quarta-feira, 22 de maio de 2024

Linha 4-Amarela do Metrô tem plano de novas estações: onde devem ser e para quando estão previstas?, OESP

 A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) recebeu pedido de licença prévia para obras de extensão da Linha 4 – Amarela até Taboão da Serra. A solicitação é um passo para estender o Metrô ao primeiro município fora da capital.

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O projeto prevê duas novas estações, uma em Taboão e outra na Chácara do Jockey, na região do Butantã, zona oeste da capital. A promessa de levar a Linha 4 até à cidade da Grande São Paulo foi feita algumas vezes desde 2011 pelo governo paulista (que na época tinha à frente Geraldo Alckmin, hoje vice-presidente da República pelo PSB), mas ainda não saiu do papel.

O pedido foi protocolado na Cetesb pela concessionária ViaQuatro, operadora da linha, para atestar a viabilidade ambiental do empreendimento. A companhia informa aguardar o envio das informações complementares para dar prosseguimento à análise técnica.

Estação Chácara do Jockey ficará localizada no cruzamento viário da avenida Francisco Morato com a avenida Monsenhor Manfredo Leite
Estação Chácara do Jockey ficará localizada no cruzamento viário da avenida Francisco Morato com a avenida Monsenhor Manfredo Leite Foto: Taba Benedicto/Estadão

A Secretaria de Parcerias em Investimentos do Estado informou que autorizou estudos para a extensão da Linha 4 – Amarela com duas novas estações – Chácara do Jockey e Taboão da Serra – em janeiro.

  • A previsão da pasta é de que as obras comecem em dezembro de 2024 e as operações se iniciem em 2028, com investimentos previstos de mais de R$ 3 bilhões.

A legislação ambiental prevê condicionantes e medidas mitigatórias a serem cumpridas pelo empreendedor durante a fase de avaliação das licenças de instalação e operação. O início das obras será autorizado após a emissão da licença de instalação.

“Neste momento, a SPI, via Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões, prepara o aditivo para assinatura que dará a liberação oficial para a execução dos projetos executivos”, disse a Secretaria de Parcerias em Investimentos.

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  • Atualmente, a Linha 4 – Amarela do metrô tem 12,8 quilômetros, indo da região da Luz, no centro da capital, ao distrito de Vila Sônia, na zona oeste.
  • Os trens atendem 11 estações.
  • Com a construção das duas novas estações, o número vai passar para 13 e a extensão atual da linha aumentará para 16,1 quilômetros. A previsão é de que o novo trecho acrescente ao metrô mais de 80 mil passageiros por dia.

Caberá à concessionária construir a estação Chácara do Jockey, que será próxima ao Parque Chácara do Jockey, na Avenida Professor Francisco Morato, na Vila Sônia. A estação de Taboão da Serra será construída ao lado da nova prefeitura da cidade, em terreno que pertenceu à indústria de cosméticos Niasi.

Previsão é de que a estação de Taboão da Serra fique ao lado da nova prefeitura da cidade
Previsão é de que a estação de Taboão da Serra fique ao lado da nova prefeitura da cidade Foto: Taba Benedicto/Estadão

Se o cronograma for cumprido, a Linha 4 – Amarela deverá ser a primeira a ultrapassar os limites da capital paulista para chegar a outra cidade da Região Metropolitana.

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As sondagens de solo, necessárias para os cálculos do projeto, foram iniciadas em terreno da antiga Niasi e da extinta Sorana Sul e no Parque Santos Dumont, segundo a prefeitura de Taboão da Serra. O município informou que irá colaborar com a a execução da obra.

O terminal terá acessos pela Sorana Sul e pelo lado oposto da rodovia Régis Bittencourt, que acaba de ser municipalizada no trecho que corta a cidade. Além da estação do metrô, Taboão da Serra deve ganhar um terminal de ônibus intermunicipal para atender também os passageiros de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra e Embu-Guaçu.

As sondagens para a construção da estação de Taboão da Serra do metrô foram iniciadas
As sondagens para a construção da estação de Taboão da Serra do metrô foram iniciadas Foto: Prefeitura de Taboão da Serra/Divulgação

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Contraponto à Nova Raposo

Para o engenheiro civil Ivan Carlos Maglio, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em planejamento urbano, a chegada do metrô a Taboão da Serra terá impacto positivo na cidade, que está em vias de aprovar seu novo plano diretor. “Haverá mudanças importantes na estrutura urbana central, com a valorização das áreas adjacentes”, disse.

Ele lembra que o metrô chega no momento em que o trecho urbano da Rodovia Régis Bittencourt (BR-116) passa a ser de responsabilidade do município. “Com o metrô chegando e a Régis sendo transformada em via urbana, haverá sinergia positiva para a cidade. Causará também impacto na mobilidade de cidades vizinhas”, avaliou.

Já as obras da extensão da Linha 4-Amarela do metrô em São Paulo, segundo o especialista, servem de contraponto para o projeto da Nova Raposo, lançado pelo governo estadual. “Por ser uma obra basicamente subterrânea, o metrô causa menos impacto do que a construção de marginais na Raposo, previstas no projeto.

