiro para lhes pagar em níveis internacionais. E por que não têm dinheiro? Porque dirigentes amadores e incompetentes, para dizer o mínimo, não conseguem tornar mais rentável um negócio que empolga milhões de pessoas que poderiam perfeitamente pagar mais caro por espetáculos mais bem organizados.
O atraso mede-se pela preparação da Copa de 2014. No país campeão do mundo cinco vezes não há um único estádio de padrão Fifa. E esse padrão não é nenhum excesso dos cartolas. O que se exige são estádios que ofereçam conforto ao público consumidor e boas condições de trabalho para os jornalistas, especialmente para a televisão, de onde vem a maior parte do faturamento desse negócio.
É tão ruim a gestão do futebol no Brasil que cria até uma esperança. Alguma profissionalização já produziria resultados.

(*) Escrevo na sexta-feira, mas, independentemente do resultado da final da Copa do Mundo, o time da Espanha mostrou classe e eficiência.
JORNALISTA. E-MAILS: SARDENBERG@CBN.COM.BR E CARLOS.SARDENBERG@TVGLOBO.COM.BR 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

33 bairros de SP ainda despejam esgoto no Tietê

Eduardo Reina - O Estado de S.Paulo

Morumbi, Ipiranga e Vila Mariana são alguns que ainda não têm a rede das casas conectada aos coletores e estações de tratamento

