Diante da tensão na fronteira com a Venezuela, que pode se agravar devido ao plebiscito em que, segundo Caracas, 95% dos eleitores aprovaram a anexação da região de Essequibo, que pertence à Guiana, o Exército brasileiro prepara o envio de 20 blindados a Pacaraima (RR), conta Monica Gugliano. Se o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, levar adiante a invasão do território vizinho, obrigatoriamente teria de passar por Roraima. Sem a autorização brasileira, Maduro estaria se indispondo com o Brasil, seu principal aliado no continente. A ideia de Maduro, segundo militares brasileiros, tem as características de uma nova Guerra das Malvinas, quando, em 1982, os generais argentinos, em meio a uma profunda crise política, econômica e social, invadiram o arquipélago controlado pelo Reino Unido e perderam. A Guiana já busca cooperação na área de segurança com os Estados Unidos. E os militares brasileiros temem que os americanos instalem uma base na região, o que poderia causar um desequilíbrio na segurança do continente. Várias petroleiras americanas já atuam por ali. Até 2028, a perspectiva é de que a produção encostem em até 1,2 milhão de barris de petróleo por dia, tornando-se um dos 20 maiores produtores do mundo. (Estadão)
Maduro afirmou ontem que o país busca “construir consensos” e que vai “conseguir recuperar Essequibo”. Já o vice-presidente da Guiana, Bharrat Jagdeo, afirmou que está se preparando para o pior e que o governo trabalha com parceiros para reforçar “a cooperação de defesa”. (g1)
Míriam Leitão: “O que Nicolás Maduro está fazendo ao reivindicar o território da Guiana para a Venezuela é o que todo ditador faz, cria um inimigo externo quando percebe que há ameaça de perder o poder. O que acontece quando se cria um inimigo externo? Fortalece politicamente o governo, então essa é uma técnica antiga dos governantes fracos e autoritários.” (Globo)
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