“Expandir o metrô para além dos limites da capital é uma visão mais moderna do ponto de vista de mobilidade, privilegiando o transporte público, sem potencializar o uso de rodovias, como é o conceito do projeto Nova Raposo”, disse.

A municipalização do trecho de 6,5 km da Régis (do km 268,9 ao km 275,4), em Taboão da Serra, teve o processo concluído em fevereiro deste ano. A prefeitura já passou a administrar o trecho e anunciou obras, como a iluminação das margens e construção de seis passagens de nível interligando os bairros. Está prevista a construção de uma passagem subterrânea sob a Régis para permitir o acesso ao metrô sem cruzar as pistas da antiga rodovia.

Reivindicação de longa data

A extensão de uma linha do metrô paulistano à cidade é reivindicada pela população de Taboão da Serra desde meados da década de 2000. Os primeiros planos para estender a linha do metrô até Taboão da Serra foram anunciados em 2010, com a previsão de que o ramal chegaria à cidade vizinha em 2014.

Em março de 2011, durante a inauguração da Estação Butantã, na capital, o então governador Geraldo Alckmin, na época no PSDB, anunciou estudos para levar a linha amarela a Taboão da Serra. Na época, o custo previsto era de R$ 1,2 bilhão e se pensava em uma parceria público-privada. O projeto já previa uma estação intermediária na região da Chácara do Jockey.

Em março de 2020, foi lançada na Assembleia Legislativa de São Paulo uma frente parlamentar em defesa da extensão da linha 4 do metrô ao município de Taboão da Serra. Em maio de 2022, o então governador Rodrigo Garcia (PSDB) visitou o município e anunciou que as obras seriam iniciadas em 2024, já prevendo as duas novas estações. Um ano depois, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou ter autorizado a elaboração do projeto executivo para que a obra saísse do papel.

A reportagem entrou em contato com a ViaQuatro e aguarda retorno.

Como será a estação Chácara do Jockey

  • A Estação Chácara do Jockey ficará localizada no cruzamento viário da Avenida Francisco Morato com a avenida Monsenhor Manfredo Leite, no distrito de Vila Sônia, ocupando área de 16 mil metros quadrados.
  • A parte subterrânea da estação será construída com o sistema de vala a céu aberto para assegurar iluminação e ventilação natural. Foi projetada uma cobertura de vidro ao longo da vala. Ao final da rampa haverá um bicicletário com 120 lugares.

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Como será a estação Taboão da Serra

  • A estação do metrô em Taboão da Serra será predominantemente subterrânea e construída com a escavação de cinco poços circulares, em modelo semelhante à estação do Brooklin, na capital. Serão três pisos subterrâneos com plataformas de embarque e mezaninos, e dois pisos acima da superfície.
  • A estação ocupará terreno de 30 mil metros quadrados ao lado da rodovia Régis Bittencourt (hoje municipalizada) e deverá contar com terminal de ônibus.

Igrejas estão sendo aceleradas no melhor estilo startups, The News

 

(Imagem: Wired | Reprodução)

Oferecendo dinheiro e treinamento para padres e bispos, redes formadas por “empreendedores da fé” estão ajudando pessoas a fundarem novas igrejas em diversas partes do mundo.

A relevância: As novas gerações parecem estar cada vez menos religiosas, com as organizações diminuindo em número de seguidores e tendo dificuldade em atrair os jovens.

Como funciona?

A ideia do movimento é ter uma abordagem mais moderna, usando estratégias de social media, para fazer a mensagem chegar a integrantes que costumam evitar instituições convencionais.

  • As associações impulsionam o crescimento dos templos com financiamento e mentorias em troca de uma parte das receitas — reinvestida na abertura de novas igrejas.

A condição… Para receber impulsionamento, os fundadores das igrejas precisam apresentar um plano detalhado e passar por um processo de verificação de finanças, habilidades de pregação e gestão, saúde do casamento e presença nas redes sociais.

É um business gigante

Association of Related Churches, que começou nos EUA em 2001, é a responsável pela abertura de mais de 1.100 igrejas no país — 40 só neste ano — e por unidades na Itália, México, Tailândia e até aqui no Brasil.

Nesse modelo de “franquia”, a ARC teve receitas de nada menos que US$ 17 milhões em 2022.

Caso você esteja se perguntando de onde vem esse dinheiro… Mesmo sendo sem fins lucrativos, as igrejas arrecadam através dos dízimos e das doações, para cobrir os custos que tem — imobiliário, infraestrutura e salários aos padres e funcionários terceirizados.

Moro elogia Pacheco, agradece a Bolsonaro e vê voto contundente de Moraes no TSE, FSP

 Thaísa Oliveira

BRASÍLIA

Um dia depois de ser absolvido pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) agradeceu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), fez elogios ao presidente do SenadoRodrigo Pacheco (PSD-MG), e disse que o voto do ministro Alexandre de Moraes foi "contundente".