07 de julho de 2010 | 0h 00
Trinta e três bairros de São Paulo, entre eles Morumbi, Vila Mariana, Santo Amaro e Ipiranga, ainda despejam parte de seu esgoto no Rio Tietê. Eles não têm a rede das casas ligada aos coletores-tronco que levam os dejetos para estações de tratamento. Também fazem parte da lista Jabaquara, Aricanduva e Casa Verde. Na Região Metropolitana de São Paulo, 16 cidades apresentam o mesmo problema.
São ao menos 3,5 milhões de pessoas na Grande São Paulo sem esgoto tratado. O número se refere apenas aos 34 municípios da região atendidos pela Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp). Em outras cinco cidades, o serviço fica a cargo de empresas municipais.
As estações de tratamento já existem. O governo estadual promete construir, nos próximos cinco anos, 768 quilômetros de sistema coletor de esgoto, a tubulação que recebe os dejetos das casas e leva para o tratamento.
Desse total, 105 quilômetros estão em obra na capital e nove cidades da Grande São Paulo. A instalação de outros 662 quilômetros está em licitação, que deve ser concluída em dezembro. Eles atenderão os bairros da capital ainda sem rede coletora e outros 16 municípios da Grande SP. Até hoje, 190 quilômetros já foram executados em parte de 62 bairros da capital e cinco municípios da área metropolitana.
Fase 3. O plano integra a fase 3 do Projeto Tietê, iniciado há 18 anos e que já consumiu mais de R$ 3 bilhões. Os 958 quilômetros de redes coletoras vão se integrar às já existentes, com 18 mil quilômetros de extensão. Parece ser um número grande, mas é insuficiente diante da gravidade do problema de poluição das águas dos rios e mananciais da Grande São Paulo.
Hoje, apenas 85% do esgoto da Região Metropolitana é coletado. Isso equivale a jogar nos rios e represas cerca de 2.550 litros por segundo de dejetos in natura. E dos 14.450 l/s coletados, apenas 10.115 l/s são tratados. O restante é despejado nos rios por falta de coletores-tronco. Em um dia, 596,5 milhões de litros de esgoto são despejados nos córregos e rios da Grande São Paulo, indo parar no Rio Tietê. É o mesmo que esvaziar 238,6 piscinas olímpicas de sujeira pura no principal rio do Estado.
Há quem discorde dos números da Sabesp sobre o esgoto gerado pelos mais de 20 milhões de habitantes da Grande São Paulo. O engenheiro Júlio César Cerqueira Neto, ex-presidente do Comitê da Bacia do Alto Tietê, diz que são produzidos 65 mil l/s de esgotos sanitários. "Então, mais de 50 mil l/s de esgoto contribuem para poluir os rios."
A poluição das águas por esgoto é um problema de saúde pública. Os esgotos domésticos têm bactérias que causam cólera, hepatite infecciosa, disenteria, micoses, conjuntivites, otites e febre tifoide, segundo especialistas em saúde.
Contrato. Até o final do mês, a Sabesp deve assinar contrato de novo financiamento no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de US$ 600 milhões para a terceira etapa do Projeto Tietê. Outros US$ 200 milhões dos cofres estaduais também serão investidos. As tubulações levarão parte do esgoto para as cinco estações de tratamento: ABC, Barueri, Parque Novo Mundo, São Miguel e Suzano. Juntas, elas têm capacidade de tratar quase 16 mil l/s.
Segundo o governo estadual, no fim da terceira etapa, em 2015, 87% da população da Grande São Paulo terá coleta de esgoto e 84% desse montante será tratado. Os 958 quilômetros de coletores-tronco deverão custar R$ 2,04 bilhões.
Lá tem
Paris, França
O projeto de limpeza do Rio Sena, em Paris, durou mais de 70 anos. Ele recebia parte do esgoto doméstico, como em São Paulo. Mas o rio francês apresenta vazão de 50 mil litros por segundo - aqui, chega-se a 34 mil l/s.
Seul, Coreia do Sul
O Cheonggyecheon dividia a cidade de Seul ao meio e foi canalizado em 1978. A prefeitura construiu um "Minhocão" sobre o rio. Nesta década, as pistas foram demolidas, a região revitalizada, as águas despoluídas e o local hoje é utilizado para lazer.
Projeto tiete
1ª fase (1992 a 1998)
Com verba de US$ 1,1 bilhão, incluiu a construção de três Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs): ABC, São Miguel e Parque Novo Mundo. Além de 1,8 mil km de coletoras-tronco, interceptores e redes coletoras. Ampliou a coleta para 1 milhão de moradores - índices passaram de 63% a 80%. Já os de tratamento subiram de 20% a 62%.
2ª fase (1998 a 2009)
Com verba de US$ 400 milhões, atendeu mais de 1 milhão de pessoas, com 1,6 mil km de tubulações e foco no Rio Pinheiros. Os índices de coleta passaram de 80% para 84% e os de tratamento, de 62% para 70%.
3ª fase (2010 a 2015)
Com verba de US$ 800 milhões, compreende a construção de 958 km de coletores-tronco e interceptores. Ampliará a capacidade de tratamento em 7,4 mil litros por segundo. No final, estima-se que atenderá 87% da população.
4ª fase (2015 a 2018)
Com verba indefinida, pretende universalizar a coleta e o tratamento de esgoto na Grande SP. Além de atender 3 milhões de pessoas que habitam regiões invadidas e áreas irregulares. 


domingo, 4 de julho de 2010

Para equilibrar o mix energético mundial

publicado em Ethanol Brasil


O mercado




Estudos recentes indicam que a produção e consumo globais de energia rondam os 116,8 bilhões de Giga Joules, dos quais 115,7 bilhões referentes a fontes fósseis e, dentre estas, a gasolina, com 48,1 bilhões, o gasóleo com 53,8 bilhões, o gás de petróleo liquefeito (GPL) ou gás de cozinha com 11,9 bilhões, o querosene, que comporta o petróleo de iluminação e o combustível de aviação, com 3,9 bilhões e os combustíveis renováveis, incluindo os biocombustíveis, tais como bioetanol e o biodiesel, com apenas 1,1 bilhão de Giga Joules.

Estes dados ilustram que os biocombustíveis representam somente 0,9% do total da energia produzida e consumida anualmente no mundo, sendo 0,8% provenientes do bioetanol e 0,1% proveniente do biodiesel.

No mundo microscópio dos biocombustíveis brasileiro, o Brasil sedimentou liderança global e atraiu novos aliados tradicionais, num esforço macro para para replicar o modelo mundo à fora, tendo como premissa básico, o equilíbrio do mix energético global.

