No editorial "Nunes precisa explicar obras sem licitação" (8/3), esta Folha levantou questões e fomentou suspeitas que, em nome da verdade, da lisura da gestão pública e do bom jornalismo, não podem ficar sem resposta —ainda mais em ano decisivo para o futuro da capital paulista, em ambiente impregnado por interesses eleitoreiros que em nada contribuem para o debate sério e transparente como desejamos e do qual nunca nos omitimos.
Em respeito aos leitores do jornal, o primeiro e grave equívoco do editorial está em seu título. Quem acompanha os processos de realização de obras na cidade de São Paulo, emergenciais ou não, sabe que a atual gestão Ricardo Nunes (MDB) jamais se omitiu ou se negou a contribuir com qualquer tipo de apuração criteriosa sobre o tema. Não existe a falta de transparência que o título sugere.
A Folha mistura dados e versões para sugerir que, do ponto de vista da ética pública, "algo estranho acontece na cidade de São Paulo". Nesse aspecto, a única "estranheza" comprovada é que a prefeitura, em caráter inédito, tem pleiteado o maior desconto possível nos contratos de obras que seguem uma tabela de referência já conferida pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). O que está em discussão não são os valores, e sim os descontos, visto que a administração poderia, legalmente, realizar as obras com o preço definido a partir da tabela. Entretanto, em respeito ao dinheiro público, pleiteia o maior desconto possível junto aos fornecedores.
Acima e abaixo da superfície, a população de São Paulo percebe e sente os efeitos positivos do maior plano de obras da história da cidade, conduzido pela gestão Ricardo Nunes. O grande número de intervenções acarreta o maior volume de descontos que a cidade já conseguiu. Isso é respeito ao dinheiro público.
Das 4.171 obras já concluídas, há reservatórios e galerias de drenagem, reformas de pontes e viadutos, importantes obras de mobilidade, recapeamento de vias e unidades habitacionais, além de equipamentos públicos essenciais na saúde e educação. Os questionamentos apontados se referem a menos de 1% delas, sobre comportamentos externos à administração e fiscalizados pelos órgãos competentes. Todos os contratos questionados estão em andamento ou já executados em sua totalidade, com benefícios para a população mais necessitada, especialmente a que aguardava, havia muitas gestões, por projetos que nunca saíam do papel.
O editorial diz que o prefeito Ricardo Nunes deveria ser o maior interessado em esclarecimentos, porém sem deixar claro que esta, desde o início, é a postura adotada pela atual administração, que acompanha com interesse redobrado os trabalhos do Tribunal de Contas do Município e já se ofereceu, de maneira espontânea, a prestar esclarecimento à Câmara Municipal. Caso eventual irregularidade seja apontada, a prefeitura será a primeira a buscar correção, porque seus compromissos são com o povo de São Paulo, não com interesses eleitoreiros.
Portanto, se há algo de "estranho" ocorrendo em São Paulo, certamente é o despreparo e o desespero de quem se utiliza do trabalho da imprensa para objetivo eleitoreiro, baseado em ilações, mentiras e suspeitas sem comprovação. O jornalismo de excelência praticado pela Folha não pode se prestar a esse papel.
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