Em entrevista nesta quarta-feira (22), o ex-juiz afirmou que o julgamento foi "técnico e independente" ao ser questionado sobre os movimentos recentes de Moraes para diminuir a tensão com o Congresso e disse que o país deve ter orgulho do Judiciário.

Moro foi alvo de recursos do PT e do PL que pediam a sua cassação sob alegação de abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e caixa dois nas eleições de 2022. O caso foi parar no TSE após a absolvição do senador no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Paraná.

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) nos corredores do Senado - Pedro Ladeira - 1º.abr.24/Folhapress

"Vou focar no Senado Federal, temos conseguido aprovar projetos. Aliás, quero aqui mostrar o meu apreço e o meu orgulho de integrar o Senado Federal. Registrar que tenho o apoio dos meus pares. Inclusive, nessa questão do mandato, dos vários partidos, sejam da oposição, da situação", disse.

"Sempre tive apoio dos meus pares senadores e da liderança do Senado, que tem feito um grande trabalho. O senador Rodrigo Pacheco, por exemplo, tem conseguido pautar coisas importantes no Senado. Não fosse ele não teria sido pautado o PL do fim da saída dos presos temporários, não fosse ele não teria sido pautada essa importante PEC anti-drogas."

Nas últimas semanas, Pacheco tratou pessoalmente da situação de Moro com Moraes. O presidente do Senado, segundo relatos, afirmou ao magistrado que gostaria que tanto o julgamento de Moro como o do também senador Jorge Seif (PL-SC) fossem justos.

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De acordo com interlocutores, Pacheco afirmou que Moro deveria ser julgado como senador, e não como ex-juiz. O mineiro disse a pessoas próximas que via a conversa com Moraes de forma natural, em razão do cargo de presidente, e não como tentativa de interferência.

Apesar de um dos pedidos de cassação ter sido apresentado pelo PL, o senador agradeceu a Bolsonaro e à bancada do partido no Senado por terem pedido ao diretório do Paraná que desistisse de levar o caso ao TSE após a absolvição no Paraná.

"Infelizmente as lideranças locais do PL do Paraná, notadamente Paulo Martins e Fernando Jacobo, não acolheram esse pedido do presidente do Bolsonaro e da bancada do PL", disse. "Faz um bom tempo que não falo com o presidente Bolsonaro, mas agradeço esse gesto que ele tomou publicamente nesses últimos tempos."

A decisão do TSE de rejeitar a cassação de Moro foi tomada por unanimidade, com apoio de Moraes, que completou o placar de 7 a 0 a favor do senador, após mobilização nos últimos anos de aliados de Lula e de Bolsonaro pela perda de mandato do ex-juiz da Lava Jato.

A cassação foi negada no tribunal pelo relator, Floriano de Azevedo, cujo voto foi acompanhado pelos demais (André Ramos Tavares, Cármen LúciaKassio Nunes Marques, Raul Araújo, Isabel Gallotti e Moraes).

Moraes, em seu voto, afirmou que "pré-campanha é campanha", mas que no Brasil é feita essa divisão, "sem uma objetividade maior" e defendeu a necessidade de uma regulamentação melhor.

"Em outros países no mundo, um candidato é candidato. Se o nome dele já está veiculado como possível candidato, ele já é. Aqui nós temos essa figura da pré-campanha que gera alguns problemas", disse.

Porém, no caso de Moro, o ministro disse que não houve fraude, mas "uma conjugação de fatores que o levaram a ser candidato a senador pelo estado do Paraná" e não mais a presidente da República.

"Não há possibilidade de dizer que houve alguma fraude na pré-campanha para se aproveitar de recursos maiores", disse.

Moraes acrescentou que o TSE tem sido rigoroso na exigência de provas cabais para a cassação de mandatos e decretação de inelegibilidade, o que não se viu no caso analisado.

O julgamento iniciou a menos de três semanas da saída de Moraes da corte, comandada por ele desde 2022. Em 3 de junho, o ministro encerra sua participação como integrante do TSE —Cármen Lúcia será sua sucessora na presidência.

Juiz da Lava Jato, Moro abandonou a magistratura para assumir o Ministério da Justiça do governo Bolsonaro, com quem se desentendeu —isso motivou seu pedido de demissão em abril de 2020.

Já em 2021, Moro sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), que o considerou parcial nas ações em que atuou como juiz federal contra o ex-presidente Lula (PT). Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex, sítio de Atibaia e Instituto Lula.

Diferentes pontos levantados pela defesa de Lula levaram à declaração de parcialidade de Moro, como condução coercitiva sem prévia intimação para oitiva, interceptações telefônicas do ex-presidente, familiares e advogados antes de adotadas outras medidas investigativas e divulgação de grampos.

A posse de Moro como ministro de Bolsonaro também pesou, assim como os diálogos entre integrantes da Lava Jato obtidos pelo site The Intercept Brasil e publicados por outros veículos de imprensa, como a Folha, que expuseram a proximidade entre Moro e os procuradores da Lava Jato.