O market share dos biocombustíveis reflete o histórico e recente perfil de investimentos das empresas protagonistas em energia. Tomemos como exemplo a Petrobras e BP. No caso da primeira, seu Plano de Negócios para o quinquênio 2009/13 investe US$ 174,4 bilhões no Brasil e no exterior distribuídos em:

  • US$104,6 bilhões para segmento de Exploração e Produção

  • US$ 43,4 bilhões ao Abastecimento

  • US$ 11,8 bilhões ao de Gás e Energia

  • US$ 5,6 bilhões ao Petroquímico

  • US$ 3,2 bilhões ao Corporativo

  • US$ 4,3 bilhões ao de Distribuição

  • US$ 2,8 ao de Biocombustíveis.

Os investimentos em biocombustíveis de 2,7% do total, montante semelhantes aos 2,8% da BP reflete uma inércia desproporcional aos investimentos maciços em propaganda pró-bioenergia que criou um market mind não refletido nos investimentos diretos na produção de bioenergia.
  

Em um cenário de equilíbrio do mix energético global nos próximos 20 ou 40 anos, há muitas oportunidades para novas usinas sustentáveis ou retrofits de plantas existentes, mas a demanda pode ser afetada diretamente pelas Usinas Sustentáveis Flex operando continuamente com diversidade insumos que "descole" a produção de biocombustiveis da monocultura, resíduo da The First Plantation Colony.

Aliado a este up-grade tecnológico, temos em andamento o embrião de uma revolução no cerne do Departamento de Estado dos EUA, ao perceber que os poucos mais de 1.200 postos oferecendo etanol nos EUA, num total de 180.000, oferecem mais riscos à diplomacia, estabilidade econômica e rentabilidade dos negócios globais nos próximos anos, que o Irã ou "o eixo do mau", resquício da gestão anterior ao Obama.

A estratégia: Triangulação = Investimento : Produção : Distribuição
Para equilibrar o mix energético global, a Triangulação para expandir o fornecimento de biocombustíveis - via América Central e Africa - é fundamental para suprir a demanda ampliada por legislação e marcos regulatórios em vigor no mundo ou em vias de aprovação no Congresso Americano, que busca aprovar ampliação da frota de veículos flex para 50% - 80% entre 2012/15, notadamente depois do revés dos carros híbridos da Toyota, que na segunda geração, apenas por incorporar a tecnologia fuel flex tratá mais credibilidade ao produto usando tecnologia segura, comprovada e aprovada.

Freio analógico ainda é mais confiável.


A demanda

Estudo de viabilidade (BID/FGV) indicaram viabilidade de investir em usinas de etanol e de biodiesel em El Salvador, na República Dominicana, no Haiti e em San Kitts y Nevis, além de países africanos.

O mesmo estudo indica que a República Dominicana é o país de maior viabilidade, por já existir desde março de 2008, um marco regulatório de mistura de biocombustíveis à gasolina e o estudo recomenda implantação de duas usinas de etanol, uma com capacidade de produção de 170 milhões de litros por ano e a outra, de 255 milhões de litros anuais. Juntos, os dois projetos demandam investimentos de US$ 385 milhões.

O estudo também indica ser viável implantar uma usina de biodiesel a partir de girassol e pinhão-manso na República Dominicana. Ainda, um projeto de etanol e outro de biodiesel em El Salvador e um de etanol em San Kitts Y Nevis. Para o Haiti, a recomendação é de uma usina de etanol e duas de biodiesel, mesmo depois do recente transtorno geológico.
Já em Moçambique, a Procana esperava produzir 120 milhões de litros de etanol por ano numa área de 30 mil hectares, em Massingir, província de Gaza, para consumo interno e exportação, sobretudo para a África Austral e em março do ano passado, este projeto, gerou protestos de agricultores do distrito de Chókwé, alegando que poderia provocar uma catástrofe ambiental nos recursos hídricos da região, devido ao consumo excessivo de água que o cultivo da cana-de-açúcar em escala industrial acarreta oque pode ser verdade ou não, dependendo da tecnologia empregada.


Estudos de viabilidade - up-grade
Um estudo de viabilidade custa entre US$ 350 e US$ 400,000.00 e a recente rescisão do governo de Moçambique com a Procana, mostra o quanto tais estudos - primeira etapa do processo - devem ser elaborados considerando a entrada e saída dos investidores, hoje com possibilidades reais de retornos de dois dígitos, no fim, e não no meio do processo como ocorreu em Moçambique, reflexo dos desafios em países sem a tecnologia humana em desenvolvimento, produção, gestão e liderança, presente por enquanto, apenas no Brasil.

Se investidores estrangeiros querem entrar e sair com sucesso no mercado global de bioenergia, num primeiro momento, devem entrar apenas com o capital. Quanto ao resto, o Brasil diz:  "xá comigo"!

Os lucros agradecem.

Estudos de viabilidade devem ser conduzido por pessoas que navegam com sucesso na intersecção entre negócios, finanças, governo, tecnologia e sociedade civil, tendo por premissa básica, a exigência de contra-partida eco-sócio-ambiental por todas as partes envolvidas nos projetos "chave em mãos", sejam eles brown or greenfield.

Investimento

Plantas Brownfield - Nas palavras do especialista Marcelo Acuña Coelhoda E-Machine, para "aparecer de verdade" uma usina para vender é um parto. Usineiro é um empresário difícil e desconfiado. Ou seja, as oportunidades que surgem para E-Machine são fruto de muita prospecção e dinheiro investido.

Há uma mentalidade entre os proprietários/familiares de usinas de ficarem em cima do muro: "Vendo, mas não deixo claro essa disposição de vender". O mesmo é valido para para usinas pertencentes à grupos de capital aberto, que, a lá Google, desenvolveram estratégias para a entrada de capital sem a possibilidade de "controle". Além disso, o mercado é constituído de inúmeros "corretores", que não dão qualquer garantia ou documento. A E-Machine trabalha apenas mediante exclusividade e com contrato; o que limita muito o número de "produtos" passíveis de intermediação para venda.

Diante dessa realidade e a busca por minimizar os riscos, o mercado criou os "modernos usineiros". Fundos de investimentos dedicados criação e gestão de novo modelo produtivo em bioenergia, oferecendo "produtos de prateleira" "customizados", no jargão do setor, para atender os mais diversos investidores e contando com planejamento de responsabilidade corporativa atraleda à retorno/desempenho previamente estabelecidos.

Estes fundos contam com a flexibilidade no "controle", além de contarem com fontes de financiamento de segunda geração - mercado de capitais - sem o risco tradicional dos ativos ficarem reféns de empréstimos bancários que normalmente resultam transferência dos ativos para os bancos, principalmente no Brasil de juros.....Bem, deixa o juros prá lá....

"Um terço, um terço, um terço"

Quer dizer, um terço da energia da cana está no caldo, um terço no bagaço e um terço na palha e todo processo de transformação pode ter ganhos incrementais de 1% a 9%, muito importante, se considerarmos margens de de 4% a 5% lucro sobre o faturamento e, neste caso, a fermentação é onde se obteve os maiores ganhos com as novas tecnologias, e merece destaque por se tratar de uma tecnologias de ruptura que direciona as usinas para um novo patamar em operação, redução de custos e lucratividade.

Quando falamos de margens de lucro de 4% a 5% em plantas Brownfield, e não faz muito tempo o binômio faturamento/endividamento neste setor praticamente patinava no zero-a-zero, ganhos incrementais são importantes, mas, ganhos derivados de tecnologias de ruptura aplicado em plantas em operação, fazem toda a diferença no caixa. Estes levantamentos precisos das oportunidades de investimentos devem levar em consideração, de forma clara para o investidor, a precificação da planta considerando a ausências destas tecnologias e projetos de up-grade/retrofit, de maneira que podem ser atendidos todos os perfis de investidores - do empreendedor "mão na massa" ao "mão no bolso" que nunca vai ter "pé vremêi".
 



Custos ocultos
Histórico trabalho da Abramam - Associação Brasileira de  Manutenção -planilhou os investimentos em manutenção em relação ao faturamento bruto em todos os setores da economia:

  • Mínimo - 2% - Setor Aerospacial

  • Máximo - 12% - Setor de Transportes
Já a manutenção em usinas de etanol e açúcar ocorre paralelamente á operação é intensificada no período de parada de quatro meses, onde são investidos de 4% a 5% do faturamento.

Caso os custos de manutenção durante o período de operação da planta ocorra sem um plano de manutenção de classe internacional foca em parada zero, gerida por ferramentas de software especializadas, gastos em manutenção podem facilmente superar à média do mercado neste setor onde é natural a urgência em manutenção corretiva quando uma plantas parada implica em perdas diárias de milhões.

Plantas greenfield - Tecnologia do tempo

Indiscutivelmente e historicamente, a cadeia de produção sucro-energética operou com ônus sócio ambiental. Não é mais assim.

A Dedini Indústria de Base, inovou em todas etapas do processo produtivo com destaque ao resfriamento de dornas de fermentação e vinhaça com o uso de resfriamento de chiller por absorção, tecnologia viável em projetos green or brownfield, precursora de outra tecnologia de ruptura.

Diferentemente dos sistemas de refrigeração eletromecânicos, os sistemas de resfriamento por absorção empregam uma fonte de calor como propulsor/gerador do frio ao promover contantes mudanças de estado (condensação/evaporação) de substancias químicas dentro do chiller.
O frio gerado é usado para manter a temperatura da fermentação entre 28 e 32ºC, do contrário, os micro organismo responsáveis pela fermentação morreriam.

Chillers de absorção produzem frio com o uso de de um mix de energia - gases de exaustão, gás natural, diesel, vapor, água quente, gases de escape ou energia solar - dando liberdade de escolha da fonte energética com melhor custo benefício econômico/ambiental. Na produção de etanol, foi usado a calor da vinhaça, que de outra maneira, requer substancial gasto energético para resfria-la de 65/90ºC, à valores suficientes para ser manipulada e transportada com segurança.

Chillers por absorção são equipamentos de grande capacidade, baixo consumo e dimensões reduzidas, além de possuírem uma quantidade mínima de partes móveis aumentando significativamente sua vida útil, que, aliado à sistemas de controle e automação com acesso via internet e supervisão de operação gratuita por 20 anos, asseguram regime 24x7x365, atestado pelas principais cerificações do mercado.

Etanol de terceira geração - 24x7x365 é diferente de 24x7x180

Demorou, mas os EUA reconhecem a superioridade do programa de biocombustíveis brasileiro e viabilidade de etanol de cana de açúcar frente ao milho naquele país ou a beterraba na Europa, mas, no país da flexibilidade, a barreira da inovação está em usinas flex que operam com mix de bio-insumos.

Carros são flex fuel.
Chiller à absorção são fuel flex.
Usinas de bio-energia são flex fuel.
Não faz muito tempo a safra tinha 180 dias e fornecedores achavam natural que rolamentos e trocadores de calor tivessem vida útil equivalente. Com a extensão do período de colheitas para dez meses, as usinas focam em fornecedores de peças que suportem as novas exigências operacionais - PMOC - Plano de Manutenção Operação e Controle - de classe internacional de parada zero, portanto, ferramentas de software para gestão de ativos e manutenção, integrados à ERP, é condição Sine qua non.

Atualmente as USD - Usinas Sustentáveis Dedini - são o estado da arte em produção integrada de biocombustíveis, gerando excedentes de bio-água/energia vendidos no mercado, mas, estas usinas reais, são precursora das USFD´s - Usinas Sustentáveis Flex Dedini.
Atenta às demandas por novas fontes energéticas, principalmente na área de biocombustíveis, a Embrapa criou uma nova Unidade de Pesquisa, denominada Embrapa Agroenergia, que está sediada em Brasília, DF, e ainda encontra-se em fase de estruturação, porém já possui uma chefia constituída e trabalhos em andamento. Se você deseja bio-insumos para Usinas Sustentáveis Flex, favor entrar em contato com a Dedini e nova Unidade da Embrapa:
Embrapa Agroenergia
Tel. (61) 3447 4022 / 3448 4246